Já falei aqui sobre a dificuldade que temos, neste planeta, em quase todas as cidades, de encontrar um lugar pra fazer xixi quando estamos na rua. Verdadeira peleja e até humilhação ficar pedindo por favor em um restaurante, loja ou bar.
Agora, imaginem vocês o que não é ficar apertadinha de vontade no Iraque. Estrutura zero! Não digo quando estávamos na estrada, porque aí era simples; o deserto, imagino, até agradecia.
Então, lá vai um big mico de uma amiga, que não conto o nome pra não perder a colega...hehehe.
Estava ela naquele calorão de 100º, esperando, dentro do carro, um amigo que foi resolver um problema em um órgão público. Aqui o sistema já é moroso, triplique então o tempo.
E foi fondo, foi fondo, calorão, vidros hermeticamente fechados pro ar condicionado não vazar uma grama, mesmo assim o suor descia rosto abaixo.
E a vontade apertando. Ela olhava pra todos os lados e não via a menor possibilidade de resolver seu problema.
E, ainda, passando o desconforto de ser observada pelo lado de fora do carro, como se ela fosse um bichinho na jaula em pleno zoo. As pessoas lá, homens ou mulheres, encaravam mesmo, porque, pra eles, éramos verdadeiros ET's.
Esqueci de dizer : essa cidade era Ramadi, que fica a 1 ou 2 horas de Bagdá. Acho que é uma das melhores do país mas as ruas são sem calçamento em sua maioria, esgoto a céu aberto na maior parte delas. Muito sujo, muito pobre. Agora, depois de todos os bombardeios sofridos pela guerra contra os EUA, não consigo imaginar como pode ter ficado. Como diz uma outra amiga, quando escuta a notícia que bombardearam alguma dessas cidades que conhecemos bem, dizendo que a cidade foi arrasada, ela pergunta: "Como assim, arrasada? O que pode ter sido feito pra piorar mais ainda?"
Minha amiga foi ficando tão louca que começou a procurar, dentro do carro, algum objeto que pudesse ajudar na solução do seu problema.
Deus seja louvado!
Encontrou!
Um saco plástico. Eita! Acertar um saco plástico já é difícil, agora imagine dentro de um carro, com calor e ainda despistando pra não ser flagrada naquele ato em público.
Pra encurtar a conversa, ela consegui. Rezou aos céus em agradecimento. Alívio total!
Ao invés de deixar o saquinho ali mesmo, tranquilo, quieto, não, a esperta resolveu se livrar dele. Pensou: "Jogo pela janela, despistado, quando ninguém tiver olhando." Afinal, mais um saco plástico, no meio daquela zona, não iria fazer grande diferença.
Deu um bom nó na boca do saco, esperou, esperou, esperou o bom momento e zápt! Mandou ver com bastante força, pra ele cair bem longe do carro.
O saco explodiu quiném uma bomba no vidro fechado, provocando uma chuva em pleno deserto, num dia de céu azulinho sem nem uma nuvem pra contar a história.
Nem precisa contar o resto, né não?
" O que dará maior satisfação à sua alma do que andar livre sem reconhecer superiores?" Walt Whitman
Ieda Amada
ResponderExcluirEu tava fu...Mira zero!!! Só de me imaginar nessa fico com dó do carro do amigo... Aqui, dá uma passeada lá no blog e veja seu niver pela Cabala e depois me conta.
Beijuuss n.c.
Rê
www.toforatodentro.blogspot.com
Fui, vi, gostei e passei pra frente.
ResponderExcluirbjins