Garfield, meu fiel companheiro de preguiça...
sábado, 20 de março de 2010
sexta-feira, 19 de março de 2010
O tempo passa, o tempo voa...
Imagino que, pra quem ainda não fez 18 anos, não esteja voando tanto, mas, pra quem já passou dos 40 e pra mim, que já passei dos 50, ele tá disparado. Uma flecha!
Garro a pensar nessa história de tempo... Ele não mudou, o dia continua o mesmo, os mesmos 60 minutos marcam uma hora e as mesmas 24 horas marcam o dia. O negócio é o tanto de coisa, que a gente inventa de fazer, e o tanto que tudo ficou mais longe, menos prático... e as cidades cresceram muito.
Quando eu era criança, me lembro que minha mãe me mandava no açougue, todo santo dia, fora que, nos 5 dias que ia, pelo menos 2 deles tinha retorno; se a carne não estava como ela pedia tinha que trocar. A cara grande era a minha. Naquele tempo, não pensava que o acougueiro tinha tentado me passar a perna mas, pensava que minha mãe era chata demais e eu ficava morrendo de vergonha. Mas ela tinha razão, porque o mané sempre trocava; sinal de que ela tava certa.
E ia à padaria pela manhã e à tarde.
E ia comprar, sei lá o quê, no armazém e, era só colocar o pé de volta em casa, tinha que voltar porque ela tinha se esquecido outro de sei lá o quê.
Mais tarde, cheguei a pensar que deveria encher tanto o saco dela em casa, que me fazia ir às compras o tempo todo; se livrava de mim.
Não era nada disso que eu ia contar, mas falo demais e a cabeça viaja a 1.000 por hora, então desvio da meta.
Falava sobre o tempo e hoje, pra ir à padaria, precisamos pegar o carro, garagem, estacionar, achar vaga (uma peleja que toma muito tempo). Imagine fazer, hoje, o que minhas canelinhas fizeram há 1000 anos. Fora de cogitação!
E o século passado, então? Há quantos séculos já estamos no século 21? Não parece uma eternidade? Até quem nasceu na última década do século 20, já tá velho demais. Jurássico!
Todo causu que vou contar, tenho que tomar cuidado, porque eu envelheci e fiz anos de acordo com os anos que foram passando; um a um fui acrescentando, só que tenho amigos da minha idade, que tão lá atrás. Uma mágica! Uma matemática que nem Pitágoras conseguiria decifrar.
Tenho uma grande amiga que, se quiser inimizade, é só começar a falar sobre idade. Acho engraçado, porque cago pra minha.
Então, pra sacanear, quando ia fazer 50 anos, inventei que iria fazer um convite na linha da Revista Caras. Só de pensar eu mesma ria sozinha.
Seria assim: "Vou festejar meus 50 anos, dia X próximo, e convido meus queridos amigos pá-tá-tí pá-tá-tá: fulana, 51; fulano, 54; fulana, 49; fulana, 48; fulano, 50; e colocaria o nome e idade de todo mundo.
Você recebeu o convite?
Claro que não, né? Se tivesse enviado, iria soprar minhas 50 velinhas sozinha....rrrsssss.
E tem mais!
Disse que iria deixar cestinhas de lembrancinhas espalhadas pelos jardins da festa, com fralda geriátrica, Viagra, Co-re-ga (pra segurar dentadura), bengalas dobráveis, Sustrate, pacotinhos de sal pra levantar a pressão, e mais alguns utensílios tão úteis pra quem já tá lá, mas finge que ainda não chegou.
E ainda não era nada disso que queria contar, mas espichei muito então conto semana que vem.
quinta-feira, 18 de março de 2010
Assinem, assinem, assinem por favor!
Amigos: minha turma, minha alegria !
Tem sempre alguém me perguntando se não quero, se não gostaria, se nunca pensei em trabalhar como guia turístico. Confesso que não!
Sempre que vou viajar, convido várias pessoas pra irem comigo mas, nem sempre dá certo. Muitas gostariam mas, por vários motivos, não vão.
Adoro viajar sozinha e gosto, também, de viajar com pessoas. Amigos. E tem sempre uma conversa séria antes da viagem: estamos juntos mas, não estamos amarrados. Nada de chicletes, na cola um do outro. Se a programação satisfaz a todos, iremos todos mas, caso contrário, cada um faz o que quiser e a gente se encontra no final do dia, ou da tarde, ou da manhã, ou em casa.
Recebi um imeio, semana passada, de um amigo, mostrando uma forma que está muito na moda. Pessoas passeando com pessoas. Tipo personal-amigo-de-viagem. O personal mora na cidade X, conhece a danada feito a palma da mão e tá disposto a mostrar pro turista amigo, dividir com ele o que de bom a praça oferece. Ele me pergunta o que acho. Acho legal, é um trabalho interessante pros dois lados. Nada de bando, fornada de turista tirando foto sem saber onde está, só descobrindo, com muito esforço, quando chega em casa e vê as fotos. Quanto a isso, acho legal. Você, com um amante da cidade, mostrando o que tem de mais interessante, coisas que com um bando ficaria difícil de fazer, aplacando a curiosidade, explicando o que te interessa....
Mas, o meu lado comodista, preguiçoso e aposentado de hoje em dia, já pergunta e fica com medo de umas coisinhas. Aliás, foi esse medo que sempre me afastou dessa profissão: a obrigação, o dever, tipo, pra fazer esse trabalho, vou ser paga, o outro vai me pagar... Fato ! É um trabalho ! Fato! Então, meu nego, a partir do momento que "tô pagano!!!" a coisa muda de figura.
Tenho mais saco não !
Ainda prefiro sair com os amigos, os chegados, porque podemos discutir, rir, falar mal uns dos outros (dos outros principalmente) rachar um rango ou um quarto de hotel, dizer que esse museu ou aquele artista é uma bosta e não vou perder meu tempo ali nem morta.
Nada como a minha liberdade de ir e vir.
Portanto, cambada de amigos, vamos continuar viajando tranquilos, sem estresse e sem receber nada em troca. Só quero é ter ótimos momentos pra serem lembrados e pra gente ter conversa pro resto de nossas vidas.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Até pra desejar um bom dia, fique atento!
Tem frases que parecem soar simples, nénão? Como, por exemplo, um Bom Dia! Boa tarde! Boa noite! Como vai? Tudo bem? Beleza? Diga aí! ...
mas não soam tão simples assim. Depende de onde você esteja ou com quem esteja falando.
Tenho um amigo que trabalhou, durante muitos anos, em uma Agência Funerária. Como assim? Ora, trabalhando! Atendendo as pessoas, vendendo caixões, indicando floras, coroas, anúncios em jornais, essas coisas que precisamos quando morre alguém. Tem que ter uma pessoa, do outro lado do balcão, pra nos atender, senão como fica?
Às vezes, ele tava dando plantão na madrugada e passávamos lá pra dar um oi - vindo de algum bar ou restaurante - e ele convidava pra entrar, como se estivesse em casa. "Querem conhecer as novidades em caixões? Vamo lá no Show-room que eu mostro". Não é brincadeira e nem falava de gozação. Sério. A gente nunca topava porque, sempre acha que não tá na hora e, além do mais, conhecer novidades da última morada não é o sonho de infância de ninguém.
E ele conta um causu que gosto muito. Seguinte :
Com o tempo, depois de muitos foras e muitas respostas mal criadas que recebeu, foi aprendendo a lidar com a negada, que ía atrás dos serviços da funerária.
Se você se candidatar a uma vaga, pra esse tipo de emprego, um dia, lá vai a grande dica.
Nunca, jamais, em tempo algum, quando chegar um parente ou amigo ou o que seja do morto defunto, diga: "E aí, beleza?" ou "Como vai, tudo bem?" ou "Boa noite, meu Senhor!"
Não. Isso será um erro sem tamanho. Gafe incontornável. O mínimo que irá ouvir será: "Boa noite pra você que não acaba de perder a mãe" ou "Tudo bem, uma ova, minha sogra morreu e eu ainda tenho que cuidar do enterro da danada" ou "Beleza? Você não tem o menor sentimento" ou "Pelo fato de conviver com a morte o dia todo, não pode deixar de respeitar as pessoas" e por aí vai indo....
Depois de muito apanhar, meu amigo dá a dica. Diga, simplesmente:
"Pois não?"
terça-feira, 16 de março de 2010
Assinem por favor. Eu acuso o governo cubano.
Filho de peixe nem sempre peixinho é !
Conheço uma campeã mundial de esqui e várias vezes campeã francesa. Mora aqui pertinho de onde estou. Alcançou, na sua categoria, tudo que alguém pode alcançar. Um sucesso!
Hoje, ela é uma jovem senhora, mãe de três filhos e não compete mais. E, evidentemente, sua ninhada esquia muito bem.
As duas filhas mais velhas, já são campeãs; uma delas esteve participando dos Jogos Olímpicos de Inverno, no Canadá e parece que foi muito bem. Não vi o final das competições.
Mas, do garoto, que é o mais novo, não me esqueci, desde que ouvi, do avô, um caso muito engraçado. Conhecendo o avô, a história fica melhor, mas conto assim mesmo.
Um dia, ele tava acompanhando os três num passeio pelas montanhas; cada um com seu esqui exibindo o melhor de si. Depois de um tempo, o avô se sentou em um café, no pé da pista, pra apreciar os netos, futuros campeões.
Primeiro, desce a mais velha e passa quiném um foguete por ele. "Linda, elegante, essa deverá ser campeã de velocidade" pensou ele. Quase não deu tempo de reconhecer a netinha, tamanha a rapidez com que ela passou.
Passa a segunda, também rápido, elegante e garbosa como a primeira, mas já fazendo um outro estilo. Não sou conhecedora do assunto mas, imagino, que seria mais na categoria de fazer acrobacias. Desceu fazendo sinuosas e super compenetrada em sua performance. "Campeã com certeza" pensou o avô.
Aí, vem descendo o garoto, orgulho do vovô. Todo elegante, bem tranquilo, sem pressa, passa por ele, abanando as duas mãos e dizendo: " Oi, vô! Tudo bem?"
O avô cumprimenta, demonstrando alegria mas, no fundo, com uma pitada de decepção, pensou: "Esse aí, nunca vai ser um campeão! Não nasceu pra coisa!"
E não foi mesmo ! O negócio dele é esquiar pra se divertir, quiném jogar uma pelada com amigos no sábado pela manhã.
Nada de competição !
segunda-feira, 15 de março de 2010
Mexidão mineiro fazendo parte do menu dos franceses
A galinha do vizinho é sempre mais gordinha mesmo. A gente tá sempre de olho no quintal do próximo.
Quando venho à França, fico o tempo todo matando a saudade das coisas que amo. Pães, manteiga, leite, iogurtes, queijos, geléias, enfim, minha praia é mais café da manhã e lanche que o próprio almoço e jantar.
E o francês fica doido com nossas frutas, nossa comida temperada e nada leve. Passa mal, mas adora. Tem uns que nem ligam, comem torresmo todo dia, bebem caipirinha, comem feijoada e o estômago nem tium!
Outro dia, estávamos olhando o que comeríamos no jantar, abrindo a geladeira e vendo um monte de restinhos de coisas, falei: "Por que não fazemos um mexidão?". "Fazemos o quê?" disse a dona da casa e eu expliquei o que vinha a ser.
Mexidão é o seguinte: casa de muita gente, ou visita de última hora, não tem arroz ou carne ou feijão suficiente pra todo mundo, em Minas a gente lasca um mexidão. Junta tudo na frigideira, coloca um tomatinho, se tiver, ovos, se tiver, cebola, se tiver, cheiro-verde, se tiver.... e ela começou a rir. "Como assim, se tiver?" Eu disse: "no mexidão, coloca-se o que tem. Não tem que ter nada em especial, quer dizer, determinados ingredientes fazem ele ficar melhor mas, se não tiver, vai sem eles mesmo. Tem, coloca, não tendo, vai sem. Não entendeu nada, mas pagou pra ver.
Quase dei um nó na cabeça da francesa, toda certinha nas medidas de 30ml, 25 gr. e tudo mais dentro dos conformes.
Falei: "é melhor eu fazer e vocês vão comer se gostarem. Se não gostarem, não tem problema porque eu como tudo, porque tenho certeza que vou amar". Foi um riso só. E mãos à obra na obra.
Peguei dois ovos, azeite na frigideira, refoguei uma cebola, mexi os ovos bem mexidos, coloquei dois tomates picados, sobra de arroz, sobra de vagem, sobra de brócolis, piquei um bife de colega, que tinha sobrado do almoço (em pedacinhos pequenos pra render bem), misturei tudo, pimenta do reino, cebolinha desidratada e, por fim, farinha de mandioca que trouxe do Brasil. O cheiro já tava agradando.
Coloquei na mesa, parti um limão no meio, servi os pratos e mandamos ver.
Não sobrou pedra sobre pedra. Grão sobre grão. Raspamos a frigideira.
O melhor de tudo, agora, é escutar a receita sendo passada de amiga pra amiga, quase todo dia. Não sei se vai dar certo, porque ela passa a receita do mexidão que eu fiz, a amiga que anota não sei se entende direito, diz que não precisa ter nada daquilo que ela tá dizendo, mas anotam tudo e ficam loucas pra fazer. E o mais importante é dito por minha amiga, no final da receita: "nada disso vai dar certo, se não tiver farinha de mandioca. É imprescindível!" Bão, aí o bicho vai pegar.
Deve ter dono de supermercado, ou de uma birosca qualquer, tentando entender o que é aquilo que, de repente, todo mundo passou a procurar.
Que raio de farinha será essa?
E, aí, ganhei uma manga semana passada. Falei: "uma manga pra três, não vai rolar". Ela riu e disse: "Não me diga que tem mexidão de fruta?"(também não vamos exagerar...). Mas, peguei a baita, cortei em pedaços, coloquei açúcar na panelinha, fiz uma calda, uns 3 cravos-da-Índia, 1 pedacinho de canela, deixei a manga ferver um pouco, com um tico de água, e comemos morninha de sobremesa. Manga em calda feita na hora.
Mais uma vez, não sobrou nem o caroço, pois, esse, o cachorro comeu.
domingo, 14 de março de 2010
sábado, 13 de março de 2010
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