domingo, 16 de fevereiro de 2020

E O SONHO DO ASHRAM...6 final

Conjuntivite? Mas só em um olho, né?

Não...nos dois  😂😂😂😂😂😂

E continuam as conversas no grupo:

"Esse Ashram tem o poder de te fuder total, fazer a limpeza geral e te arribar pra mais meio século. No mínimo"!

"Fala sério! Não diga: não tem mais nada pra acontecer!para dar errado....etc.
Esse lugar tá zicado".

"Prefiro pensar que tá sendo uma limpeza. Uma faxina geral".

"Por dentro e por fora com direito a pretinho no pneu".

"Bjo Amma. Adorei, viu? Foi ótimo. Vou ali rapidinho só tomar um banho quente pra não morrer de pneumonia e já volto pra gente prozear mais. Abração e água quente que habita em mim, sauda a água fria que habita no birkenstock house".

"Tia, se amanhã vc ainda não estiver melhor e depois de amanhã beeeem melhor, vamos realizar uma operação resgate".

Tinha comentado que pra vir ao Ashram era primordial usar Birkenstock (marca de calçado) e passar na lojinha e se fantasiar. Roupa branca, muitos andam descalço e comem com as mãos como indianos. O povo exagera!
Eu acho.
Enfim, passou mais um dia e a situação não melhorava então pedi ao meu amigo Hari pra arrumar um lugar pra eu ficar na próxima semana. Um lugar com cama mais macia e água quente por favor. Senão aí que o bicho vai pegar de vez.
Me despedi do Ashram com um misto de tristeza e alegria.
Tristeza porque não deu pra eu fazer muito do que sonhava há muitos anos e alegria porque sair era uma questão de sobrevivência.
Fui pra um lugar há umas duas horas dali.
Um lugar chamado Varkala.
E foi lá que conheci o Oceano Índico e pude ver essa que eu amo em seu esplendor de beleza.


Fiquei uns dois dias meio de molho, ainda tossindo muito, mas aproveitando a água quentinha nas costas na hora do banho e descansando o corpete em uma caminha boa.
Fim da peleja da doença.
Daqui pra frente retomo com os acontecimentos da viagem.
Tô escrevendo hoje já em Bodhgaya onde fico até dia 26 de fevereiro e depois volto pra minha outra casa no Brasil.
Quem mora no mundo é assim.


A GENTE NÃO APRENDE!

Só hoje as lágrimas brotaram com vontade. Vieram pra limpar a tristeza que tenho sentido desde que você se foi. Nossa escola vai sentir falta do carinho que você sentia por ela e da ajuda sempre. O filme e documentário sobre nós fica pra próxima vez. A gente não devia ter deixado pra mais depois, caralho da porra!!!!
Você vai fazer muita falta
Pepe querido!
Fizemos planos de você vir aqui conhecer meus tiutiukinhos e fazer um trabalho legal como só você sabia fazer.
Grande gênio da criação e publicidade.
E mais uma vez a gente não acreditou e/ou não se lembrou da efemeridade dessa porra de vida.
Então ficamos assim.
Perdemos sua alegria constante, mas os nossos amigos que também partiram antes do combinado, estão pulando de alegria com sua chegada.
Tenho certeza disso Pepe Quintero!


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

SEMANA QUE VEM...

...eu coloco as postagens em dia. Muita correria nos últimos dias.
E termino a novela da minha estada no Ashram. 
Bjins

domingo, 9 de fevereiro de 2020

E O SONHO DO ASHRAM...5 continuando

e quando penso que não pode piorar...


Vou repassar frases soltas retiradas do grupo da família.

"Encontrei o médico na fila do restaurante. Perguntou e disse que mais uns 2 dias tô boa. Só de não estar doendo pra respirar já é um milagre!"

"É um milagre mesmo. Não se esqueça que  foi uma pneumonia que levou Dercy aos 94 anos, viu? E Rosália aos 85".

"Grande força, colega! Ainda bem que não tenho nem 94, nem 85".

"Nunca vi velho viajar sem uma caixa de remédios! Um remédio pra gripe, um própolis pra garganta ou um remédio pro nariz".

" Mar, mudou o slogan. Agora não é mais : fulano parou de fumar. Atualizando: fulano parou de assinar o livro".

"Caralho! Propolis eu trouxe, bephantol e só. Mas tá valendo. Na próxima trarei mais opções".

"Ainda bem que conseguiu caminhar até o hospital".

"Ainda bem que tem esse hospital aí".

"Lembro sim.Você é daquelas cheia de energia, animada, olha o tanto de estresse que passou lá em Bodhgaya, viajou por esse mundão indiano, quando resolve descansar o corpo, os virus tomam conta".

"Eidia você tem data fixa pra sair daí, ou pode ficar mais um pouco se quiser?"

"Voltando a ti, gata, pneumonia não dá sempre sinal claro. E tem muito médico que não identifica na auscuta. Então, se esse cansaço forte não passar, se não estiver bem melhor em 2 dias, bora dar um jeito de investigar".

"Bem observado".

"Alguem entendeu?"

"Eu não. Será delirio"?

"Coitaaaaaadaaaa"!

"Piorou".

"Febre deve estar no talo tadinha"!

"Apagou sem dizer boa noite".

"Os remédios com certeza a fizeram apagar".

"Tô bem melhor e vou correndo assinar as folhas. 
Quero pá de cal em cima de mim com eu ainda em vida, não"!

E o povo foi rezando, mandando Reiki, bons fluidos, cada um com sua fé.

"Cylenne, reiki clarei as ideia do povo?

"Clareia sim. É energia pura do universo".

Perguntei isso, porque apesar de muito devagar estar melhorando, sentia que ficando naquela falta de conforto, água gelada e sem assistência de alguem por perto a situação poderia piorar ou demorar muito pra melhorar.
Infelizmente ficar no Ashram já não era uma boa opção.
Do nada, pensei:
- Hoje ainda são 4. Só tenho programação pra um passeio que combinei ainda no Brasil pra dia 11 de fevereiro. A idéia era ficar no Ashram até dia 10. E se eu fosse pra um Hotel? Algum lugar mais confortável, com uma cozinha onde alguem pudesse fazer um chá, uma sopa ou o que eu precisasse?

Foi aí que liguei pro meu anjo da guarda aqui na Índia, o Hari Mangal, agente de viagens, e pedi pra ele arrumar um lugar pra eu ficar até dia 11.
Foi aí que começou a surgir um ardor, uma coceira nos olhos, remela brotando na velocidade da luz, e descobri que tava com conjuntivite.

Achou que tava exagerando?
Taquipariu, viu!

continua...

sábado, 8 de fevereiro de 2020

E O SONHO DO ASHRAM... 4 - continuando

Longa madrugada...

Não tinha muito o que fazer. Eu não tinha medicamento algum alem dos que o médico me receitou no primeiro dia. Bebia água, sentia o peito doer cada vez mais e esperava o dia clarear.
Quando comecei a ouvir os primeiros sons de gente, me vesti recolocando as duas blusas de frio e desci com muito cuidado a escada rumo ao hospital.
Logo que desci vi uma senhora e assim que ia abrir a boca pra pedir ajuda, comecei a tossir e juro...juro...ela deu uma acelerada pra longe de mim.
Aí, vi uma moça vindo da direção do refeitório, com alguma coisa na mão e disse pra ela:
- Por favor, você pode me ajudar a ir até o hospital. Acho que não consigo ir sozinha.
Ela continuou andando mais lentamente e dizendo. 
- Sinto muito, não sei onde fica o hospital. Sinto muito.
No que eu respondi com muita raiva:
- Tô vendo o tanto que você sente!
Continuei e encontrei um senhor varrendo o chão. Disse o mesmo pra ele, e muito delicadamente ele me deu o braço. Enfim, alguem ia me ajudar.
Andou comigo uns 10 metros e passou a bola pra uma outra senhora. Não entendi porque.
Esta, já ia me dar o braço então eu tossi. Ela acelerou e disse que era pra eu seguir ela, porque se eu caísse seríamos duas a cair, já que ela não aguentaria a me segurar. Sei!
Parênteses.
Nem por um minuto passou pela minha cabeça que tava rolando uma tal de Coronavirus. Acho que tinha lido alguma manchete a respeito, mas  no Brasil já sou por fora de notícias, aqui então...
Fecha o parênteses.
Ela foi andando acelerado e eu só ficando pra trás, porque sempre ia por onde tinha lugar pra me segurar. O Hospital é perto, mas mesmo assim me pareceu muito mais distante do que da primeira vez.
Chegando lá, tudo fechado, ainda meio escuro, ninguem à vista e ele me mandou sentar enquanto ela procurava socorro.
Acho que dei uma pequena apagada, porque acordei com alguem me cutucando e levei um susto de pular da cadeira. Ô peleja!
Era o mesmo médico que havia me atentido. Tipo de pijama, com mais dois sujeitos.
Me mandaram entrar e sentar numa sala.
Sentar era só o que eu queria fazer. Ou melhor. Deitar.
Ele me fez algumas perguntas e juro que não me lembro. Falou sobre remédios que tava tomando, cadê a receita, sei lá mais o que e não me lembro se falei coisa com coisa.
Só sei, que daí a pouco veio o ajudante com um aparelho de respirar, sei lá como se chama, e colocou no recipiente um vidrinho com um medicamento. O vidro todo. 
E me mandaram espirar.
Taquei aqui no nariz e comecei a fazer o esforço de respirar.
Parece piada, né?
E fui indo, fui fondo, não posso dizer por quantos minutos e aquela droga do vidrinho foi entrando pelos meus brônquios à fora e abrindo caminho tirando quase que por milagre a dor que eu tava sentindo.
Perecia milagre mesmo!
Isso não é delírio. Eu de olhos fechados respirando e toda vez que abria os olhos dava com os 6 olhos do médico e dos dois ajudantes olhando pra mim.
Que cena!
Aí ele retirou o apareio e me deu um negocio pra tomar, ruim, amargo, com gosto parecido com bicarbonato. Quase devolvi. Colocou mais um vidrinho do remédio milagroso no respirador, me devolveu e fiquei mais um bom tempo respirando aquilo.
Outra cochilada deve ter rolado, porque acordei com ele me cutucando com 5 pacotinhos de medicamentos na mão e me mandou ir pra cama e ficar lá até me sentir melhor.
Teve também um medidor de qualquer coisa que colocaram no meu dedo.
Lembro que me levantei, sentei ainda  mais um pouco do lado de fora da sala esperando criar coragem e fui pro quarto.
Não me lembro do caminho da volta, só sei que acordei suando com aquele monte de roupa, grudando no colchão e no travesseiro de plástico.

O salvador da lavoura lembra isso aí.

Longe de terminar a novela, sorry.
continua...

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