quinta-feira, 18 de março de 2010

Amigos: minha turma, minha alegria !







Tem sempre alguém me perguntando se não quero, se não gostaria, se nunca pensei em trabalhar como guia turístico. Confesso que não!

Sempre que vou viajar, convido várias pessoas pra irem comigo mas, nem sempre dá certo. Muitas gostariam mas, por vários motivos, não vão.

Adoro viajar sozinha e gosto, também, de viajar com pessoas. Amigos. E tem sempre uma conversa séria antes da viagem: estamos juntos mas, não estamos amarrados. Nada de chicletes, na cola um do outro. Se a programação satisfaz a todos, iremos todos mas, caso contrário, cada um faz o que quiser e a gente se encontra no final do dia, ou da tarde, ou da manhã, ou em casa.

Recebi um imeio, semana passada, de um amigo, mostrando uma forma que está muito na moda. Pessoas passeando com pessoas. Tipo personal-amigo-de-viagem. O personal mora na cidade X, conhece a danada feito a palma da mão e tá disposto a mostrar pro turista amigo, dividir com ele o que de bom a praça oferece. Ele me pergunta o que acho. Acho legal, é um trabalho interessante pros dois lados. Nada de bando, fornada de turista tirando foto sem saber onde está, só descobrindo, com muito esforço, quando chega em casa e vê as fotos. Quanto a isso, acho legal. Você, com um amante da cidade, mostrando o que tem de mais interessante, coisas que com um bando ficaria difícil de fazer, aplacando a curiosidade, explicando o que te interessa....
Mas, o meu lado comodista, preguiçoso e aposentado de hoje em dia, já pergunta e fica com medo de umas coisinhas. Aliás, foi esse medo que sempre me afastou dessa profissão: a obrigação, o dever, tipo, pra fazer esse trabalho, vou ser paga, o outro vai me pagar... Fato ! É um trabalho ! Fato! Então, meu nego, a partir do momento que "tô pagano!!!" a coisa muda de figura.

Tenho mais saco não !
Ainda prefiro sair com os amigos, os chegados, porque podemos discutir, rir, falar mal uns dos outros (dos outros principalmente) rachar um rango ou um quarto de hotel, dizer que esse museu ou aquele artista é uma bosta e não vou perder meu tempo ali nem morta.
Nada como a minha liberdade de ir e vir.

Portanto, cambada de amigos, vamos continuar viajando tranquilos, sem estresse e sem receber nada em troca. Só quero é ter ótimos momentos pra serem lembrados e pra gente ter conversa pro resto de nossas vidas.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Até pra desejar um bom dia, fique atento!











Tem frases que parecem soar simples, nénão? Como, por exemplo, um Bom Dia! Boa tarde! Boa noite! Como vai? Tudo bem? Beleza? Diga aí! ...
mas não soam tão simples assim. Depende de onde você esteja ou com quem esteja falando.

Tenho um amigo que trabalhou, durante muitos anos, em uma Agência Funerária. Como assim? Ora, trabalhando! Atendendo as pessoas, vendendo caixões, indicando floras, coroas, anúncios em jornais, essas coisas que precisamos quando morre alguém. Tem que ter uma pessoa, do outro lado do balcão, pra nos atender, senão como fica?

Às vezes, ele tava dando plantão na madrugada e passávamos lá pra dar um oi - vindo de algum bar ou restaurante - e ele convidava pra entrar, como se estivesse em casa. "Querem conhecer as novidades em caixões? Vamo lá no Show-room que eu mostro". Não é brincadeira e nem falava de gozação. Sério. A gente nunca topava porque, sempre acha que não tá na hora e, além do mais, conhecer novidades da última morada não é o sonho de infância de ninguém.

E ele conta um causu que gosto muito. Seguinte :

Com o tempo, depois de muitos foras e muitas respostas mal criadas que recebeu, foi aprendendo a lidar com a negada, que ía atrás dos serviços da funerária.

Se você se candidatar a uma vaga, pra esse tipo de emprego, um dia, lá vai a grande dica.

Nunca, jamais, em tempo algum, quando chegar um parente ou amigo ou o que seja do morto defunto, diga: "E aí, beleza?" ou "Como vai, tudo bem?" ou "Boa noite, meu Senhor!"
Não. Isso será um erro sem tamanho. Gafe incontornável. O mínimo que irá ouvir será: "Boa noite pra você que não acaba de perder a mãe" ou "Tudo bem, uma ova, minha sogra morreu e eu ainda tenho que cuidar do enterro da danada" ou "Beleza? Você não tem o menor sentimento" ou "Pelo fato de conviver com a morte o dia todo, não pode deixar de respeitar as pessoas" e por aí vai indo....

Depois de muito apanhar, meu amigo dá a dica. Diga, simplesmente:

"Pois não?"

terça-feira, 16 de março de 2010

Assinem por favor. Eu acuso o governo cubano.


Contra a ditadura de Cuba e a favor dos presos políticos cubanos.



Filho de peixe nem sempre peixinho é !



Conheço uma campeã mundial de esqui e várias vezes campeã francesa. Mora aqui pertinho de onde estou. Alcançou, na sua categoria, tudo que alguém pode alcançar. Um sucesso!
Hoje, ela é uma jovem senhora, mãe de três filhos e não compete mais. E, evidentemente, sua ninhada esquia muito bem.

As duas filhas mais velhas, já são campeãs; uma delas esteve participando dos Jogos Olímpicos de Inverno, no Canadá e parece que foi muito bem. Não vi o final das competições.
Mas, do garoto, que é o mais novo, não me esqueci, desde que ouvi, do avô, um caso muito engraçado. Conhecendo o avô, a história fica melhor, mas conto assim mesmo.

Um dia, ele tava acompanhando os três num passeio pelas montanhas; cada um com seu esqui exibindo o melhor de si. Depois de um tempo, o avô se sentou em um café, no pé da pista, pra apreciar os netos, futuros campeões.
Primeiro, desce a mais velha e passa quiném um foguete por ele. "Linda, elegante, essa deverá ser campeã de velocidade" pensou ele. Quase não deu tempo de reconhecer a netinha, tamanha a rapidez com que ela passou.
Passa a segunda, também rápido, elegante e garbosa como a primeira, mas já fazendo um outro estilo. Não sou conhecedora do assunto mas, imagino, que seria mais na categoria de fazer acrobacias. Desceu fazendo sinuosas e super compenetrada em sua performance. "Campeã com certeza" pensou o avô.
Aí, vem descendo o garoto, orgulho do vovô. Todo elegante, bem tranquilo, sem pressa, passa por ele, abanando as duas mãos e dizendo: " Oi, vô! Tudo bem?"
O avô cumprimenta, demonstrando alegria mas, no fundo, com uma pitada de decepção, pensou: "Esse aí, nunca vai ser um campeão! Não nasceu pra coisa!"

E não foi mesmo ! O negócio dele é esquiar pra se divertir, quiném jogar uma pelada com amigos no sábado pela manhã.

Nada de competição !

segunda-feira, 15 de março de 2010

Mexidão mineiro fazendo parte do menu dos franceses


A galinha do vizinho é sempre mais gordinha mesmo. A gente tá sempre de olho no quintal do próximo.


Quando venho à França, fico o tempo todo matando a saudade das coisas que amo. Pães, manteiga, leite, iogurtes, queijos, geléias, enfim, minha praia é mais café da manhã e lanche que o próprio almoço e jantar.

E o francês fica doido com nossas frutas, nossa comida temperada e nada leve. Passa mal, mas adora. Tem uns que nem ligam, comem torresmo todo dia, bebem caipirinha, comem feijoada e o estômago nem tium!

Outro dia, estávamos olhando o que comeríamos no jantar, abrindo a geladeira e vendo um monte de restinhos de coisas, falei: "Por que não fazemos um mexidão?". "Fazemos o quê?" disse a dona da casa e eu expliquei o que vinha a ser.

Mexidão é o seguinte: casa de muita gente, ou visita de última hora, não tem arroz ou carne ou feijão suficiente pra todo mundo, em Minas a gente lasca um mexidão. Junta tudo na frigideira, coloca um tomatinho, se tiver, ovos, se tiver, cebola, se tiver, cheiro-verde, se tiver.... e ela começou a rir. "Como assim, se tiver?" Eu disse: "no mexidão, coloca-se o que tem. Não tem que ter nada em especial, quer dizer, determinados ingredientes fazem ele ficar melhor mas, se não tiver, vai sem eles mesmo. Tem, coloca, não tendo, vai sem. Não entendeu nada, mas pagou pra ver.
Quase dei um nó na cabeça da francesa, toda certinha nas medidas de 30ml, 25 gr. e tudo mais dentro dos conformes.

Falei: "é melhor eu fazer e vocês vão comer se gostarem. Se não gostarem, não tem problema porque eu como tudo, porque tenho certeza que vou amar". Foi um riso só. E mãos à obra na obra.

Peguei dois ovos, azeite na frigideira, refoguei uma cebola, mexi os ovos bem mexidos, coloquei dois tomates picados, sobra de arroz, sobra de vagem, sobra de brócolis, piquei um bife de colega, que tinha sobrado do almoço (em pedacinhos pequenos pra render bem), misturei tudo, pimenta do reino, cebolinha desidratada e, por fim, farinha de mandioca que trouxe do Brasil. O cheiro já tava agradando.

Coloquei na mesa, parti um limão no meio, servi os pratos e mandamos ver.

Não sobrou pedra sobre pedra. Grão sobre grão. Raspamos a frigideira.

O melhor de tudo, agora, é escutar a receita sendo passada de amiga pra amiga, quase todo dia. Não sei se vai dar certo, porque ela passa a receita do mexidão que eu fiz, a amiga que anota não sei se entende direito, diz que não precisa ter nada daquilo que ela tá dizendo, mas anotam tudo e ficam loucas pra fazer. E o mais importante é dito por minha amiga, no final da receita: "nada disso vai dar certo, se não tiver farinha de mandioca. É imprescindível!" Bão, aí o bicho vai pegar.

Deve ter dono de supermercado, ou de uma birosca qualquer, tentando entender o que é aquilo que, de repente, todo mundo passou a procurar.
Que raio de farinha será essa?

E, aí, ganhei uma manga semana passada. Falei: "uma manga pra três, não vai rolar". Ela riu e disse: "Não me diga que tem mexidão de fruta?"(também não vamos exagerar...). Mas, peguei a baita, cortei em pedaços, coloquei açúcar na panelinha, fiz uma calda, uns 3 cravos-da-Índia, 1 pedacinho de canela, deixei a manga ferver um pouco, com um tico de água, e comemos morninha de sobremesa. Manga em calda feita na hora.

Mais uma vez, não sobrou nem o caroço, pois, esse, o cachorro comeu.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Glauco e Henfil de novo juntos


Homenagem dos amigos cartunistas ao grande Glauco.








Das telas, direto pro deserto da Califórnia


Quem não se lembra dos filmes bíblicos, Ben Hur, Os Dez Mandamentos, El Cid e tantos outros? Todos com o grande ator Charlton Heston (se você não assistiu na época, pode ver agora nas reprises dos canais de TV, sempre tá passando, principalmente na Semana Santa). Eu assisti todos e mais recentemente, fiquei conhecendo um pouco sobre a cabecinha dele como homem comum, e não achei tão grande assim. Mas não vamos misturar as coisas, ator é ator, e o que ele pensa deixo agora de lado.

Tenho uma grande amiga francesa, que é o braço direito de um compositor-cantor francês muito conhecido por aqui, e, talvez, no Brasil, alguns se lembrem dele; chama-se Michel Polnareff (tá hoje na casa dos 60 mas ainda em grande forma). Ele mora na Califórnia.
Ele tem um humor ótimo. É vascaíno, com camisa e tudo. Quando eu frequentava a casa dele, estava sempre vestido com a camisa do Vasco.
Um dia, estavam os dois indo de carro, não sei pra onde, em pleno deserto e o carro do Michel quebrou. Aquele calorão, só areia e não passava uma alma viva pra dar socorro e, antes que alguém pergunte, ainda não era tempo de celular.

De repente, não mais que de repente, passa um carro, eles fazem sinal e o carro continua, mas, como por obra de Deus, pára lá na frente e dá ré, estaciona e sai um sujeito grandão e vem andando na direção deles. Minha amiga que é meio songa, não percebeu nada, mas o Michel, super ligado, não só percebeu como caiu de joelhos em pleno asfalto, mãos postas, se abaixando e batendo com a cabeça no asfalto, fazendo reverências, gritava: "Moisés! Moisés! É Moisés, que veio nos salvar!"
Era Charlton Heston em pessoa.
Parou pra acudir a dupla.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Que vergonha!!!



Capa da revista Observateur, hoje nas bancas, aqui na França.
Como dizem os franceses: " C'est dure a avaler." Difícil de engolir.