sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Povo é igual em qualquer lugar do mundo!

Eu tenho um amigo que diz que, basta ele comprar uma passagem, que o apetite dele já abre; abre pras novidades culinárias que ele vai encontrar e, eu digo mais, abre também pra comprar alguma coisa. Qualquer coisinha diferente, seja pra nós mesmos ou pra dar de presente.
E não tem lugar melhor pra encontrar esta turma que chegou cheia de voracidade pro novo, que uma feira, excursões, romarias, festas populares em geral.
Aqui em Bodhgaia não ia ser diferente.
Tem centenas de barraquinhas espalhadas pela cidade toda oferecendo todo tipo de quinquilharia pros curiosos turistas.
E eles compram mesmo!
Compram relógios, pulseiras, adornos em geral pras garotas, as donas de casa renovam seus utensílios domésticos, a turma toda compra cartão-postal e por aí vai.
Ainda na quinzena da celebração de finados, fiz mais estas fotos pra te mostrar.

Elas se enfeitam pros Deuses. E ficam lindas!

Tem a garotinha (e adulto também!) que não tá nem aí pra quem tá passando, cagando tranquila ( também, não tem outra opção, banheiro público não sei quando chega por aqui : primeiro tem que haver rede de esgoto e instalações sanitárias em casa ).

Esta é uma foto "propaganda enganosa" das boas. O que parece lindo aí, não passa de uma água muito suja, e, com muito esforço, consegui não mostrar todo o lixo acumulado nela.

Adoro ver as sandálias na porta dos templos. Tem várias absolutamente iguais. Não sei como eles conseguem identificar a sua. Deve ser quiném dono de carro em estacionamento...rs

Pausa pro almoço

E dá-lhe tralha pra comprar!

Enquanto as roupas secam,  as cabras pastam solenes no jardim

E todos procuram uma sombrinha pra descansar. Hoje o tempo tava mais fresquim, porque caiu uma boa tempestade ontem.


O serviço deste aí rende pouco. Mas sem ele seria muito pior!

Pechinchar é a grande jogada


Esta senhora parou o tuc-tuc pra posar pra minha foto. Muito gentil. Aí você pensa:
"Mas não é perigoso ela sentar quase fora do carro, nessa idade, no meio deste trânsito doido?"
É sim, mas além de estarem muito acostumados, a velocidade não passa de uns 40km/h. 
O que mais me preocupa é pensar que o sari pode agarrar em roda de tuc-tuc , bicicleta ou moto. 
Me dá muita aflição.


Imagino que toda a tranqueira que sobrou do que a China fez, há uns anos atrás, e a gente comprava aí no Brasil, veio pro lado de cá. No Brasil hoje, vejo que os produtos tem uma qualidade melhor. Alguém alertou os chineses de que, vendendo porcaria, neguinho só compra uma vez, então eles investiram em qualidade. Mas tem que desovar o que tá encalhado, né ? e, aí, quem perde nessa história é este lado de cá do mundo

Mulher não pode ver um brilho...rs que o lado perua aflora instantaneamente



 Este trio me fez rir muito! Felizes quiném pinto no lixo com a cidade cheia de turista, e, por conseguinte, rola uma graninha extra.
Enquanto eles posavam pra foto, uma vaca esbarrou em mim e levei um susto. Como dei um grito, pra eles eu não fui gentil com a "mãe" de todos. Falei:
- Não bati nela, só me assustei e ainda por cima ela me lambeu. Eca!!!!
Eles rolaram de rir. 


Olhe eles de pertinho aí embaixo.

Esta deve ter sido a pele que tive nos meus primeiros anos de vida...rs



Hoje dei muita sorte. Olhe que beleza de maçãs eu encontrei!

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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A cidade em movimento

Dois videozinhos pra você se familiarizar com Bodhgaia.
O primeiro, uma esquina alegre da cidade. Vale lembrar, que o povo indiano é muito silencioso, fala baixinho em qualquer lugar, mas o trânsito é barulhento pra cacete. Nas cidades pequenas não existe sinal de rua algum, então os toques das buzinas são verdadeiras senhas. Com pouco tempo a gente descobre o que cada um quer dizer.


Abaixo, eu voltando pra casa de rikichá. Pra quem não tá acostumado, é uma aventura!

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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Nesta festa o homenageado está só na lembrança

Finados na Índia.
São duas semanas em que as pessoas prestam homenagem aos seus queridos que já se foram.
Como tudo aqui na Índia, a homenagem é cheia de símbolos. 
Como se fosse um dia de confraternização, todos ajudam a quem tem menos.Nesta foto abaixo por exemplo, quem não tem nada recebe um pouquinho de quem tem mais. No final do dia,  todos terão o que comer por mais alguns dias


 E as pessoas se espalham por toda a cidade. Estas fotos fiz no Mahabodhi Templo, que é o mais famoso daqui de Bodhgaia.

 Percebi que eles vem em grupos e com um líder, que espera todo mundo fazer suas oferendas, pra depois rezar e prestar suas homenagens a seus mortos.


 Aqui na Índia tudo tem a ver com purificação. Esta senhora, jogava água na mão do marido, de gota em gota e rezavam enquanto isso. Tenho que descobrir o porque deste ritual. O que estavam purificando.

 No meio desse povo todo vestido praticamente igual, não dá pra saber quem é mais ou menos pobre. Pobres todos são, mas separar aqui pra mim que sou de fora fica difícil.





 Me sentei ao lado deste senhor, colada nele, fiz várias fotos e ele nem me percebeu. Estava concentradíssimo fazendo seus bolinhos de uma coisa parecendo terra e argila. Depois ele juntou aos bolinhos vários grãos, uma coisa parecendo pipoca e tudo isso é uma oferenda pra Deus cuidar bem dos seus mortos. Ascendeu incenso e começaram todos a rezar juntos.





 Segundo um amigo indiano, pra perceber uma diferença entre mais pobres e menos pobres, é só ver se as oferendas foram compradas prontas. Os ricos não se dão ao trabalho de fazer...rs




 O lugar mais calmo e onde melhor me  sinto além da minha casa, é dentro deste templo, onde fica o Budha dourado. Não dá vontade de sair de lá. Hoje nem entrei. Não vou ocupar lugar de quem veio de longe.

 E dá-lhe beber água o tempo todo. 

 Contas e mais contas coloridas pra enfeitar as indianas

 
E só tem caravana chegando!

 Estes aí estão todos os dias tocando pra ganhar uma graninha.
São todos cegos


Hora de voltar pra casa. O motorista espera o tuc-tuc ficar cheio pra partir.

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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Uma tarde na escola

E tudo só vai melhorando...
Compramos camas pra escola e agora as crianças assistem as aulas sentadinhas nelas e não mais no chão. E, à noite, quem não tem onde dormir, vem pra cá. 
Amanhã vamos sair pra comprar o sistema de energia solar e, aí, as coisas vão ficar bem melhores : a temperatura vai cair no verão e ficar quentim no inverno.
Ainda faz um calor do cão em Bodhgaya - em torno de 35 graus - e a escola é uma verdadeira sauna.


Foi difícil separar as meninas das bonecas, pra elas prestarem atenção à aula

Interessante que os meninos também queriam conhecer as bonecas, mas o interesse era saber como foram feitos os cabelos e a articulação dos braços e pernas....garotos!  enquanto que as meninas tavam  pouco se importando com isso e só queriam trocar roupas, sapatos, pentear cabelos....garotas!


Voluntária que veio do Japão dar aulas de iniciação do japonês. A maior parte de turistas que vem a Bodhgaia é japonesa. Bom as crianças aprenderem a pelo menos começar uma prosa.


Hoje comecei também a fazer uma ficha cadastral das crianças, adiantando o serviço do médico pra quando o Ambulatório estiver funcionando. Peguei altura, nome, idade, classe na escola, nome e profissão do pai. 
A maioria das famílias compra com o dinheiro que ganhou no dia, o que vai comer no almoço ou jantar. Se não ganhou nada, não come nada. Pobre aqui é pobre messsmo ! Por isso é importante a cozinha da escola funcionar à noite, assim, pelo menos uma refeição fica garantida.



Olhe a carinha linda da Puja. Hoje dei a partida pra ajudar no tratamento da perna dela e amanhã farei um post com as fotos.

Cada jabuticaba de olho, que dá vontade de comer....rs


Entreguei também as roupas doadas pela  http://www.elviramatilde.com.br/ - mais as calcinhas, roupas de bebê, brinquedos, tudo, que trouxe do Brasil, doado pelos meus queridos amigos, também foi entregue.
Uma festa só!

Foto da saída da escola. Todos grudados de suor, mas a alegria era maior que o incômodo do calor de 35 graus....rs
Tinham conjuntinhos de calcinha e soutien pras meninas, que minha querida amiga Eliana deu. Foi muito engraçado pois morriam de vergonha de pegar, mas a curiosidade era maior. Já as calcinhas que trouxe pras mamães, menino algum quis levar. Acho que seria pagar o mico do ano ser pego com uma calcinha a caminho de casa mas meninas levaram sem problemas.

Olhe só uma parte da aula de japonês.
Foi feita uma competição entre meninos e meninas, que ficou empatada no número de erros. Mas, sempre quem perdia, levava uma bambuzada daquele que ganhava...de levinho, só mesmo pra brincar.
Rimos muito!

5° vídeo #mesaposta

https://youtu.be/uE2S4Lcap8I?feature=shared   Espero que você goste!