terça-feira, 13 de outubro de 2009

Zé na China...mais uma história inacreditável.


Essa aconteceu há uns 3 anos atrás.

Tava o Zé numa comitiva da Empresa visitando os cafundós da China. A cidade se chama Erdos e fica na divisa da China com a Mongólia. Região que eu sou apaixonada. Ainda vou à Mongólia um dia. Se me sobrarem dias de vida, porque pela minha gula de viajar, os muitos que ainda me restam, se Deus quiser, vão ser poucos pra tanta coisa.

Mas continuando... A região se chama Inner Mongólia.

A cidade tem um dono. Tudo é dele. A imensa Fábrica de Ferro Ligas, o imenso Hotel, a imensa Fábrica de Cashemir. Aliás a maior da China e cujo nome é ERDOS. Tudo imenso, inclusive o imenso deserto de onde surgia como que por milagre, tudo isso.

Chegaram e ele super cansado tomou um banho e foi abrir seus imeios. Nada do computador funcionar.
Ligou pra recepção e pediu um técnico. Ah! Esqueci de dizer que naquele lugar há meia hora do fim do mundo ninguém falava inglês exceto o dono de tudo, que aliás tinha se formado em Cambridge! Vai entender como!

Acredite se quiser.Dez minutos depois batem à porta, ele abre e uma chinesa toda faceira mas meio suspeita se apresenta. Ele pergunta: você é o técnico do computador? (santa inocência...)
Ela então mostra um papelzinho com três valores, onde ele foi lendo e ela acompanhando com gestos pra garantir o entendimento.

Aqui uma pausa prá explicação. Vamos chamar os personagens a seguir de amigo e amiga.

1) 1.000 yens: e aponta pro amigo dele e pra boca 1, 2, 3, dela.

2) 2.000 yens: e aponta pra boca dele e pra amiga dela

3) 3.000 yens: e aponta pro amigo dele e pra amiga dela.

Ele pensou: meu Santo Deus, onde vim parar... Deu um sorrisinho amarelo como os nativos e balançou o dedo negando. Fez várias reverências como eles fazem agradecendo, e indicou para o computador mostrando o polegar pra baixo querendo dizer: o computador não funciona. Preciso de alguém pra fazer funcionar.

Ele não sabe o que ela entendeu, só sabe que ela saiu rapidim, e mais rapidim ainda voltou mostrando a tabelinha de trabalho dela agora com um reajuste e uma promoção. Ou seja: apontava para o nº 3 e para o nº 2 e mostrava o preço do nº 1. Dois serviços pelo preço do serviço mais barato. Uma verdadeira pechincha.

A essa altura do campeonato já eram 2 da manhã, ele dizia e fazia gesto de não, ela insistia, ele abria a porta e tentava colocar ela pra fora ela fechava a porta e ficava, enfim. Veio pra trabalhar e não queria perder a viagem. Ele dizia não e ela insistindo, ele abrindo a porta para ela sair e ela fechando a porta. E entrou de vez e plantou-se no meio do quarto, não desistia.

O Zé liga pra recepção e chama o chinesinho pra ver se se salvava daquela situação.
O china vem e o Zé fazendo gestos tenta explicar a situação e que era pra ele sumir com a moça do quarto. O chininha só apontava pra ela e fazia o sinal de positivo, tipo assim, esta é boa... Não teve jeito.

Tirou 1.000 yens da carteira, deu para eles e os empurrou porta afora.

Os três dias que ficou lá não tocou mais no computador. Que mêda!!!!!!!

Por falar em Soter Pádua...


Soter Pádua um amigo muuuuiiito querido, era o mestre de tiradas fabulosas.

Uma campeã dele.


Podia ser um filho, um neto, um amigo, não importava. Chegava pra ele e dizia: Vô, vem cá xô te apresentar um amigo. E ele na lata: quero não. Já conheço gente demais!!!!rrsssrrssss............


Claro que um minuto depois já era considerado pela pessoa como seu melhor amigo.


Saudades...

Bem feito! Quem mandou ser preconceituosa?




Tenho uma grande amiga da Costa do Marfim. Já veio ao Brasil 3 vezes e em duas fui acompanhando pra ela conhecer, São Paulo, Rio, Brasília, Porto Seguro, Ajuda, Salvador, Belo Horizonte, Ouro Preto,Foz do Iguaçu e fomos até Buenos Aires.

Ela é louca por jóias. E compra. Muito. Em todas as cidades e em todos os aeroportos tinha parada certa em joalherias. E ela sempre saia com um conjunto. Gosta de conjunto. Anel, colar e brincos.

Observei que nas cidades mais turísticas e em aeroportos, fomos mais bem recebidas.

Ela não fala uma palavra de portugues e é negra. Uma africana da gema. Lindíssima.

Aí chegamos a um shoping em Belo Horizonte.

Ela é super objetiva e sempre dá uma andada lenta pela vitrine e já entra decidida.Sabendo o que vai comprar.

Vitrine, olhou, escolheu, entramos. Já fomos olhadas meio de banda. Uma com cara de pobre, eu, outra criola e muda.

Bom falei: minha amiga quer ver aquele conjunto X da vitrine. A moça contidamente educada sumiu e voltou com o anel. Minha amiga experimentou e gostou, olhou pra mim e eu disse: ela quer o conjunto. A moça some e volta com os brincos. Gostou ficou. E foi aí que ela abriu a boca pela primeira vez e disse: porque será que ela não trás tudo de uma vez pra eu ver? Eu disse pra moça: ela quer ver o colar. Nisso meu saco já tava chegando na lua. A moça ouvindo ela falar em francês se entusiasmou. Trouxe o colar, ela gostou e perguntou se podia pagar no cartão ou preferiam cash. A tolinha da vendedora vendo que a coisa tava boa pro lado dela, falou pra mim: veja se ela quer ver mais alguma coisa, outros conjuntos, aceita um cafèzinho? refrigerante? e antes que ela continuasse eu disse: fale você com ela. Eu não vou traduzir mais e você acaba de perder uma grande chance de ganhar uma boa comissão se não souber falar francês ou inglês.

Só ficou naquele conjunto porque a vendedora não falava outra língua além do portugues.

Devia ter mostrado tudo antes.

Espero que tenha aprendido a não julgar pessoas pela aparência.

Respeito é bom e eu gosto. Todos gostamos.




Talvez em qualquer lugar do mundo as pessoas sejam "julgadas" pela maneira como se vestem. Você saca de qual bairro, qual tribo, qual turma uma pessoa vem, pela roupa. Ou pelo menos tem uma idéia.


O que eu não acho legal, aliás me deixa muito brava é o que acontece em muitos estabelecimentos comerciais, bancos, hotéis aqui no Brasil. Você é logo bem vindo ou invísível dependendo do que estiver usando.

Normalmente eu sou invisível. Posso saracotear pelo lugar por vários minutos sem ser incomodada...rsrs...


Falo brincando com meus amigos mas é sério: eu com essa cara de pobre sou invisível na maior parte dos lugares aqui no Brasil. E quando sou atendida, até que prove o contrário não sou bem recebida. Provar o contrário quer dizer: tenho realmente grana pra comprar o que to procurando.


Tenho vários causus pra contar sobre minha experiência nesse campo e vou começar com este aqui.


Estava em Hong Kong passeando, cidade por sinal muito interessante. Um calor danado, eu de bermuda, camiseta regata, sandália e mochila nas costas. Estava com uma amiga, e enquanto ela entrava em um lugar fiquei olhando uma vitrine de uma joalheria. Como já trabalhei com pedras preciosas no Brasil, tava impressionada com o tamanho de uma esmeralda em um colar. Sei que é uma pedra difícil de trabalhar por ser muito frágil. Então aquele colar me chamou a atenção.


Não é que vem um senhor lá de dentro, todo engomado, chiquérrimo e me cumprimenta todo gentil! Tinha até um tipo fantasiado de soldado na porta com um uniforme lindo e ele nem piscava.
Esse senhor chegou prá mim e disse: gostou da jóia, pelo que pude observar... Eu, já acostumada a ser invisível no Brasil achei estranho. E ele continuou. Entre, vou te mostrar. E eu, não obrigada, só estou admirando mesmo porque...etc...etc...expliquei. E disse mais. Além de ser uma jóia que não usaria, nem grana pra comprar eu tenho, falei rindo. Ele nem ligou. Fez questão que eu entrasse, abriu cofre, tirou a jóia, me mostrou, conversamos, tomei suco, água gelada, enfim fui muito bem recebida. Dei bye e ele ainda me acompanhou até a porta.


Fiquei pensando: porque será que ele fez isso?E já tinha uma resposta. Em uma cidade como Hong Kong, por onde passam centenas de milhares de pessoas de todos as etnias eu poderia ser qualquer uma delas. Uma milionária excêntrica americana , uma princesa de algum pais africano, uma pesquisadora de jóias ou mesmo uma turista comum que gosta e compra.


Por dúvida das vias eles atendem bem a todo mundo.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Ninguém quer saber qual é minha religião.


Quando eu digo que aqui no Brasil ninguém pergunta qual é nossa religião, o povo lá fora custa a crer. Outra coisa que ninguém pergunta é o sobrenome. Como você se chama. Iêda. E ponto.

As perguntas que rolam são: mora onde? onde nasceu? gosta de que música? qual seu signo? no Rio perguntam qual a Escola de Samba. E a campeã .... qual é o seu time?

Eu tava esperando minha sobrinha chegar de viagem no Aeroporto de Orly em Paris. Era uma sexta feira, o domingo do muçulmano.


Fui até aquele placar de parede pra ver se o vôo tava na hora, e tinha um árabe vestido com aquela camisola, o gorrinho, também olhando. Vestido com uma roupa típica deles. Junto com ele 2 filhos correndo pra lá e pra cá.

As crianças perguntavam se a mãe tava chegando e vi o nome da cidade que eles estavam observando. Nunca tinha ouvido falar. Naturalmente, perguntei pro moço. Você é de onde? Tunísia. Ah. Porque nunca ouvi falar nessa cidade. Onde fica? E começamos a conversar. Derrepente ele disse: você não é francesa né? Como aprendi francês em Paris falo com o sotaque do parisiense (segundo eles) então ele elogiou meu francês, obrigada, mas sabia que eu não era dali. Disse que era brasileira. Ele: sabia!!! Francês já não é muito de falar com árabe ainda mais quando estamos com nossa roupa, então logo vi que você não era daqui. Principalmente depois do 11 de setembro viramos um perigo! e rimos...

E ficamos papeando bastante, até que o vôo dele chegou antes do meu, e ele se foi.
Ele ficou muito surpreso quando eu disse que a gente tá pouco ligando sobre essa preocupação de onde você veio. Falei do Saara no Rio, da Rua dos Caetés em BH, e outros causos.

Eu Iêda, acho que o nosso maior problema é com grana. Nosso preconceito é com dinheiro. Tendo ele, podemos ser brancos, pretos, feios, bonitos, católicos, budistas não importa.
Tamo dentro.









Quem é essa senhora? Nossa Senhora, ora!!!!



De repente dentro do metrô em Paris apareceu um carinha e começou a conversar comigo. Até aí tudo bem, menino novo, árabe, recém-chegado da Tunísia, querendo se enturmar. E me comer. O que foi declarado poucos minutos depois. Mocinho mais objetivo e direto nunca vi.


Falei não, obrigada pela preferência mas não quero não. Mas não adiantou. Ele grudou no meu pé.


Mania de brasileiro querer ser gentil dá nisso. Aposto que não pegaria no pé de uma francesa. Ela não dá papo. Ok.


Saí do metrô e o Mané atrás de mim. Não desgrudava mesmo. Eu fui seguindo meu caminho e ele só no papo mole.


Quando passamos em frente a Notre Damme, resolvi dar um perdido nele e disse: "Até logo procê. Vou passar na Notre Damme".


No que, pra meu grande espanto, ele pergunta: "Quem é essa senhora?" Eu fiquei meio pasma olhando pra ele, mas não demorou muito pra eu raciocinar e foi bom esse tempinho, porque ia dar um cacete nele. Como pode não saber quem é Nossa Senhora?


Não disse nada porque perguntei a mim mesma : "Você sabe alguma coisa sobre a religião dele? Eles tem santos? O que tem dentro de uma mesquita?" E foram aparecendo mil perguntas sem resposta.


Muito legal e muito doido a gente ir descobrindo culturas.


Quanto ao Mané, não me lembro como me livrei dele.


Só me lembro muito bem, que não dei.


Ps:. Essa foto linda foi uma homenagem ao Rio, no ano do Brasil na França.

Fazendo o "Para Casa" lá fora. Fora mesmo. No parque.


Boa dica pra quem vai estudar no exterior.Minha amiga Vera e eu fomos pra NY uma época e ela entrou num curso de inglês.
Tinha aula pela manhã e à tarde. Almoçava na escola ou em algum lugar lá perto e voltava pra segunda etapa da peleja.
E descobriu um dia sem querer uma forma muito legal e prazeirosa de estudar e fazer os exercícios, quando sentou no Central Parque pra lanchar e foi tentando ao mesmo tempo ir fazendo um exercício do livro. Derrepente senta um senhor perto dela. Ela continua no lanche e na leitura.
Não precisa ser nenhum gênio pra descobrir quando a gente tá engatinhando numa língua. O senhor deve ter se compadecido dela, e 10 minutos depois estavam estudando juntos. Um barato.
Aí a Vera tomou gosto. Daí pra frente ia pra qualquer parque qualquer banco de praça e começava a estudar. E escolhia lógico se sentar com um idoso. Que é a turma que tá garrada na aposentadoria sem muito programa, porque lá como aqui a grana é curta, e duidinha pra uma prosa.
Se ela se sentava perto de alguém e ficava demorando a ajuda, ela mesma já pedia. Era só dar o start. Perigava as vezes de perder a aula da parte da tarde porque quase sempre o papo era muito bom.

O provérbio não nasceu pra todos.


Me lembro de um amigo que foi estudar no norte do mundo. Naquele lugar que rola frio a maior parte do ano e o sol quando aparece vem fraquinho, parecendo que tem vergonha de mostrar a pouca força que ele tem lá, pra esquentar o povo ávido de calor.
É muito bom ver o europeu aproveitando o sol. Basta ter uma fresta pra ele logo ir se chegando, puxando o decote colocando os braçinhos prá fora.
Então um professor pediu pra turma escrever sobre não me lembro qual o tema, e meu amigo escreveu bonito e finalizou com uma frase que ele achou seria grande de efeito:
"O sol nasce pra todos e a sombra pra quem merece".
E que grande efeito...pra que! Não deu outra. Foi um bafafá e uma discussão interesantíssima que durou por muito tempo.
Imagine eles tentando entender que aqui a gente procura uma sombrinha até do poste enquanto espera um onibus. Eu já tentei andar uma vez no Rio 40º em sombra de fio de luz. Juro por Deus.
Sem havainas não dá pra ser feliz naquela areia pelando.

domingo, 11 de outubro de 2009

Quatro num quarto e sala. Mas estávamos em Pariiiissssss!!!!



Foi um tempo de peleja, com muita correria, trabalhávamos de sol a sol, vivíamos bem apertados mas a gente ria muito. Ria demais. Era muito bom.

De manhã o último que saia pra trabalhar já tinha ouvido três despertadores tocar. O seu era o quarto. Barulho de porta abrindo e fechando, chuveiro, rádio ou tv, cheiro de 4 perfumes diferentes, coisas caindo. E naquela falta de espaço.

Só mesmo quando a gente é novo! Hoje das duas uma: ou eu me enfartava ou fica doidinha.

Aí uma das 3 arrumou um namorado. Só Deus sabe como porque ela não falava praticamente nada de francês ainda, e o moço de português não conhecia nada.

E trouxe o Mané pra jantar.

Enquanto espera o jantar toma alguma coisa, vê tv, depois jantar, cafèzinho, sobremesa, até aí foi indo. O francês foi no bolo. Esqueci de dizer que era uma quarta feira. Todo mundo pulava cedo da cama na quinta. Nós as garotas dormiamos no quarto e o nosso amigo na sala.

Tira mesa lava louça, já quase 11 horas e o casal sentadinho de mãos dadas e mudo. Então começa o vai e vem prá deitar. Uma toma banho, diz bye e vai pro quarto. A outra fica mais um pouco tenta animar uma prosa mas os olhinhos fechando diz bye e vai dormir.

Ficamos eu e meu amigo. Ele me olhava como quem diz: tá phoda. Como a gente vai fazer pra ele ir embora?

Eu ia toda hora pro quarto pra rir, não aguentava, porque minha amiga fazia aquele olhar de ódio vendo a gente falar em portugues e fazendo o príncipe dela de bobo.

Meu amigo olhava pro sofá, sua caminha, e falava: quando que esse Mané vai tirar a bunda da minha cama meu Deus? Eu ria, não aguentava... A situação era engraçada demais.

Até que uma hora eu disse: vou dormir. Não aguento segurar mais essa. Isso já passava de meia noite. Nessa hora o meu amigo criou coragem, pegou a jaqueta do Mané, pendurou na porta do banheiro que dava pra sala e disse pra ele: você vai me desculpar mas eu vou tomar um banho, é rápido. Mas vai que nesses 5 minutos você vai embora, então já vou me despedir. Estendeu a mão e se despediu dele.


Quando saiu do banho sua caminha tava esperando por ele. Sozinha.
Ps.: e acreditem que recebemos muitas visitas nesse cafofo? As vêzes eram 3 de uma vez. E ninguém nunca reclamou. Afinal estávamos em Paris.

E LÁ VAI O DIMDIM!

E o dindin que você doou vai virar Q uero ver se até segunda-feira mando o dindim dos presentes dos tiukinhos. Ainda não mandei porque tem u...