domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dos Pais com crônica do Affonso Romano de Sant'Anna.


Antes que elas cresçam

Affonso Romano de Sant'Anna

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.
É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.

Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.

Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.

Onde e como andou crescendo aquela danadinha, que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?

Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.

Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.

Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.

Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e agendas coloridas de pilô. Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.

Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto.

No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.

O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.

Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.

sábado, 7 de agosto de 2010

Ilusão de ótica X bom humor X censura

Este vídeo já é antiguinho, mas rever ainda é muito bom. Os dois irmãos brincando e o pequeno sacaneando o maiorzinho, que sofre, mas não consegue fazer outra coisa, que dizer pro pequenino, que tá doendo. Não consegue dar um cascudo nele...rs. Muito fôfo!
E os canadenses fizeram uma bolsa com a foto das duas fofurinhas. Eu quero uma!http://www.youtube.com/watch?v=_OBlgSz8sSM

Passeando aqui por esta máquina de fazer mais doido (mais ainda) caí neste site canadense e achei legal mostrar pra quem ainda não viu.
A criatividade das pessoas não tem fim. Designers fizeram alguns produtos brincando com imagens e eu achei engraçado. Melhor do que eu, pra dizer o que achou, as autoridades canadenses já deram sua opinião sobre alguns dos trabalhos; os das malas, mais precisamente. Deixo pra cada um tirar sua própria conclusão . Veja mais abaixo.
Adorei as toalhas de banho. Conheço muita mulher que ficaria feliz em ter uma dessas. Quem sabe assim, os maridos saberiam qual é a toalha deles.
A camiseta também é muito boa. Ri sozinha imaginando, algumas caras que conheço, aí em cima deste corpitcho.
Esta de barriga de tanquinho, numa figura bem barriguda, ia ficar bom demais. Tô achando que vou encomendar uma - que já tem endereço certo.....hehehehe.
Estas são as malas polêmicas. Abaixo, o que disseram as autoridades canadenses e a resposta dos criadores.
“Brincar com assuntos sérios, como tráfico de substâncias ilegais, não é engraçado e devemos cuidar da segurança de quem viaja”, disse um porta-voz do Ministério dos Transportes. Os designers publicaram uma carta-aberta: “Nossa intenção nunca foi provocar riscos e sim risos”.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Seguro viagem pra Austrália torna-se obrigatório, pra emissão de visto a estudantes

Além do seguro-viagem obrigatório, de 30.000 Euros, para a Comunidade Européia (Tratado de Schengen), agora também há este obrigatório, pra Austrália.

Um dos principais destinos mundiais para intercâmbio, a Austrália passou a adotar nova regra para a emissão de visto de estudante. De acordo com a embaixada australiana, é obrigatória a contratação do Overseas Student Health Care (OSHC), um seguro de saúde com a mesma duração da permanência total no país, não somente para o período dos estudos. O OSHC é operacionalizado por seguradoras locais e dá ao estudante o direito de utilizar o sistema Medicare Benefits Schedule (rede pública australiana). "O seguro tem que ser contratado na Austrália, através da escola que, por sua vez, deve apresentar um documento comprovando a contratação. A nova regra vale desde o início do mês de julho", explica Ana Santana da Schultz Vistos, empresa especializada em vistos consulares.

Embora obrigatório, a cobertura do seguro é restrita. Cobre serviços hospitalares e não-hospitalares, prescrição de remédios e utilização de ambulâncias, porém, em todos os atendimentos, o estudante terá que arcar com parte do pagamento, tendo como base a tabela da Medicare Benefits Schedule. Em atendimentos não-hospitalares, por exemplo, o usuário arcará com 15% do custo. No entanto, para quem pretende viajar com uma segurança a mais, a dica é complementar com a contratação de um plano de assistência em viagem, mais completo. Há vários planos de assistência oferecidos no Brasil, por isso é muito importante que o viajante pesquise e escolha o mais adequado, aquele que atenda suas necessidades, custo-benefício e, principalmente, o tempo de permanência. "Além de cobrar à parte por atendimento e não ter atendimento em português, o OSHC deixa de fora questões importantes como fisioterapia, oftalmologia e odontologia, por isso é importante complementar", explica Luciano Bonfim, gerente comercial nacional da VitalCard Assistência em Viagem. "Um dos planos da VitalCard mais indicados neste caso é o Long Stay que cobre até 14 meses e oferece cobertura mundial com central de atendimento em português, repatriação sanitária e atendimento em caso de gripe H1N1", reforçou Bonfim.

Informação passada por um amigo que trabalha com intercâmbio. Quer saber mais? Entre neste link.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Causus do meu povo e do povo do próximo.

Em Cataguases, por volta de 1950, apareceu a gelatina como grande novidade. Alguém preparou uma gelatina e levou pro meu tio Alfredo provar. Ele olhou, provou e quietou pensativo. Perguntaram: " O que o senhor achou, tio Alfredo?" Sem se mexer na cadeira de balanço, tio Alfredo foi admirável: "Melhor do que bosta".
- Causu tirado do Jornal Estado de Minas, da coluna do Eduardo Reis.

Meu tio Vico, irmão do meu pai, era um brutamontes, grandão, fortão e, eu, como era criança, achava que estes "ãos" eram muito maiores ainda naquela época. O que ele tinha de grande, tinha de bom coração, além de engraçado e espirituoso pra caramba. Saudades dele !
Pra mim, não tinha coisa melhor do que, quando ele vinha almoçar ou jantar lá em casa. E minha mãe - que era a pessoa mais gentil, educada, discreta, falava baixo e com delicadeza (não sabia de onde eu tinha puxado esse lado "maria tomba homem", segundo ela....rs) - ficava doidinha de sem graça com as tiradas do tio Vico.

No que ela colocava a comida na mesa, ele se sentava todo satisfeito, porque sabia que ia comer bem, mas já com as respostas na ponta da língua, só pra sacanear.
- Posso te servir, Vico?
- Pode, obrigado.
- Arroz?
- Não, arroz lá em casa tem.
- hehe...você sempre com as suas.
- Um pouco de xuxu?
- Tenho tempo pra perder com xuxu não!
- Feijão? Pode colocar?
- Tem banana? Só se for com banana; pra empurrar o feijão.
- Um pouco de abóbora?
- "Abobra' lá em casa a gente dá pra engorda de porco. Tem pimenta?
- Tem, claro! Vou pegar.
- Como dizia meu pai "Tá ruim, sem gosto e não desce bem ? tasca pimenta.

E se matava de rir.
Isso todos puxamos dele. Rir de nós mesmos...rsrs...rsrs.

Quando eu era criança - acho que ainda fazem isso com as crianças de hoje - em toda reunião de família, aniversário ou almoço, eu tinha que cantar ou recitar. Adulto é phoda ! Adora exibir a cria. E, eu, que não entrei na fila pra pegar timidez, recitava na boa e não tava nem aí. Recita outra. Eu, pá... Agora canta não sei o quê! Eu, lalarilaia ... Mandava ver. Agora "Batatinha quando nasce". Acho que era o ápice do show. Momento apoteose. Sempre recitava essa.
Já, meu irmão, mais tímido, ou já com o senso de ridículo mais apurado, empacava e não tinha Cristo que fizesse ele mostrar seu talento. Um pede dali, outro insiste de lá, vinha a vó, tio e tia, vizinho e ele nada. Depois de muito insistir ele sempre tinha uma saída, que era empurrar pra cima de mim.
- Pede a Iêda pra recitar mais uma, que depois eu canto.
Tempo pra se livrar do mico e com isso a bendita festa acabava ou o povo se esquecia dele.
E, um tio, que era muito engraçado, se virava pra mim e dizia:
- Vamolá Iêda, vai esparramando as suas batatinhas enquanto seu irmão se decide...

Você se lembra, do tanto que tudo era enorme, grandioso, imponente, quando a gente era criança? Uma escadinha, que hoje subo em 4 passos, era uma escadaria da Penha. Aquela árvore frondosa, enorme, gigante, não passa hoje de uma bela mangueira.
Pois então!
Sempre aos domingos, meus pais nos levavam ao Parque Municipal -BH pra brincar. Era muito bom. Passávamos a manhã correndo, brincando, comendo pipoca, algodão doce, andando em todos os brinquedos, um verdadeiro céu.
E tinha aquela hora, que era a hora da prova de fogo - pelo menos pra mim, que sempre fui medrosa e pouco chegada a aventuras, que fazem o coração disparar e a adrenalina sair pelo ladrão : era a hora de descer no escorregador gigante. Pra mim, era como me jogar de um prédio de 3 andares. Mas, por alguma força, que só Deus sabe qual, quando eu dava por si, já tava subindo as escadas rumo ao cadafalso.
Num desses domingos, onde, por mal dos pecados, tinha mais criança que de costume, eu subi, subi, subi, cheguei lá em cima, me sentei, olhei pra baixo e empaquei.
Agora veja você que situação : quinhentos meninos atrás de mim, gritando, xingando, querendo que eu descesse, ou me jogasse, ou, no mínimo, morresse, mas que desempacasse a fila. E nada. Eu lá, grudada, agarrada com as duas mãos e todos os dentes no corrimão. Não descia nem a poder de reza braba. E a fila aumentando. E a turma lá embaixo ( de pais, lógico! ) dando força.
- Desce meu bem, não tem perigo, você já desceu outras vezes, é uma delícia, vem, vem, vem!
Nada.
Antes que alguma criança perdesse a cabeça de vez e o pior acontecesse, vejo minha santa mãe, dar a volta, subir a longa escada, me pegar nos braços e descemos pela escada, grudadinhas, eu feliz por ter sido salva e, ela, nunca perguntei o que sentiu.

E não posso mais perguntar. Só hoje tenho curiosidade em saber, mas agora é tarde.

Aproveito e falo pra você, que tá lendo : se tem perguntas, dúvidas, questionamentos, declarações de amor, não importa o quê, a fazer, faça logo, antes que a turma caia fora e você fique aí com essa coisa entalada na goela.

COLARES - CADA UM MAIS LINDO PRA MAMÃE OU PRA VOCÊ - DIA DAS MÃES 2024

PREÇOS DOS COLARES 31 - 30,00 14 - 40,00 - VENDIDO 27 - 35,00 33 - 30,00 89 - 75,00 116 - 65,00 75 - 75,00 79 - 65,00 - VENDIDO 111 - 65,00 ...