A gente não precisa esperar acontecer uma grande catástrofe pra ajudar. Melhor prevenir.
domingo, 17 de janeiro de 2010
Cumé qui pode ser bom assim !!??
Millôr falando sobre a saída do Brasil.
" Pro Brasil sair do buraco em que se meteu, falta apenas um plano feito com sentido patriótico, correta visão de nossos problemas com penetração, estruturação e objetivo. A partir daí, é só conseguir o apoio total das forças militares, a cooperação generosa de todas as corporações industriais, a colaboração desinteressada e altruística dos partidos políticos, a compreensão e divulgação imparcial pelos meios de comunicação, o encarceramento sumário de uma centena de ladrões notórios ( e outro tanto não tão notórios ), receptividade por parte da filantropia dos bancos internacionais e, por último, o povo mostrar que tem descortino político e capacidade física pra deixar de comer mais meia dúzia de anos."
Demorei pra copiar, porque não conseguia parár de rir.
Detalhe muito importante: peguei no Millôr definitivo - A Bíblia do Caos, publicado em 1994, mas só Deus sabe quando ele escreveu isso aí.
Perguntinha só por perguntar: "Você ainda tem esperança?"
O pior de tudo, é que EU tenho.
sábado, 16 de janeiro de 2010
Arco do Triunfo - imponente, resistente, frágil, soberano!
Mais uma coisa que precisamos muito aprender com os franceses, é a conservação e manutenção de nossos monumentos. Cuidar deles com o maior carinho, porque, afinal, dali entra muita grana pros cofres do país.
Já vi o Arco, Notre Damme, a Torre, muitas vêzes cobertos completamente, por meses seguidos, porque estavam passando por reformas. Não importa se vai ter turista puto porque não pode tirar a foto sem um guindaste ou rede ilustrando. O francês não quer nem saber. O que importa é que o próximo admirador de monumentos o encontre em perfeito estado.
Falando hoje sobre o Arco...
Já vi o Arco, Notre Damme, a Torre, muitas vêzes cobertos completamente, por meses seguidos, porque estavam passando por reformas. Não importa se vai ter turista puto porque não pode tirar a foto sem um guindaste ou rede ilustrando. O francês não quer nem saber. O que importa é que o próximo admirador de monumentos o encontre em perfeito estado.
Falando hoje sobre o Arco...
A sua imponência se sobressai mais ainda, porque ele fica no centro de uma praça, com seus 50m de altura e 45m de largura, rodeado por doze suntuosas avenidas. Propositalmente feito pra arrasar e deixar sua marca na história, por um nanico megalomaníaco. Típico, né?
Foi construído com um tipo de pedra porosa, então, constantemente, precisa ser inspecionado, por conta de infiltração de água de chuva; sua maior inimiga. Ao primeiro sinal, já fecham tudo e vão se ocupar daquele risco que ele tá correndo. Nem o médico mais atencioso, consegue ter tanta inquietação com a saúde do seu paciente, quanto o francês com seus tesouros.
Tem um fato pitoresco que, se você ainda não observou, quando for conhecer ou visitar de novo o Arco, preste atenção. Existem muitos buracos nele. Principalmente, nas esculturas de pessoas, muitas com olhos e dedos furados que não são restaurados de propósito.
Seguinte:
Na segunda guerra, quando da ocupação de Paris pelos alemães, os casarões que ficam em torno da praça, foram desapropriados pra servir de moradia dos soldados.
Nas horas de folga, a negada ficava fazendo tiro ao Arco, pra exercitar a pontaria. Tiro no olho do outro é refresco, né? Quanta ignorância, quanta falta de respeito a um monumento público! Mas, dizem que guerra é guerra. Essa merda ridícula ainda tem muitos adeptos pelo mundo todo até hoje, e, acho, que vai estar na moda pra sempre, quer dizer, um dia o ser humano vai ser extinto desse planeta, e então a natureza e as belezas criadas pelo homem vão viver em paz.
Não vão precisar de ninguém pra admirá-las. Elas vão se sustentar imponentemente sozinhas, muito bem obrigado.
" Quando viajamos, se restabelece a harmonia original que existiu um dia entre o homem e o universo." Anatole France
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Mico no deserto : xixi no saco plástico !
Já falei aqui sobre a dificuldade que temos, neste planeta, em quase todas as cidades, de encontrar um lugar pra fazer xixi quando estamos na rua. Verdadeira peleja e até humilhação ficar pedindo por favor em um restaurante, loja ou bar.
Agora, imaginem vocês o que não é ficar apertadinha de vontade no Iraque. Estrutura zero! Não digo quando estávamos na estrada, porque aí era simples; o deserto, imagino, até agradecia.
Então, lá vai um big mico de uma amiga, que não conto o nome pra não perder a colega...hehehe.
Estava ela naquele calorão de 100º, esperando, dentro do carro, um amigo que foi resolver um problema em um órgão público. Aqui o sistema já é moroso, triplique então o tempo.
E foi fondo, foi fondo, calorão, vidros hermeticamente fechados pro ar condicionado não vazar uma grama, mesmo assim o suor descia rosto abaixo.
E a vontade apertando. Ela olhava pra todos os lados e não via a menor possibilidade de resolver seu problema.
E, ainda, passando o desconforto de ser observada pelo lado de fora do carro, como se ela fosse um bichinho na jaula em pleno zoo. As pessoas lá, homens ou mulheres, encaravam mesmo, porque, pra eles, éramos verdadeiros ET's.
Esqueci de dizer : essa cidade era Ramadi, que fica a 1 ou 2 horas de Bagdá. Acho que é uma das melhores do país mas as ruas são sem calçamento em sua maioria, esgoto a céu aberto na maior parte delas. Muito sujo, muito pobre. Agora, depois de todos os bombardeios sofridos pela guerra contra os EUA, não consigo imaginar como pode ter ficado. Como diz uma outra amiga, quando escuta a notícia que bombardearam alguma dessas cidades que conhecemos bem, dizendo que a cidade foi arrasada, ela pergunta: "Como assim, arrasada? O que pode ter sido feito pra piorar mais ainda?"
Minha amiga foi ficando tão louca que começou a procurar, dentro do carro, algum objeto que pudesse ajudar na solução do seu problema.
Deus seja louvado!
Encontrou!
Um saco plástico. Eita! Acertar um saco plástico já é difícil, agora imagine dentro de um carro, com calor e ainda despistando pra não ser flagrada naquele ato em público.
Pra encurtar a conversa, ela consegui. Rezou aos céus em agradecimento. Alívio total!
Ao invés de deixar o saquinho ali mesmo, tranquilo, quieto, não, a esperta resolveu se livrar dele. Pensou: "Jogo pela janela, despistado, quando ninguém tiver olhando." Afinal, mais um saco plástico, no meio daquela zona, não iria fazer grande diferença.
Deu um bom nó na boca do saco, esperou, esperou, esperou o bom momento e zápt! Mandou ver com bastante força, pra ele cair bem longe do carro.
O saco explodiu quiném uma bomba no vidro fechado, provocando uma chuva em pleno deserto, num dia de céu azulinho sem nem uma nuvem pra contar a história.
Nem precisa contar o resto, né não?
" O que dará maior satisfação à sua alma do que andar livre sem reconhecer superiores?" Walt Whitman
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Crianças brincando no parque. Duplas, trios, pencas.
Da última vez que morei em NY, fui babá de uma garotinha fôfa, filha de filipina com americano. Como a raça de olhinhos puxados parece ser mais forte, ela era uma filipinazinha linda. Já falei sobre ela em um outro post, mas, se hoje estou falando de novo, é só pra apresentar o que quero contar.
A mãe queria que ela aprendesse francês, então eu só falava francês com ela. E como ela ficava a maior parte do tempo comigo, ficou craque . Entendia tudinho que eu falava e saíamos pra passear todos os dias.
Eles moravam na Segunda Avenida com Rua 86.
Então, em nosso programa tava incluído ir a um parque na beira do rio. Uma delícia, um lugar lindo! Ela amava. Íamos também ao Central Parque e ao Museu de Arte Moderna. Entrava com carrinho e tudo, pagava 25 centavos, porque, quem tem grana pra dar a museus, é o Rockefeller, não eu, e, às vezes, sentava em frente a um Van Gogh enquanto dava uma mamadeira.
Mó cultura desde pequetita.Voltando aos parques, o que mais me chamou a atenção, nessa época, foi a quantidade de gêmeos e trigêmeos.
Mas, não era um casal ou outro de gêmeos, ou um trio ou outro, eram muitos. Eu não conhecia carrinho pra quatro bebês e lá tinham vários. Pra três também, mas, a maioria, era de carrinhos pra dois.
E, como nos encontrávamos todos os dias, crianças e babás acabavam ficando amigas. Era um papo só, troca-troca de lanche, brinquedos e confidências. Todas as babás com seus problemas e cada uma ficava sabendo muito da vida da outra.
E, com isso, fiquei sabendo da história dessas "crianças em penca".
Nos gêmeos, tinham muitos com problemas físicos. Isso me impressionou muito. Fiquei amiga de duas duplas e os quatro eram deficientes. Tinha também um outro casal; a menina sem problemas e o menino com deficiência e eu ficava querendo entender o porquê.
Não queria que esse papo ficasse sinistro, mas me lembrei dessas crianças e achei interessante falar sobre elas.
Aqui no Brasil, como não frequento parques e locais com criançada, não sei como anda a coisa. Sei que tem muita gente tendo gêmeos e até trigêmeos. Só não tenho informação sobre crianças com problemas físicos. Não sei se por aqui também tem acontecido isso.
A assistência hospitalar e escolar, pras essas crianças, nos EUA era muito legal. Tô falando de pessoal de classe alta, porque, sei muito bem, que o sistema de saúde americano é complicado. Não é lá essa Brastemp. Só funciona pra quem tem grana. E muita grana mesmo!
As crianças tinham todo tipo de atendimento; em casa e até no parque. Enfermeiras, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais. Vi, inclusive, exercícios sendo feitos no próprio parque. Mesmo assim, sempre sobrava pra gente, que estava com bebê sadio, dar uma ajuda. Segura um enquanto troca a fralda do outro, dá esse biscoito, enquanto eu levo aquele no balanço. Uma verdadeira maratona.
E vi muitas mães darem uma passadinha no parque, fugindo rapidamente do trabalho, só pra dar um alô, um beijo nos seus filhotes com um amor, um carinho enorme.
Criança é a coisa mais linda do mundo. Pena que nós, os adultos, atrapalhamos muito a cabecinha delas desde cedo, já colocando preconceitos e restrições quanto ao seu semelhante. Pena mesmo! Porque, a minha pequenina, por exemplo, nunca percebeu que os coleguinhas tinham problema. Brincava, ajudava, pegava brinquedo no chão, mesmo se os pequenos deixassem cair várias vezes. E se divertia. Sem preconceito algum. Ainda não conhecia a palavra e o triste sentido dela.
Os pais se desdobravam com enfermeiras e babás pra dar conta da turma. Dois ou três de uma vez, já não é fácil, mas, com problema, piora muito.
Algumas duplas ou trios tinham duas babás.
Outra coisa que observei : a maior parte das mães era acima de 35 anos e, essa filharada toda, foi concebida com tratamentos de fertilização.
Andei lendo que, só agora, depois de muitos anos que estourou esse boom de fertilização, e, que as crianças começam a chegar na adolescência, vai-se poder começar a conhecer e ver resultados de estudos sobre os prós e os contras desta forma de concepção, quer dizer, esses bandos estão sendo estudados há anos, e, como toda pesquisa precisa de, no mínimo, uns dez anos pra começar a dar resultados, eles estão sendo observados e os problemas sendo conhecidos aos poucos.
Da mesma forma, ainda vai demorar um pouco, pra gente ficar sabendo, como será também o futuro da criançada nascida de barriga de aluguel. Essa é outra história! É fato que, a cada dia, está ficando cada vez mais natural e comum.
Até procurei no Google informações sobre essas pesquisas, mas, é assunto demais e muito mais complexo do que eu podia imaginar. Não dá pra meter a colher-de-pau e, muito menos, palpitar sem ter fundamento.
" Toda a minha vida, as paisagens novas me fizeram sentir-me feliz, como uma criança." Marie Curie
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Avião se espera na sala de espera
O tempo passa rápido demais. O tempo voa.
Principalmente quando estamos numa situação fora da rotina. Como em um aeroporto por exemplo. Não importa a situação, se vai ser uma viagem de negócios, de férias, passeio, diversão ou mesmo pra socorrer um amigo que precisa. Você está fora da sua rotina. Fique atento.
No momento que chegamos no aeroporto, a cabeça já começa a rodar diferente. Muita gente, muito trança-trança, malas, filas e a gente não se dá conta do tempo.
Por que esse blá-blá-blá todo? Exatamente pra te alertar que, tô cansada de ver pessoas perdendo voo em aeroporto e até na sala de espera.
Por que esse blá-blá-blá todo? Exatamente pra te alertar que, tô cansada de ver pessoas perdendo voo em aeroporto e até na sala de espera.
Babou, dançou!
E, se você tava ali naquele momento, é porque era o momento de viajar. Se perde um voo, nunca vai saber se consegue um outro tão próximo quanto você deseja, fora a canseira e mesmo uma despesa extra que pode rolar. Você não precisa passar por esse aborrecimento se ficar atento. Voltar pra casa quando já devia estar no destino é uma frustração de dar dó.
"A fila do check-in está enooooorme ...vou dar uma voltinha. Ver as lojas." Isso lá é hora de ver as lojas, cara pálida! Entre pra sala de embarque e fique tranquilo, só depois disso, poderá olhar as lojas com calma, mas, sempre com o ouvido em pé escutando as informações passadas pelo alto-falante.
E, se você tava ali naquele momento, é porque era o momento de viajar. Se perde um voo, nunca vai saber se consegue um outro tão próximo quanto você deseja, fora a canseira e mesmo uma despesa extra que pode rolar. Você não precisa passar por esse aborrecimento se ficar atento. Voltar pra casa quando já devia estar no destino é uma frustração de dar dó.
"A fila do check-in está enooooorme ...vou dar uma voltinha. Ver as lojas." Isso lá é hora de ver as lojas, cara pálida! Entre pra sala de embarque e fique tranquilo, só depois disso, poderá olhar as lojas com calma, mas, sempre com o ouvido em pé escutando as informações passadas pelo alto-falante.
Aquela voz pode estar dizendo que, você que tá aí sentadinho esperando seu voo no Portão E, tem que se mexer porque seu voo mudou pro Portão K, que fica ... lá no fim do mundo. Corre pra lá.
Um amigo que tava viajando domingo, do Rio pra Bahia, não tomou café-da-manhã e tava faminto, foi comprar uma coisinha pra comer, enfim, era um voo internacional (e ele não sabia) que ia fazer parada em Salvador e, quando foi embarcar, tava levando 1 barraca de camping na mão, o detector apitou teve que sair, despachar a barraca.
" -Não pode mais despachar ... encerrou..." Corre ele pra embarcar novamente,
porta do avião fechada ...
Ficou na porta do avião, no sufoco, esperando pra ver se iam abrir a porta... abriram e ele entrou...
E a barraca? Não foi. Por sorte a amiga que o tinha levado pro aeroporto ainda não tinha voltado, e saiu carregando o estorvo da barraca de volta pra casa.
Conclusão : Avião se espera na sala de embarque... nada de ficar passeando pelo aeroporto e deixar pra embarcar em cima da hora ......
Hoje em dia, não tem mais aquela tranquilidade de 1 ou 2 voos por dia, sei lá pra onde. Aeroporto virou rodoviária. Aquela muvuca. Tralhas demais, gente demais.
E, com isso, devido a atrasos, mudança de tempo, os aviões mudam o local de embarque e desembarque o tempo todo. Fiquem atentos!
Outro amigo, na semana passada, na passagem pelo raio x tirou TUDO do bolso e até os sapatos. Quando mandaram tirar o cinto, ele, apressado e nervoso, encrencou, foi preso, perdeu o voo, terá que responder processo por desacato. Peleja !
Outro amigo, na semana passada, na passagem pelo raio x tirou TUDO do bolso e até os sapatos. Quando mandaram tirar o cinto, ele, apressado e nervoso, encrencou, foi preso, perdeu o voo, terá que responder processo por desacato. Peleja !
Eu nem sabia que isso dava processo. Você sabia? Pois é, agora, cada dia tem uma lei nova, brigando contra os terroristas, a gente levando ferro, então não dá mais nem pra ficar brincando. Você pode ser levado a sério e se dar muito mal.
Outro amigo, ainda na semana passada, indo de BH pra NY.
Não adiantou saber que, devido a tanta revista feita nos passageiros, o tempo perdido com cada um tá muito grande. Precisa chegar bem antes da hora. Acreditou na sorte, chegou com 1 hora de antecedência e o check-in já tava fechado... e não tem mais voo, nem hoje, nem amanhã, nem depois, todos lotados, só Deus sabe quando. Aquela peleja! Conversa daqui conversa dali, conseguiu alguém muito gentil que ia ver se enfiava ele num voo no dia seguinte, enquanto isso seu voo voava lindo, leve e solto, já há quase 1 hora.
Pois não é que, enquanto tentavam encaixá-lo num outro voo, alguém passou mal no avião, o danado voltou, despacharam o tal passageiro e ele ocupou a vaga do pobre coitado? Esse deu sorte mesmo !!
Mas essa sorte (do meu amigo) nem sonhe em contar com ela. Um caso em milhões.
Então povo, abram seus olhos.
Mais um lembrete : nos voos internacionais, o check-in fecha 1 hora antes do voo. Fecha mesmo! Você precisa chegar realmente com 3 horas de antecedência, principalmente, se o destino for EUA onde a revista de bagagem de mão e de cada pessoa é feita minuciosamente e toma muito tempo.
Assim, aquela piadinha do passageiro que, quando foi perguntado pelo mané da alfândega: "Tudo jóia?"
E ele respondeu: "Não, só cocaína". Não tem mais graça nenhuma.
Nem sonhe em brincar com isso.
" Amo as nuvens... as maravilhosas nuvens que vão passando lá embaixo."Charles Baudelaire
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Já não sinto mais saudades como sentia há anos atrás
Sempre que tava morando fora do Brasil, aconteciam duas coisas que se repetiam. Era automático. Mesmo que eu nem estivesse pensando.
Uma era sonhar com pessoas que já não tinha contato há muitos e muitos anos ou com pessoas da minha infância e adolescência. Uma doideira ! Voltava na minha cabeça a turma toda que já morreu, realmente uma volta ao passado. Muito interessante mesmo! E tinham os sonhos que se repetiam, sonhos que aconteciam só quando tava longe na terrinha.
Alô Freud! Dá pra explicar essa?
Outra coisa era : passava a semana toda no turbilhão de trabalho, correria, sobe e desce, chegar em casa e dar uma geral, fazer comida, fazer compras, aquelas coisas normais. No sábado, normalmente, era dia de fazer reposição de geladeira, lavar roupa, dar faxina na casa, aqueles afazeres que só dão prazer e alegria.
Mas, quando chegava o domingo, o bicho pegava. Se ficasse em casa, o salário ganho na semana ia todo pra cia telefônica local. Garrava a ligar pra todo mundo. Uma conversa puxava a outra. Um amigo ou parente fazia lembrar de outro e passava o dia no telefone. Era um tal de desfolhar a agenda de A a Z. Uma delícia !
Essa história toda tô contando porque, tava pensando, agora, em como os tempos mudaram. E mudaram numa velô de assustar. Outro dia mesmo, telefonar era muito caro. Se quando a gente atendesse o telefone, viesse aquele sonzinho super conhecido, que sabíamos que era Brasil, já podíamos atender sentados porque lá vinha merda. Raramente alguém ligava pra papear ou só pra matar as saudades.
Hoje, a gente conversa o dia todo pelo msn ou skype, ou mesmo por imeios e telefone, pra Deus e o mundo em qualquer lugar do mundo. Meu amigo lá do Nepal sabe o que almocei hoje, sei que ele comprou um sapato novo, minha amiga que mora na Suiça e que tá voltando agora pra casa, disse bye pelo telefone, chegando em Sampa nos falamos de novo se ela se esqueceu de algum recadim e, amanhã, quando eu acordar, ela já vai estar no msn, contando sem nem falar "Oi! Tudo bem?" que o voo foi uma peleja, atrasou, mil revistas etc e tal. E, sem a menor cerimônia que a distância poderia oferecer, diz "tô saindo pra comprar comida porque, um mês fora de casa, não tem nem leite pra tomar.
Bye. Até mais tarde."
A minha preguiça mental, pra reflexões em geral, não me deixa questionar se antes era bom e agora ficou melhor, ou se agora piorou, ou se tenho saudades de antes, ou sei lá mais o quê.
Deixo pra vocês essa parte.
Então, quando eu digo que saudade, surpresas, emoções fortes nos encontros depois de grandes ausências, frio na barriga ou mesmo dor de barriga, porque vamos conhecer um outro país ou outra cidade, já não acontece mais, as pessoas pensam que tô exagerando. Não existe mais aquele abraço de quebrar costelas de taaaannnta saudade.
Existe?
" Não nasci para ficar fixo em um único canto. Minha pátria é o mundo inteiro." Sêneca
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Morar em um Kibutz. Onde??? O que é isso?
Monumento em homenagem a Yad Mordechai
Minhas crianças fôfas, hoje adultos
Meu querido Yad Mordechai Já falei sobre a vida em Kibutz e volto a falar novamente, porque várias pessoas me pediram mais detalhes.
Se você já não sai de sua terra com um Kibutz escolhido, pode fazer isso no escritório geral em Telaviv.
Kibbutz Program Center
Volunteer Dep. of the kibbutz movement
6 Frishman st., Tel Aviv
Tel: 972-3-5246156
Fax: 972-3-5239966
http://kibbutzvolunteers.org.il/
" Quando viajamos, o tempo adquire uma dimensão diferente e, cada momento, se transforma numa experiência única." Henrietta Brown
Quando digo que já morei e trabalhei em um Kibutz, as pessoas sempre perguntam: Onde? Como? Então vou passar mais um pouco de informação sobre o que vem a ser um Kibutz. Muitos têm me perguntado.
Quem sabe alguém não se anima? Tenho certeza absoluta que iriam amar. Como eu amei.
Kibutz, em hebraico, significa grupo. Este é um modesto nome pra definir algo ímpar: uma comunidade voluntária e democrática onde as pessoas vivem e trabalham em conjunto, em bases não-competitivas.
Os primeiros kibutzim (plural de kibutz ) foram organizados por jovens idealistas em 1948. O meu ( o que morei ) foi fundado nesse mesmo ano e se chama Yad Mordechai - Comandante Mordechai - em homenagem a um jovem judeu polonês que morreu nos guetos de Varsóvia.
As populações dos Kibutzim variam entre 200 e 2000 membros.
Trabalham com o quê? Além de cultivarem a terra, tem aves, vacas, abelhas, peixes, produção de laticínios e, a cada dia, pra conseguir mais grana pra manutenção, foram ampliando os afazeres e, hoje, tem também produção de aparelhos eletrônicos, mobiliário, utensílios de utilidade doméstica, plásticos e, até, maquinário agrícola e sistemas de irrigação. E muita coisa mais.
Se você já não sai de sua terra com um Kibutz escolhido, pode fazer isso no escritório geral em Telaviv.
Você escolhe em qual vai querer trabalhar. Isso não quer dizer que vá ficar grudado naquilo pra sempre. Lembre-se que é um serviço comunitário. Você escolheu trabalhar com abelhas, mas, se precisarem de mão-de-obra, por exemplo, na cozinha, você vai precisar dar uma força. Eu amei, adorei, cada hora tava em um lugar e, na maior parte do tempo, trabalhei com o que escolhi, que foi a escola de crianças de 3 a 6 anos.
Eu, como a maioria dos voluntários, trabalhamos e moramos por um período de 3 a 6 meses. Temos tudo que precisamos, inclusive roupas e calçados, e um crédito pra comprar alguma coisa no mercadinho do Kibutz. Existem outros Kibutzim que pagam salário. No meu, trabalhei como voluntária, portanto, sem salário; só mesmo uma pequena ajuda pra comprinhas extras.
Acho que tem tanta coisa legal que é até difícil enumerar. Por exemplo, se na plantação de laranjas houve um problema este ano, a comunidade se divide e, quem se ocupava de laranja, não sai no prejuízo.
O Kibutz supre todas as necessidades de seus membros durante toda a vida..
As crianças são criadas juntas nas "casas das crianças". Na educação delas são enfatizadas a cooperação e a importância do trabalho, o que as ajuda a aprender a viver em harmonia. Livres de cuidar das crianças enquanto trabalham, os pais ficam com seus filhos após o expediente, nos fins-de-semana e feriados. Creches, jardins-de-infância e escolas primárias, fazem parte dos serviços prestados pelo Kibutz no próprio local, enquanto que, crianças maiores, são mandadas a uma escola secundária regional, onde tem à disposição uma maior variedade de matérias acadêmicas e de contatos sociais.
Cada Kibutz mantém um refeitório, lavanderia, clínica médica, etc. Esses serviços são operados pelos próprios membros, obedecendo em geral a um sistema de rodízio.
Como muitas outras comunidades, os Kibutzim têm uma biblioteca, uma sala de música, oficinas de artesanato, quadras de basquetebol, piscina e muitos outros tipos de recreação. No auditório, há projeções semanais de filmes e apresentações de shows ao vivo. Alguns kibutzim mantém museus de arqueologia, da natureza, da história de Israel e de artes, que atraem muitos visitantes locais e do exterior.
Fizemos também viagens dentro de Israel, organizadas pelos membros do Kibutz que eram responsáveis pelos voluntários.
No que eu fiquei, o museu era composto, em sua maioria, de objetos doados pelos próprios membros.
Me lembro de uma senhora, bem velhinha, que passava toda quarta-feira na casa das crianças onde eu trabalhava. A missão dela era separar meias e fazer pares. Toda semana tinha um saco enorme, cheinho delas. Maior gracinha essa senhorinha! Ficava sentadinha com aquela montanha de meias na frente e, durante umas duas horas, separava, fazia pares e guardava, depois ia embora toda contente com seu trabalho realizado.
Era de enorme ajuda.
A aceitação de novos membros, depois de um ano de experiência, é submetida à aprovação da assembléia geral.
Tenho o maior orgulho de ter sido convidada pra ser um membro do Kibutz. Só não fiquei, porque ainda queria andar e caminhar muito por muitos caminhos. E foi o que fiz. Sem arrependimentos. Guardo uma lembrança muito boa daquela temporada.
Tanto que tô indo esse ano de novo lá, rever o povo e matar as saudades.
Eita vidão! Ô sorte!
Kibbutz Program Center
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6 Frishman st., Tel Aviv
Tel: 972-3-5246156
Fax: 972-3-5239966
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