quarta-feira, 8 de agosto de 2018

ME LEMBRANDO DO MEU PAI

veja este vídeo e se delicie
Este ano eu faço 70 anos.
E tenho muito orgulho de ter tido um pai que era louco pelo rádio.
A minha vida toda ( apenas 32 anos com ele ) me lembro do rádio ligado dia e noite.
As vezes minha mãe ou eu mesma, depois que ela se foi, desligávamos o rádio enquanto ele dormia. Quando eu chegava na minha cama o rádio já tava ligado de novo.
Entre mil objetos que se perderam ao longo destes 70 anos, sinto muita pena de não saber onde foi parar seu último rádio.
Sou do tempo de Rádio Nacional, do Programa César de Alencar, do Programa  do Paulo Gracindo, de Ari Barroso e seu programa de calouros, do Ciro Monteiro, Francisco Alves, que morreu em 1952, eu tinha 4 anos e lembro como se fosse hoje do meu pai ouvindo o rádio e todos chorando aquela perda. E a apresentadora do programa em que ele cantava todo domingo, contando as 12 badaladas do sino batendo meio dia. Nunca me esqueci disso. Talvez venha daí a nostalgia e tristeza que sinto quando ouço um sino tocar. 
Lamartine Babo, Cartola, Zé Quéti, Araci de Almeida, Pixinguinha e mais uma multidão que amo e ouço até hoje. Todos fizeram e ainda fazem parte da minha vida.
Hoje.
Hoje fazem 40 anos que Orlando Silva se foi. Morreu muito novo, aos 63 anos de idade.
E além da homenagem que presto muito respeitosamente a ele, me lembrei de um causu que meu pai contava.
Ele era ainda solteiro e morava em Nova Lima (cidade hoje colada a BH, mas antigamente era muito longe).
Meu pai, namorando minha mãe. E eles adoravam música e teatro. 
Me lembro dele contando que assistiu várias peças do Procópio Ferreira, pai da Bibi, que representava em cima da carroceria de caminhão.
Imagine uma peça de teatro tendo como cenário uma carroceria de caminhão!
E um dia foi cantar em Nova Lima o Orlando Silva.
Reboliço na cidade. Ninguem queria perder muito menos meus pais.
Na cabecinha deles, sem nenhuma mídia além do rádio, ( a revista do Rádio tava engatinhando e ainda não tinha chegado no interior das Minas
Gerais ) não conheciam o Orlando Silva nem por foto, ele com aquele vozeirão devia ser um cara enorme, forte, bonito, maior presença.
Que decepção!
Aparece um sujeito moreno, feio, magrinho, miudinho e mancando (resultado de um acidente que fez ele perder 2 dedos do pé ).
Não me lembro se eles curtiram o show, se conseguiram focar na voz que eles admiravam tanto.
Mas, a lembrança da decepção que eles tiveram com o físico tão longe do que eles haviam imaginado, nunca me saiu da cabeça.
Causu impossível de acontecer em nossos dias, quando até o cardápio de um restaurante lá no Afeganistão podemos saber de cor e já ter o pedido pronto quando o garçom chegar.
Não sei se tá pior ou melhor.
Tá diferente.
Muito.
Tudo mudou muito.

Vendo estas fotos me dá muita saudade do meu pai.
Vejo ele nas fotos, nas roupas, nas poses.
Este foi o tempo dele. E meu também.
Tempo muito bom e que me guiou em meu gosto pela minha vida toda.




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