quarta-feira, 19 de maio de 2010

Quero a Elisa Lucinda no meu gurufim.

O tal do morrer é complicado pra quase todo mundo. Talvez porque eu nunca tenha estado à beira da morte, não ligo muito pra ela; não fico pensando, não tenho medo e acho que, a qualquer momento que ela chegue, já tá bom, tô no lucro. Mas, reafirmo, deve ser porque ainda não dei de cara com ela porque, conheço pessoas que estão pra partir já há tempos e tão se agarrando à vida, como se vida ainda tivessem.

Num papo com amigos, certa vez, falando sobre morte e enterro, me veio uma idéia : ao invés daqueles enterros canseira, todo mundo esperando o tempo passar, cansados, calor ou frio danado, desgaste grande, noite que não termina, tomando aquele café horroroso de garrafa térmica que tem nas cantinas de velório, comendo chips e biscoito de polvilho, olho inchado de tanto sofrer e chorar - porque cada um que chega recomeça o chororô que já tava se aplacando - pensei o seguinte :
Quero um enterro alegre pra cacete; com muita música e telão com vídeos diversos. Vai virar uma "reivi". Já tenho, meio pronta, a trilha-sonora, todas as músicas que gosto, que representaram muito pelos Caminhos por onde andei, que me fizeram rir, lembrar, ser feliz. E músicas preferidas dos amigos também. E os vídeos?
Estes vão ser um sucesso. Pode ser vídeo de shows, bandas, cantores. Só não pode deixar de passar Uma Linda Mulher, meu filme de cabeceira. Já tenho, nem precisa comprar. E música ao vivo também. Foi aí que descobri a palavra Gurufim, e o que que significa. Me amarrei. Paixão a primeira vista.
Gurufim é enterro no morro. Enterro de sambista, de boêmio, de compositor, é aquela despedida alegre com muito samba e muita bebida.
Imaginem um pagodão daqueles com comes e bebes varando anoite, ou o dia.
Eita! Muita percussão, surdo, pandeiro, a negada cantando e eu lá. Feliz da vida, quer dizer, feliz da morte...hehe...
Muito Arlindo Cruz, Gonzaguinha, Zeca Pagodinho, Cássia Eller, Noel, Beth Carvalho, Chico, Alcione, Wilson das Neves, Lupicínio. Podem ter certeza de que estarei muito bem. Tranquila, deitadinha só de ouvido em pé. Vendo a "turma se adivertir".

Vai ser tão bom, que todo mundo vai achar que morrer só uma vez será pouco.

E, pra encerrar na boa, com um pouco de seriedade, a Elisa Lucinda recitará um belo poema ao som do surdo dando aquele toque, que fura o coração. Só então, se alguem quiser e sentir vontade, estará liberado pra dar uma choradinha, só pra não ficar parecendo que já tô indo tarde........hehehehe.... De Elisa Lucinda
Mulata Exportação
“Mas que nega linda
E de olho verde ainda
Olho de veneno e açúcar!
Vem nega, vem ser minha desculpa
Vem que aqui dentro ainda te cabe
Vem ser meu álibi, minha bela conduta
Vem, nega-exportação, vem meu pão-de-açúcar!
(Monto casa procê mas ninguém pode saber, entendeu meu dendê?)
Minha tonteira, minha história contundida
Minha memória confundida, meu futebol (entendeu meu gelol ?)
Rebola bem meu bem-querer, sou seu improviso, seu karaoquê;
Vem nega, sem eu ter que fazer nada.
Vem sem ter que me mexer
Em mim tu esqueces tarefas, favelas, senzalas, nada mais vai doer.
Sinto cheiro docê, meu maculelê, vem nega, me ama, me colore
Vem ser meu folclore, vem ser minha tese sobre nego malê.
Vem, nega, vem me arrasar, depois te levo pra gente sambar.”
Imaginem: Ouvi tudo isso sem calma e sem dor.
Já preso esse ex-feitor, eu disse: “Seu delegado...”
E o delegado piscou.
Falei com o juiz, o juiz se insinuou e decretou pequena pena
com cela especial por ser esse branco intelectual...
Eu disse: “Seu Juiz, não adianta! Opressão, Barbaridade, Genocídio
nada disso se cura trepando com uma escura!”
Ó minha máxima lei, deixai de asneira
Não vai ser um branco mal resolvido
que vai libertar uma negra:

Esse branco ardido está fadado
porque não é com lábia de pseudo-oprimido
que vai aliviar seu passado.
Olha aqui meu senhor:
Eu me lembro da senzala
e tu te lembras da Casa-Grande
e vamos juntos escrever sinceramente outra história
Digo, repito e não minto:
Vamos passar essa verdade a limpo
porque não é dançando samba
que eu te redimo ou te acredito:
Vê se te afasta, não invista, não insista!
Meu nojo!
Meu engodo cultural!
Minha lavagem de lata!

Porque deixar de ser racista, meu amor,
não é comer uma mulata!

(Da série “Brasil, meu espartilho”)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Sempre aprendendo com os amigos: novos e antigos.



Um grande amigo meu - que já repassei aqui casos do livro dele - dizia, quando alguém lhe chamava pra ser apresentado a outro alguém: " Já conheco gente demais, quero conhecer mais ninguém não". Isso era motivo pra gente morrer de rir. E sempre que me lembro, digo a mesma coisa. Evidente que é uma brincadeira, porque não tem coisa melhor que conhecer pessoas, fazer novos amigos. Quando comecei com o blog, não sabia que ia conhecer tanta gente legal, fazer novas amizades, novos conhecimentos, aprender tanto.
Descobri com o tempo e lendo a respeito da vida de blogueiros, que se você quiser se fazer conhecido, tem que frequentar outros blogs, dar palpites, convidar o povo pra ler seus escritos, enfim, se mostrar. E foi o que fiz e faço até hoje. Uma verdadeira via sacra pelos blogs dos amigos todos os dias, até mais de uma vez, pra ver o que o povo tem de novo, e o que posso aproveitar pra aprender, discutir. E passar pra vocês também.

Entre estes amigos novos, conheci um grande jornalista da Veja que tem uma coluna na Veja.com, que virou um verdadeiro vício. Comecei a ler a coluna dele no ano passado e nunca mais desgrudei. E com isso, começamos, seus fiéis leitores, a nos comunicar por imeio e, daí, a nos encontrar pessoalmente, foi um pulo.
Sábado passado tivemos o quinto encontro, com a presença gentil e sábia do nosso mestre Augusto Nunes. Meus amigos já sabem dele e junto comigo viraram perseguidores também do blog do Augusto. Mas, sendo eu a mais falante, sou a que mais posta comentários na coluna; dou palpite, aprendo, concordo, erro, acerto.

Bom demais conversar com pessoas diferentes, em vários aspectos : estados diferentes, problemas diferentes e, no fundo, acabamos descobrindo que é tudo igual . Encontramos com amigos que vieram de Brasilia, de Salvador, do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, e o Augusto que veio de São Paulo; uma verdadeira salada de frutas que deu um caldo de dar água na boca; novas paixões, novos amores meus.

Nosso encontro foi nesse lugar gostoso, tranquilo e com um atendimento e comida ótimos. Aproveito pra dar a dica.
O lugar é São Sebastião das Águas Claras, vulgo, Macacos. Adoro! Lindo! Passeio pra passar o dia ou, pelo menos, metade dele.

Vamos lá então ! Duas dicas de uma só vez : o Bambu, se você tiver a fim de comer bem num lugar muito agradável;
Augusto Nunes, pra quem quiser conhecer um jornalista inteligente, bem humorado , escreve bem pra cacete, gentilíssimo e super cavalheiro (predicados que estão meio em falta no mercado).
Aproveitem e curtam.

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