sábado, 20 de fevereiro de 2010

Como não se perder dos amigos nos metrôs do mundo



Tem uma brincadeira que faço com meus amigos nas estações de metrô. Quando eles tão enchendo muito o saco, digo que vou dar um perdido neles, aí, finjo que entro no vagão, eles entram e eu saio, um segundo antes de fechar a porta. Pronto! Ninguém mais vai me achar naquele dia. Só à noite em casa.

Mas isso é uma brincadeira. Nunca dei perdido em ninguém, só ficou na vontade...hehehe.

Agora falando sério. Tem uma dica chiquérrima pra ninguém ficar pra trás num passeio.

Seguinte: combine com seus amigos - isso já no primeiro dia da viagem.

Em uma estação, quando o metrô chegar se, por algum motivo, alguém ficar pra trás, os que entraram no vagão devem descer na próxima estação. Desçam e estacionem no local onde vai parar o último vagão do próximo trem.

O lerdo que sobrou, pega o próximo trem entrando no último vagão. Os espertos ficam esperando por ele. Aí, então, todos se reencontrarão. Compreendido?

Pode parecer besteira, mas se não houver uma combinação, vocês só vão se reencontrar no final do dia.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Visitas ! Dois prazeres, duas alegrias : quando chegam e quando se vão.














Não é maldade, é a pura verdade!
Não existe coisa mais gratificante do que abrir a porta da minha casa pra receber um amigo, uma pessoa querida. Sentar, conversar fiado, colocar a prosa em dia, tomar um café, comer alguma coisa gostosa e rir. Rir muito, que sempre é o que mais acontece.

Moro sozinha e não consigo também pensar em uma melhor forma de morar. Então tô acostumada com minha casa por minha conta. Por isso, todos que frequentam o recinto, conhecem esse meu pensamento. Abrir a porta pra despedir é também muito bom. Tanto posso logo retomar meu dia, como também posso digerir com calma aqueles momentos ou horas ou dias que passamos juntos.

Aqui na roça francesa, onde me encontro, com um frio danado lá fora, o que mais fazemos é conversar o dia todo, comer e rir. E costurar também. Tenho feito coisas lindas. Quando o sol sai, lindo, minha amiga me empurra. "Não quer dar uma volta, tomar um sol?" E eu digo: "Tenho crédito de vitamina D pra tempo de vida que não vou viver ou mais! Carece não."

Hoje, o papo rolou sobre quando éramos crianças, coisas de criança, micos que nossos pais passaram conosco, e me lembrei de vários causus ótimos. Vou contar dois.

Primeiro eu, pra logo liquidar com o mico-mór.

Não sei porque cargas d'água, quando eu era criança, minha mãe não deixava comer mais que um ovo por dia. Mesmo que tivessemos dúzias em casa. Afinal, tinhamos galinheiro e galinhas poedeiras. Mas acho que devia ser uma idéia nutricional da época. Essas coisas que entram e saem de moda. Um dia pode, no outro mata.
Então, claro que meu sonho era me empanturrar de ovo. Bons tempos aqueles em que meu sonho se resumia em encher o meu pandeiro de ovo.... rs.
Fui convidada pra almoçar em casa de uma amiga de minha mãe. Só eu. Porque só eu, não me lembro. Devia de ter uns 7 anos.
E não é que na mesa tinha uma travessa cheia de ovos fritos, diferente da minha casa, que o ovo era colocado direto no prato de cada um...
Olhem, devo ter comido uma boa meia dúzia, por baixo. Me fartei, sem nenhuma repressão. Eita céu! Imaginem o que ela não deve ter pensado...
Muitos anos depois, já adulta, contei pra minha mãe, junto com a amiga, que não se lembrava, nem de minha pessoa almoçando com ela e muito menos dos ovos que comi, pra alívio da mamãe, que mesmo assim morreu de vergonha da cria mal criada.

O outro causu é de um grande amigo. Bom demais! O causu. . rs. Brincadeiriiiinha!

Ele era doido com broa. Adorava e sua madrinha fazia uma que era uma delícia. Criança não vai visitar madrinha porque é educado. Perigo! Ele ia por conta da broa.
E sua mãe, como toda mãe que se preze, morria de vergonha, porque ele já chegava pedindo broa. "Pode um menino mais mal-educado que esse?" Ela dizia e a madrinha ficava até orgulhosa do sucesso de seu produto.
Um dia, a mãe levando o meu amigo pra mais uma visita, deu um ultimato: "Nem sonhe em falar a palavra broa, senão te quebro de cascudo". Adotou a velha psicologia da ditadura, já que a conversa democrática não tava dando resultado. Preste atenção no que te digo: "Se abrir a boca e falar broa vai ter comigo".
O pobre foi, caminho a fora, repetindo o mantra: "Não broa, não broa, não broa".
Chegaram na casa da madrinha, bateram na porta, no que ela abriu, ele estendeu a mãozinha e disse compenetrado: "Bença broa!"

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Uma vegetariana falando sobre carne










"O homem se diferenciou verdadeiramente dos animais, quando ele aprendeu a se servir do fogo.

Os primeiros representantes da nossa espécie se alimentavam miseravelmente de frutas, folhas e raízes. Muito tempo depois, seus descendentes começaram a experimentar insetos, frutos do mar e carne, que eles comiam crua.

Assim que houve o primeiro incêndio em uma floresta e, que muitos animais morreram queimados, foi que o primeiro homem comeu carne cozida ou assada e achou uma delícia, apesar do gosto de queimado que ela devia ter.

A partir daí, o fogo se tornou uma divindade e, enquanto o homem não conseguia produzí-lo quando queria, ele virou monopólio de padres, que viraram guardiões dele.

Os fiéis levavam oferendas de animais que eram assados e comidos depois (pelos padres, claro! obs. minha)

Esses padres foram os primeiros cozinheiros e gastrônomos e, seus descendentes espirituais, têm a quem agradecer.

Traduzi esse texto, desse pequeno livro aí das fotos, editado em 1923, com suas 1107 páginas com histórias e centenas de receitas de um tudo.

Chama-se Gastronomia Prática (imagine se não fosse!) e deve pesar por baixo, de 2 a 3 kg, com sua linda capa em couro. O autor se chama Ali-Bab e a biblioteca e fotos são da minha amiga, dona da casa onde me encontro.

Essa introdução toda é pra falar do quanto a carne é importante nas refeições de qualquer povo, popular como o café.

Em qualquer lugar, o prato principal, a maior preocupação de todos, gira em torno de qual carne servir.
Vamos fazer um cardápio pra uma festa. Primeiro ítem da lista: carne. Almoço de domingo na casa da vó. Qual a preocupação? Qual vai ser a carne. A rainha da Inglaterra tá chegando. Qual carne será servida no banquete em honra da madame? O marajá da província de, sei lá de onde, na Índia, tá chegando. Santo Cristo, o homem não come carne. Comerá o que então? Essa então é clássica. Ouço direto. "Você não come carne? Come o que então?"

Trabalhei durante muitos anos em uma empresa de cozinha industrial. Qual o maior problema com o cliente? Carne. A carne não precisa ser a melhor. Ninguém exige filé ou uma picanha. O importante é que tenha carne e que seja muita. Quanto maior o pedaço ou o bife ou qual carne seja, mais feliz fica o freguês.

Observar os clientes na fila dos refeitórios, era muito engraçado. Todos espichavam o pescoço pra ver qual era a carne do dia.

E o que mais me irritava, me deixava enfurecida, era o seguinte: neguinho saindo do restaurante e outro entrando. Pergunta: "Como tá o rango hoje?" Resposta: "Tá bom demais". Conclusão: tinha a carne que ele gostava e na quantidade que ele achava justa.
Outra situação: neguinho saindo do restaurante e outro entrando. Pergunta: "Como tá o rango hoje?" Resposta: "Tá difícil de engolir". Acontece que esse filho-da-mãe que deu essa resposta, tinha enchido o pandeiro com tudo que tinha do bom e do melhor, repetido, se fartado mas, como a carne não era a preferida dele, dizia que tava ruim. Eu virava uma arara.
E como, com o passar do tempo, você já sabe de tudo que todos gostam, eu trucava na lata: "A mesma carne que você disse que tava difícil de engolir é a preferida de muitas pessoas", Mas o mal já tava feito. Depois de ouvir que não tá bom, o mané já entra com má-vontade no restaurante.
E tem aqueles imbecis que saem da fila e vão comer no raio que os parta, sem nem perguntar qual é o cardápio.

Haja paciência! quer dizer "hajava" porque a minha acabou.










5° vídeo #mesaposta

https://youtu.be/uE2S4Lcap8I?feature=shared   Espero que você goste!