sexta-feira, 7 de maio de 2010

Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte. Conhece?

O prédio da Praça da Estação, em Belo Horizonte, foi totalmente restaurado e nele foi montado o Museu de Artes e Ofícios. A praça também ficou muita linda ! Ampla, com fontes de água, muito bem iluminada.
Tudo lindo! É uma coletânea de mais de 2.000 peças doadas por uma mineira chamada Angela Gutierrez. Sua família coleciona, todos esses objetos, há mais de 50 anos.

O passeio me fez voltar à minha infância. Muitos, mas muitos mesmo, dos utensílios e móveis que vi, fizeram parte dela. Convivi com tudo isso na casa de meus avós, tios e tias. Na minha casa, minha mãe usava, ainda, muita panela de pedra e ferro.

Os móveis são lindos, tudo arrumado com um enorme bom gosto. Tudo muito bem explicado, com tradução pro inglês e pro francês, com vídeos. Primeiro mundo! Aliás, em matéria de limpeza, os móveis e utensílios estão lustrados como se uma mucama tivesse acabado de passar por ali. Não vi tamanha ordem, em muitos lugares que visitei, nos "Caminhos por onde andei". Nem tamanha clareza de explicações e material tão bem conservado, formando ambientes que faz você se sentir em uma oficina de ferreiro, sapataria, cozinha, moenda de cana...


Dá gosto passear pelos corredores, saber da história de nosso povo, principalmente do povo mineiro. E, mais bonito ainda, é saber que, por esse Brasil a fora, ainda são utilizados muitos dos utensílios e ferramentas.
O que tenho gostado, também, de ver nesses dias que tenho acompanhado minha amiga francesa pelas Minas Gerais, é uma coisa que vejo sempre na Europa e morro de vontade que aconteça no Brasil : crianças nos museus. Vi muita criança, ontem e hoje; grupos inquietos e barulhentos, criança deitada no chão pra ver melhor, agachada pra ler melhor alguma placa e chamando pelos professores pra tirar dúvidas. Isso me deixa muito feliz! Adorei!

No sábado, a visita é gratuita. Muito bom! Apesar da entrada, pra uma pessoa, não custar caro, quando pensamos em pai, mãe e três filhos, aí, já aperta; mais o dinheiro do ônibus, fica difícil, então pais, peguem seus filhos e vão no sábado. As escolas públicas e ONGs, também, não pagam. Pais ! Digam pros filhos avisarem na escola. Escola particular paga meia entrada.
A inteira custa R$ 8,00 e a meia R$ 4,00. Acima de 60 anos paga meia entrada também. Gratuito pros pequenos até 5 anos.

Os corredores são amplos, espaçosos, tem elevador pra pessoas portadoras de deficiência, rampas pra cadeiras de roda.
Mais informações, consultem o site.
Eu adorei, minha amiga amou, e amou mais ainda porque ela nasceu na Costa do Marfim, na África, então, foi como se tivesse vendo um museu na terra dela. Como eu, reviu e matou as saudades de objetos que fizeram parte da nossa infância.



Se você não conhece ainda, coloque na sua agenda. Vá e leve quem você gosta, principalmente a turma mais nova, que não viveu um monte de coisas que o museu mostra.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Passeio legal pra se fazer em um só dia !



Uma das vantagens de receber amigos e visitas, é que fazemos coisas ou vamos a lugares que normalmente não iríamos, tamos sempre adiando.

Me lembro da Maria Mariana - atriz que disse estar recuperando a vida saudável, que já teve um dia, com o nascimento do filho, tomando sol na hora certa, dormindo mais cedo, se alimentando melhor, enfim, pensei nela porque é o que visita faz comigo. Até minha geladeira não entende nada quando elas chegam, fica "amarrotada" de coisas, de verde, frutas, um surto só.
Sozinha não posso comprar muito, porque não consigo comer a tempo e vai pro lixo. Nada a ver.

Voltando ao passeio de hoje ... fomos conhecer Inhotim-Brumadinho-MG.

É um parque ambiental, juntamente com um complexo museológico muito original.
As fotos e o site do parque falam por si.
Museu contemporâneo com obras muito interessantes.

Saindo de Belo Horizonte, gastamos uma hora e meia até lá. Não é longe, mas trânsito e estrada com muitas curvas, faz gastar esse tempo.

Paga-se R$ 16 pra adulto e meia R$ 8. Maiores de 60 anos pagam meia e embondinhos até 6 anos, não pagam. Pessoas portadoras de necessidades especiais não pagam, nem o acompanhante e ainda tem aquele carrinho de golfe "de grátis".
O carrinho é pra todo mundo, também, e custa R$ 10,00/pessoa. Quando ficar muito cansado, pega o bichinho, que têm em vários pontos.

Tem restaurante, lanchonete, cafés e um monte de lugar lindo pra sentar e descansar. Até dá pra deitar nas espreguiçadeiras.
Ficamos lá até umas 2 horas. Cansa, a gente anda muito, então, deixamos o resto pra ver de outra vez. Mais uma coisa que aprendi pelos "Caminhos por onde andei" é que não adianta forçar a barra e querer tudo; cansou, páre ou volte, senão, daí a pouco, vai começar a odiar o passeio - e nem de longe é esse o objetivo.


Saímos de lá e fomos pro Topo do Mundo (já falei sobre ele aqui. Tá lá no índice).

Dia lindo, vento gostoso, céu azulzim, azulzim e cheio de parapentes no ar. Muita gente voando. Ficamos sentados, olhando o povo arrumar a tralha e se jogar no espaço da forma mais deliciosa. Ainda vou voar um dia ! De carona, claro, mas vou.

Depois, um rango super gostoso no restaurante do topo. A vista é realmente de perder de vista e linda! Uma paz só! Ficamos nessa mesa da foto, bem na pole position.

Pra ir pro topo, pega-se a estrada em direção ao Rio e entra pra Brumadinho à direita, depois da entrada de Ouro Preto. Façim, façim!







Que tal levar a mamãe pra passear no dia das mães? Ela vai amar.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Já não fazem mais pessoas simples e delicadas como antigamente


















Alguém me lembrou de um caso muito bom, acontecido com uma amiga.

Eram muitos irmãos, família mineira, de perto de Diamantina, cinco mulheres e três homens. Como em toda cidade pequena, o povo vai saindo da escola e vindo pra capital fazer faculdade (já adianto que esse caso é antigo). Hoje, existe faculdade em qualquer canto desse país, e brotando quiném capim. Às vezes, a maior dificuldade pra entrar numa escola dessas é apenas atravessar a rua.

Bom! E foi vindo uma, vindo outra, vindo outro, então, junto com o pai, compraram um apartamento em Belzonte, por conta desse trança-trança. Se mudaram pra cá e cada um foi tomando seu rumo.
E arrumaram uma moça, lá do interior desse interior, pra vir ajudar na lida da casa; moça boa, de confiança e asseadinha, como diziam nossas avós mineiras.
E era um tal de compra isso, compra aquilo pra casa nova, toda hora precisando sair comprar mais um item da lista que não tinha fim.
Então, uma das minhas amigas, chegou tarde pro almoço um dia e almoçou na mesa da cozinha mesmo.
Nessa época, além de tudo que ela fazia, cismou de aprender piano. Entrou pra aula e tava pelejando com as teclas. Adorando, porque era um sonho desde criança.
Foi num momento desse, que, ela, tranquila, comendo seu pratinho requentado pela fiel escudeira, começou a pensar e sonhar com o piano. Ainda não tava na hora mas, o amor por ele era tanto, que tava louquinha pra comprar um.
E nem percebeu que tava falando alto: "Não sei se compro o piano agora, preciso pensar melhor, é um investimento muito caro, mas ia me dar tanto prazer" e foi misturando o pensamento, viajando naquela maionese, até o momento que foi trazida de volta pra real, com a voz da empregada dizendo: "Já que você vai sair pra fazer compra, aproveita e compra uns gaufo, porque tem muito pouco na casa".

Essa mesma moça, fez um bolo de comer de joelhos, quando fui visitar a turma um dia. Uma amiga e eu. Minha amiga ficou tão entusiasmada com a delícia, que resolveu pedir a receita,
no que ela de pronto foi dizendo: "Ovo, farinha, fubá, leite, fermento, se tiver, se não tiver serve bicarbonato, se não tiver leite, coloca caldo de laranja, sal... " e foi metralhando os ingredientes sem dar nem tempo de tirar uma pequena dúvida. Quando ela deu uma respirada, minha amiga aproveitou e perguntou: "Como assim? Peraí um pouco. Eu não sei cozinhar direito, preciso que me passe as medidas certas, tempo de preparo, tudo, senão não vai dar certo". E ela, na maior simplicidade do mundo, daquela simplicidade que me faz chorar emocionada, falou com a melhor cara do mundo: "Tem medida não, bôba, é tudo pros cocos, vai pondo que dá certo sim, cê vai ver".
Minha amiga nada mais disse; guardou o papel que tava anotando pra jogar fora quando saísse da casa.

Não iria ser indelicada com quem teve tanta boa vontade em ajudar.
A propósito, gaufo é vulgarmente chamado de garfo, em algumas rodas.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Andando de ônibus em Paris e me apaixonando por um filme













Eu tô sempre falando em metrôs e trens, quando falo sobre transportes em Paris, e me esqueço dos ônibus.

E descobri porquê. No tempo todo que morei na cidade, poucas vezes andei de ônibus. Por que? Porque eles não são rápidos. Não que os ônibus sejam ruins, pelo contrário, são ótimos e confortabilíssimos, mas, com o trânsito, ruas estreitas e, como a maioria das pessoas idosas andam neles e são muito respeitados, só ando de ônibus quando tô sem pressa, tranquila. O motorista espera o velhinho entrar como se ele fosse o único passageiro.
Se você pega, por azar, um caminhão de lixo numa rua estreita, já deu pra sentir o drama. Todo mundo espera o lixo ser recolhido, sem chiar - só bufando - sem sair do ritmo, até o final da rua.

Ah! Pode pedir informação pro motorista; eles informam na boa.
Aí não tem coisa melhor! É uma delícia!

Se você tá indo passear, curtir, conhecer a cidade, então não deixe de andar neles. Aproveite pra conhecer a cidade por cima. Ande de metrô quando tiver com pressa ou quando não tiver um ônibus que passe perto de onde você queira ir.
Paris é uma cidade plana, então eles circulam quase levitando. O calçamento ou asfalto tá sempre lisinho, não tem buracos nas ruas e nem essa história que tem por aqui de dar uma freiadona pra "ajeitar a carga" (no linguajar grosseiro dos motoristas).
Temos, também, aqui, motoristas gentis e que respeitam os passageiros, mas não deveria ser uma minoria. Isso deveria ser uma coisa normal, natural. Natural é esperar a pessoa subir e descer, sem arrancar com ela ainda na escada, o que já vi várias vezes.

Outra coisa que anima a andar de ônibus em Paris são os meio-fios padronizados. Não existe essa história de ter que ser alpinista pra subir num ônibus. Eles param rentes ao meio fio, as portas são largas e podemos entrar com malas ou carrinhos de bebê sem precisar de carregar. Então você me pergunta : 'Na cidade toda?" Toda, bairros e centro.
Em todos os pontos de ônibus tem um mapa dos ônibus que param naquele ponto, mostrando o itinerário, com todas as paradas, nos dois sentidos, então você fica sabendo se tá pegando do lado certo.
Este mesmo itinerário, está afixado, em tamanho grande, em vários lugares dentro dos ônibus.
Coloquei uma foto pra vocês verem e, clicando em cima dela, ela fica grande e dá pra ver melhor.

Como pagar? O mesmo tíquete que você compra pro metrô serve pro ônibus. Você pode entrar pela porta da frente ou do meio e vai encontrar uma maquininha onde você introduz o tíquete e ele será registrado. Ninguém vai te pedir quando entrar ou sair. Você pode até não pagar, mas, se entrar uma turma de fiscalização e você tiver sem ele, a multa é muito grande. Não sei quanto custa hoje, mas é como se a passagem custasse 1 euro e a multa 60 euros. Não vale a pena. E eles entram sem dar chance de você se safar, tipo, por todas as portas e bloqueiam as saídas.
Perdeu malandro! Perdeu!.rs..rs..rs.
Se você comprar bilhete pra usar durante o dia todo ou a semana ou o mês, então não enfia na maquininha porque, senão, depois ele empaca no metrô. Apenas mostre ao motorista na entrada.
E, se não tiver o bilhete, o motorista vende. O bilhete avulso custa duas ou três vezes mais caro do que comprar um carnê (conjunto com 10 bilhetes ) nas estações de metrô.

Vou dar umas dicas de ônibus legais pra você conhecer a cidade baratinho.

Pegue o 69 e fará quase um city tour. Passa em quase todos os monumentos mais famosos da cidade.

E tem o 96. Minha paixão por essa linha, começou com o filme Lua de Fel com o Peter Coyote , Emmanuelle Seigner (mulher do Polanski), Hugh Grant e Kristin Scott Thomas. Recomendo ! Uma paulada na moleira de bom. Aliás, quem leu meu post sobre cenas eróticas e sensuais, em filmes, acrescente a dança da Emmanuelle neste filme.

Se pegar o 72, ele vai te levar num passeio às margens do Sena, por um longo trajeto.

O 87 corta a cidade na horizontal. Um sucesso!

O 38 corta na vertical.

O 65 de norte a leste.

Vale a pena dar uma olhada no mapa, que sempre vem junto com o mapa do metrô.


Depois vou falar sobre o RER; outro sistema de transporte que é muito legal!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Faltam só 24 horas - Assinem

A votação final da Ficha Limpa será em 24 horas!

http://www.avaaz.org/po/brasil_ficha_limpa/?vl

Cultura na língua paralela.

Todos nós temos nossos causus pra contar. E como! Cada um com seu jeito e seu estilo. Pra mim, não tem coisa melhor na vida do que ouvir palavras trocadas, pessoas que, por algum motivo, não sabem a palavra correta ou não conseguem pronunciar ou reproduzem o que entenderam, o que o ouvido captou.

Longe de mim mas, longe mesmo, léguas e léguas, querer rir ou diminuir quem quer que seja, porque, afinal, estaria rindo da minha própria família, pai, tios, amigos, pessoas que trabalham ou já trabalharam comigo, enfim, de mim mesma. Só gente que eu amo. E, todos nós, até aquele que disse, ri muito disso tudo. E eu não deixo passar uma. Às vezes, anoto na hora, com medo de esquecer. Adoro!

Me lembro que, no antigo Pasquim, tinha uma página do Ziraldo que se chamava Horta da Luzia. Eu amava! Eram arrebanhadas expressões que toda família, toda turma ainda usa, algumas sabemos de onde vieram, lembramos da origem, outras já se misturaram tanto no vocabulário de todos, que não dá pra saber de onde saiu.

Lá vão algumas pérolas preciosas, mais que pérolas, verdadeiros diamantes, colhidas nos "Caminhos por onde andei". Se você tem alguma pra acrescentar, pomandá, que vamos fazer outra lista.

Ela fica enfreiando a gente (colocando freio, limites)

Ele só usa roupa de grifica (só tem roupa linda)

Janela escancarrada (aberta messssmo.)

Papel salofone (garimpei de um pescador no Globo Repórter)

Fulano foi feito um pelo outro ! (Não ficou mais lindo do que o correto?)

Espelho retransmissor (Essa é campeã !)

O figo dói muito (Não sou só eu que já ouviu essa. Famosa !)

Fiquei em pé, encostado numa calúnia redonda (Amigo contando o caso de uma espera. Muito bom !)

Pobrema (Já nem é mais um, né? )

Alpinista (Um conhecido falando condoído sobre a filha autista de um amigo dele)

Boca do istrongo (Outro clássico do repertório nacional)

Quem nasce na Índia é índio (Mesmo autor do alpinista, se referindo a um colega de trabalho indiano)

Encapotar o carro (Quem nunca ouviu essa?)

Tomei injeção de bezetasilva (Pode uma versão melhor pro nome da injeção?)

Assustou o cheque (Essa vem desde o tempo que era bancária. Primeiro emprego.)

Natal eu fico numa baixa astral ( data triste )

Cafundiu tudo (Usamos todos da minha turma. Foi uma cafusão só...)

O bosque tá muito sujo. Fiquei 1 hora pra limpar (colaboradora do lar, lavando o box do banheiro)

Mexe com tóchico (mãe de um amigo e também foi adotada por todos nós)

Gosta de séquiço (Quem não gosta de sexo?)

Domingo com visita é um sacrilégio (realmente um sacrifício danado, muito trabalho)

Eu vou reservano (e vai revezando quando pode)

Tô inquivocada acho q não foi isso (não há equívoco que segure essa)

Todo ano tenho que dastrar os meninos = cadastro escolar ( filas, mães brigando, um horror)

O médico que tava de prantão (muito bom aquele médico)

Fico pé da vida (eu também...)

Ele vinha pé por pé (ninguém escutava, na moita)

Ele dá pilequi - fora o susto que levamos (Triste sofrer de epilepsia)

Envitando doces - como dizia meu pai (evitando também o livro de gramática)

Fazer enxames (vai pro plural com n, porque são vários)

Préido ( meu pai falando prédio. Quando eu pedia pra repetir, pra rir mais, ficava bravo)

Reméido (meu pai falando remédio)

Comida serve-serve (é uma beleza, a gente coloca o que e o quanto deseja)

O cara sentou o sabão em mim (chamou na gerência)

O ônibus tava amarrotado de gente mas depois foi disvaziando (campeã das campeãs pra mim)

Malmitex - (essa também é muito boa!)

Essa máquina não tá trifugando bem ( então torço à mão )

Os elencos da novela ( claro! Várias pessoas, os elencos. )

Só falta entregar a mamografia (depois vem a formatura)

Chegando no aeroporto faço o chequinho e depois? ( depois corre pro abraço )

Você viu aquelas duas ali? Lébiscas ( mulher que gosta de mulher, ainda explicou )

Foi um surto-circuito ( fiação de luz antiga dá nisso )

Ele distraiu os dentes todos ( só davam problema, coitado! )

Dona, já acabei de cascar as batatas ( pode colocar na panela, obrigada)

Fulana teve que fazer parto cesário ( deve ser quando nasce menino)

Sua televisão tem tela SAP? ( a minha só tem tecla SAP)

Tô expressionado! Nunca vi coisa mais bonita.

Em recompensação, aqui choveu muito. Sorte nossa!

E fechando por hoje: - Eu te amo! - Eu item.

sábado, 1 de maio de 2010

A volta daquela que sempre quer voltar!


São onze e meia da noite de sábado, 1º de maio, minha amiga dorme a sono solto, pezinhos já desinchandos, depois de uma viagem longa e feliz.

O prazer de viajar, reencontrar amigos, rever lugares, comer aquela comidinha pela qual se apaixonou da última vez... tudo isso não tem preço.
Hoje acordei cedo pra ir buscar minha amiga no aeroporto. Um dia, talvez, com a permissão dela certamente, contarei sua história. Nenhum Gilberto Braga, nenhum Sílvio de Abreu, conseguiria imaginar uma trama melhor que essa.

Quem sabe, um dia!

Mas, continuando ... fui buscá-la, já com a promessa, mesmo antes dela sair de Paris, que comeríamos (ela) uma feijoada e beberíamos (ela) umas caipirinhas. Sabe o que é sonhar com um gostinho na boca? Ela tava assim. Sonhando!
É a quarta vez que vem aqui na nossa terra, terceira pra minha casa. Apaixonada pela terra, vem e, já no primeiro dia, fica fazendo planos pra voltar. Hoje mesmo, no restaurante, já pensava no retorno.
E vieram amigos meus, parentes, todos pra recebê-la. Revê-la. E, como eu digo sempre, tenho pavor de quem tem memória boa. Essa gente é um perigo. Ela é uma dessas. Ela se lembra de quem eu apresentei na primeira vez, lembra do nome, onde foi o encontro, tudo. Pergunta pelo marido, esposa, mãe. O cão-chupando-manga. Curuz!

Cada vez, quer conhecer mais um pedaço do nosso canto, nesse mundão de Deus.

Dá prazer levar pra almoçar uma pessoa que aprecia a comida, come com prazer, sem frescura, com apetite. E dá-lhe apetite! Comeu duas pratadas de fazer inveja a peão de obra.
E fica observando coisas que a gente que tá aqui, com tudo à nossa disposição o ano todo, não vê.

Descobri hoje, por exemplo, que as árvores do Minas Tênis Clube são cheias de miquinhos. Nunca tinha visto! Que as quaresmeiras estão floridas que tão uma beleza (isso eu já tinha visto).
Que o garçon estava muito cansado, apesar da gentileza e ela sentiu pela cor dos olhos dele; vermelhinhos.... e abatido. No que eu disse: "Ele deve tá emendando de um outro restaurante que trabalhou à noite." E ela: "E pode?" Sei lá se pode, só sei que, pela aliança na mão direita do moço, tá rolando um noivado e que, noiva quando fica noiva, quer casar, então o camarada tá se virando como pode.

Essas próximas duas semanas não vão ser de fritar bolinho. Conto pra vocês cenas dos próximos capítulos.
Só pra terem uma idéia, tenho certeza absoluta que ela foi a única pessoa - e tinha que ser francesa - que fotografou, no Bairro da Liberdade em São Paulo, a estátua de um japonês escondida num jardim. Acho que o moço foi um dos primeiros moradores do bairro.

Não escapou à máquina da turista.

Millôr em alta dose








Poemeu
Me elogia, vai!
Escreve um troço, ai!
Não dói não; faz
de conta
Que eu morri.


Olha ai garotada, quando digo no meu tempo estou falando do futuro.

Reuniu-se a junta médica. O doente morreu por unanimidade.

De tempos pra cá o pessoal usa muito esse termo, gratificação, querendo emprestar a ele o sentido de lúdico, nobre. Mas acho que o que lhes agrada mesmo continuam sendo os 20%.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Causus do Soter Pádua - Consumatum Est


Podemos afirmar, sem dúvida ou medo de errar, que este foi o casamento do ano na cidade.

Além de o pai da noiva pertencer à mais alta roda da sociedade, sua filha, Elisabeth, era querida por todos. Sua simpatia era tanta que até conseguiu conquistar o Fulgêncio, um verdadeiro beócio. Ninguém acreditava, mas eles se casaram.

Após a cerimônia, os pais da noiva convidaram a filha e o genro para passarem a primeira noite em sua casa. O pai, abastado empresário, com rasgo de cultura, acomodou o casal de pombinhos na suite que ficava no segundo andar.

Ao amanhecer, o paizão inquieto instalou-se no saguão, ali bem pertinho da escada, aflito pela aparição do casal e... eis que surge, no topo da escada, o genro. O sogro, querendo saber como passaram a noite e, ao mesmo tempo, dar uma de culto em cima do "gêbo", perguntou-lhe em tom altivo:

- "Como é, Consumatum est?"

E ele:

- "Este e boroeste."

Causu tirado do livro de Soter Antônio de Oliveira Pádua, meu querido amigo, Causus e Causus.
Editora Vôo Livre Ltda

quinta-feira, 29 de abril de 2010

As aves que aqui gorgeiam, não gorgeiam como lá!


















Folheando um livrinho fornecido pela Prefeitura de Paris, encontrei essas curiosidades e resolvi fazer uma brincadeirinha. Vamo lá !

- Se passar pela rua Montmorency, no Bairro 3, procure o número 51. Você vai conhecer a casa mais antiga da cidade, que foi construída em 1407, pelo professor de letras da Universidade de Paris, Nicolas Flamel.
Quando ele tava fazendo a fundação pra construção da casinha, o pai do nosso Cabral xxxxtaaava a dixxxcutiri com o rei : "Aí, Vossa Maxxxistadi, rola ou não rola uma verbinha pra viagem ao Brasil?" O rei, muito na dele, não querendo se envolver em projetos caros sem resultados imediatos e, como a crise tava braba naquele ano, disse: "xxxxxcuita lá, ô Seu Cabral... vamoxxx deixairi isso proxxx nossoxxxxx filhoxxxx risolverem..." e assim foi feito.

- Paris tem mais de 10.500 hidrantes de incêndio. Os primeiros hidrantes foram instalados em 1738. Nessa época, o povo do outro lado do Atlântico já tava preocupado em apagar incêndio, enquanto nós, do lado de cá, éramos brindados com o nascimento do grande Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que nos deixaria obras valiosas.

- No início dos anos 80, segundo o censo, só existiam duas ou três espécies de peixe no Rio Sena; hoje, são mais de 40. Gostaria de poder dizer o mesmo sobre nosso Tietê, Capibaribe, Rio das Velhas... mas não vai rolar não. Fica pra próxima. Como disse o rei português: "Deixo isso pros nossos filhos".

- O calçamento da cidade é feito de granito, que tem uma durabilidade de mais ou menos 50 anos, diferente do asfalto que dura, mais ou menos, 20 anos. Isso quando o asfalto é feito pra durar 20 anos, porque, pelas bandas de cá, é feito pra durar o tempo de engordar umas contas na Suíça... de várias famílias...

- A iluminação das ruas parisienses é gerada a partir de uma central controlada por um "calendário astronômico". As lâmpadas se apagam quando o sol se levanta e acendem quando ele se põe. Esse sistema permite que um relógio capte as variações de luz dando, assim, a claridade necessária em função da necessidade de luminosidade. Isso, falando sério, acho o maior barato. Vou falar de BH, porque sou daqui e posso falar mal. Eita cidade escura, cabulosa ! O que existe de lugar em plena região central, residencial, bairros inteiros onde se pode esconder um elefante em plena rua, fácil, fácil, depois de 8 da noite, não é mole ! Temos prédios lindos, como o Instituto de Educação, que se fosse bem iluminado, Paris iria babar de inveja. Alô, Prefeitura Municipal! Um abraço!

- Os franceses usam mais o transporte público do que seu próprio carro. E metade do que eles andam por dia, fazem a pé. Eles tem o hábito de caminhar. Aí, não tem "meu pé me dói", aliás, tem sim, pelas bandas de cá, é morro atrás de morro. O pé dói pra burro. Nessa eles ganham disparado ! Dá pra competir não !

- A biblioteca mais antiga de Paris é a Mazarine, que foi fundada em 1643 e funciona no Intitut de France. Tem em torno de 50.000 livros impressos, 4.600 manuscritos, 2.370 livros impressos antes de 1.500. Muito interessante de visitar. Se você pensa que nossas bibliotecas vivem às moscas, caro leitor ? está redondamente enganado. Vivem cheias e muita gente fica na fila esperando pra pegar livro emprestado. O que o governo tá esperando pra abrir mais bibliotecas? Que tal perguntar pra eles?

- Quando estiver passeando pelo Jardim de Tuileries poderá conhecer mais de 120 estátuas e vasos, datados dos séculos XVIII e XIX, que embelezam os jardins. Aqui não temos essa fartura, mas, temos parques e jardins com belas estátuas; todos antigos porque, acredito eu, seja mesmo uma herança de costumes europeus. Hoje, quando os parques tem esculturas, são modernas, mas, não podemos reclamar, as estátuas na época também não eram modernas?

- A Pirâmide do Louvre tem 21.65m de altura e ocupa uma área de 1.250 m2. Sua estrutura pesa 180 toneladas e as barras de aço inoxidável, que suportam os losângulos de vidro, tem um diâmetro que varia entre 58 a 75 mm. São 612 losângulos no total. Com essa baita aí, temos, pra peitar, o Palácio de Cristal de Curitiba. Tão pensando o quê?

- Se você for à La Défense, observe o grande arco e saiba que ele tem 90m de altura e 70m de largura. Daria pra Igreja de Notre Dame passar embaixo, com torre e tudo. Ele tem 4.000 janelas e é revestido de 35.000 placas de mármore, sendo que, suas 300.000 toneladas, estão sustentadas por pilares de 12 metros que foram enterrados a 30m de profundidade. Pouca chance de cair. Depois dessa informação, você já pode morrer.....rsss. Nosso Cristo no Rio ganha disparado. Grande, lindo, imponente e, ainda, segura a onda daquela Baía de Guanabara que, se vocês pensam que não tá boa, imaginem, então, se ele não tivesse lá de cima de olho?

- Esqueceu ou perdeu algum objeto? Criado em 1830 (nada foi criado ontem) o serviço de objetos encontrados fica na Prefeitura de Polícia de Paris. Registra uma média de 120.000 objetos encontrados por ano. A metade deles é achada em ônibus, metrôs, na rua, dentro de lojas e museus e, o resto, em táxis e aeroportos. Eles conseguem devolver mais ou menos 1/3 disso tudo, porque o povo não procura. Vou ver se descubro onde enfiam o resto. Aqui, também, objetos esquecidos nem sempre são procurados. As pessoas não acreditam que alguém possa ter entregue, pois entregam e os correios guardam e outros lugares também. Se você encontrar alguma coisa, é só colocar numa caixa de correio e eles cadastram, guardam e ficam esperando o dono.
E, pra finalizar, há muito tempo foi feito uma pesquisa, entre os estrangeiros que visitam a cidade, perguntando como eles definiriam Paris. A resposta da grande maioria foi: "Paris é uma cidade grandiosa, de um ritmo rápido, é dominadora, possante, tem porte de rainha, selvagem e individualista, às vezes afetuosa, as vezes pretenciosa, precisamos nos precaver com ela , mas, ao mesmo tempo, desejamos ser donos dela.
A gente podia fazer essa brincadeirinha com nossas cidades

E LÁ VAI O DIMDIM!

E o dindin que você doou vai virar Q uero ver se até segunda-feira mando o dindim dos presentes dos tiukinhos. Ainda não mandei porque tem u...