sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

E O SONHO DO ASHRAM...3 continuando

Quando a gente pensa que não pode piorar...

Ai eu comecei a achar estranho. O calor continuava infernal mas eu "achava" que tava sentindo frio. Como assim? Procê ver que o raciocínio já tava ficando lento. Resolvi vestir um moletom. Tava dormindo pelada e fiquei pelada de moletom. Não é que daí há alguns minutos, sentada na cama e prestes a morrer, achei ter visto um vulto passando. Um vulto grande.
Pensei: bão, agora comecei a delirar. E o vulto voltou. Digo sempre que não entendo como aqui na Índia diante de tanta sujeira não vejo baratas. Era pra ser infestado, né? Pois não é.
Mas o vulto era uma barata muito grande. Grande e lerda.
Cena Kafkaniana.
Pego um chinelo e fico tentando acertar ela. Um morto  tentando matar um lerdo. Ela sumiu. Com o maior esforço do mundo, juro, ajoelhei no chão pra ver embaixo da cama  onde ela tinha se escondido. Tava subindo no lençol que tinha uma ponta caindo.
Puxei devagar o lençol, bem devagar, joguei o outro por cima e bati com força (achei) umas 3 vezes com o chinelo. Sem saber se tinha capturado e matado ela, enrolei tudo e joguei pra lá no chão. Tava exausta.
Com o movimento, um pouco do frio melhorou então vesti outra blusa mais pesada, abotoei até o pescoço e sentei na cama forrada de plástico esperando os próximos acontecimentos.
Agora tava ótimo!
Sem barata e menos frio.
Será?

amanhã...



ESTAMOS CADA DIA MAIS CHEIOS DE CONFORTO

Graças ao bom Deus de cada um de nós e aos meus muito amados amigos que nunca me deixam na mão.
Lembram que contei aqui há pucos dias da nossa hóspede vinda de Goias junto com seu marido, se hospedaram em nossa
SENAMURA YOGA GUEST HOUSE
e trouxeram lápis de cor pra todos os tiukinhos?
Pois é.

Eles amaram nosso projeto e ficaram preocupados em ver nossas crianças comerem no chão.
Mais uma vez eu digo: comer no chão aqui na Índia é normal. Mas é normal, porque eles não tem uma cadeira e uma mesa pra se sentar. Desde que tenham todos gostam deste conforto.
Então eles quiseram sabem em quanto ficaria fazer as mesas e os bancos, e resolveram patrocinar.
A gente como não deixa nada esfriar, mais do que depressa já encomendamos tudo.
Eu já tinha até medidas de tudo. ...rsrs...
Já tô louca pra voltar pra lá pra poder brincar e comer junto com nossos embondinhos.
Muito obrigada Edith Morgana e David Brian Farrow

















Ajude a gente.
Toda ajuda é muito bem vinda.
Deposite em minha conta do

BRADESCO
ieda dias
ag 3796
cc 0030060 8
cpf 156643506 44

ou envie pelo 

TRANSFERWISE

PEDIDO DE SOCORRO

O  DIMDIM  JÁ TÁ  NA  CONTA DO  NOSSO AMIGO.
MUITO  MUITO  MUITO  MUITO  OBRIGADA  À  AQUELES QUE  ME  AJUDARAM  EM  MAIS  ESSA EMPREITADA.

DEUS ME AJUDA TANTO, QUE A ESCOLA NÃO VAI FICAR SEM SUAS DOAÇÕES. RECEBI A AJUDA PRO MOTORISTA E PRA ESCOLA TAMBÉM.

E aproveito pra colocar aqui uma citação que não sei de quem é, que eu amo, e dou sempre como resposta quando me dizem:

"Você não vai conseguir mudar o mundo. Sei disso. Mas o mundo de uma pessoa posso mudar".

Não existe situação mais humilhante do que estar devendo e precisar de pedir ajuda.
Temos a culpa de que se pedimos emprestado temos o dever de pagar. 
Só, que a vida dá muitas voltas e imprevistos acontecem.
Estou viajando desde o dia 13 de janeiro com um motorista indiano.
Ele é empregado de uma empresa e recebe 4.500 rúpias por mês.
O equivalente a mais ou menos 263 reais. Ok, tá dentro do normal pago aqui pra sua função. Quando ele viaja recebe mais 200 rúpias por dia. Mais ou menos 12 reais pra ajuda de custo. Essa ajuda não dá pra pagar um lugar pra dormir e alimentação. Quase todo motorista aqui dorme no carro e nem quero saber como faz pra se organizar com banho, lavar roupa, privada, porque senão fico doida.
Ok. No Brasil também ganha-se mal e motorista também dorme no carro, caminhão, carreta. Sei disso.
Não posso resolver o problema da humanidade, mas gostaria muito de poder ajudar este rapaz.
Ele é casado e tem 2 filhas. Quando se casou, pegou um empréstimo no banco de 180.000 rúpias pra construir no terreno do pai 2 cômodos e viver com sua família.
Este empréstimo era pra ser quitado em 3 anos. Pagaria 5.000 rupias por mês.
Nesta época, (2016) ele estava bem empregado e ganhava o suficiente pra se manter e pagar a dívida o que fez por 6 meses, quando perdeu o emprego. Daí pra cá, tem lutado de toda forma e não conseguiu pagar mais nem uma prestação.
O banco sempre na cola. (normal)
Só que agora o banco tá pegando pesado. O gerente tem ido toda semana na casa dele fazendo ameaças e dizendo que ele vai perder a casa e ainda pode ir pra cadeia.
Eu sei bem o que é isso, porque já passamos por situação parecida, por muito menos.
Então, tive uma ideia.
Pedir permissão aos meus queridos amigos que ajudam a nossa 
Premamettaschool
se posso passar o dinheiro da doação do mês de fevereiro pra ele. Ele deve 189.000 rúpias o que equivale a mais ou menos R$11.000,00.
Esse dinheiro das doações mensais não vai cobrir o que ele deve ao banco. Recebo todo mes R$1.700,00
Seria o começo da campanha pra conseguir os 11 mil.
Por favor, se você pode me ajudar faça essa caridade.
O rapaz não tem dormido direito, tem comido mal. Eu to vendo como ele tá desesperado. Apesar de tudo ele mantém a calma, é super gentil, super atencioso, dirige muito bem e é cheio de cuidados comigo e com minha amiga.
Merece muito ser ajudado.
Eu vou poder doar 1.000 reais.
Se meus amigos concordarem, já fica sendo 2.700 reais pra começar.
A dívida precisa ser paga até 15 de fevereiro. Data imposta pelo banco.
Conto com sua ajuda.
Vou enviar este post pros meus amigos que doam mensalmente.
Sinto que a Premametta nesse momento tá em condições de poder ajudar. Nos apertamos este mes por uma ótima causa.


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

E O SONHO DO ASHRAM... 2 .continuando

Bom, depois do café da manhã no terceiro dia, de novo a função na  padaria, passei nas salas de costura pra ver se precisavam de ajuda. Mais uma coisa que gosto de fazer. Costurar.
A responsável falou que naquele dia não, mas que eu voltasse amanhã. Ok.
Não me lembro se almocei ou o que fiz depois do almoço.
Nessa altura do campeonato (lembram da história do ventilador?) eu já tava sentindo que ia rolar uma boa gripe. Daquelas que quando pego não tenho reclamação. Chega chegando.
Por dúvida das vias fui ao Hospital e falei com o médico se ele tinha algum medicamento pra mim. Expliquei como tava  me sentindo e ele me receitou 2. Um tipo paracetamol e o outro não tenho ideia. Paguei o referente a 1 real e 20 centavos e já mandei os dois pra dentro.
Já meio caidinha pensei. Vou jantar e tratar de repousar pra ficar boa.
Acordei no dia seguinte bem pior. Bem mesmo!
Ah! Tem um fato importante.
No Ashram a gente precisa toda manhã passar na recepção e assinar um livro de presença. Tipo. Tô viva. Imagino que já tenham tido algum problema e agora isso é obrigatório. Esqueci no segundo dia, e no terceiro devido a cabeça já não estar comandando o corpo esqueci de novo e quando cheguei no quarto tinha um aviso na porta. Se não assinar vai ter que ir prum quarto com outras pessoas. Tipo, corpo aqui dá muito trabalho pra dar fim dele...rsrs...
Fui pra recepção, assinei a folha dos vivos e fui pra padaria só pra avisar que não iria. Não tava me aguentando de pé.
Encontrei com a responsável quase chegando, que quando me viu, antes que eu dissesse alguma coisa me mandou pra cama e perguntou se tava medicada. Não sabia que minha cara tava tão ruim.
Fui  pro quarto e dai pra frente foi só ladeira abaixo.
Um calor da porra, não dava pra ligar o ventilador no forte, e eu sentindo que ia ter uma lacuna em branco na lista de presença do dia seguinte.
Tinha comprado laranja e banana e foi o que comi. Não tinha mais forças pra ir ao restaurante. Já bem tarde, tipo 9 da noite, suando muito e o mal estar só piorando, pensei. Vou tomar um banho, mesmo gelado, porque senão não consigo dormir.
Tomei o banho, coloquei uma toalha na cabeça, coloquei o ventilador mais forte um pouco pensando que pior do que tava não dava pra ficar e apaguei. Talvez também pelos remédios.
Acordei em pânico as 3 da madruga, sem conseguir respirar direito, o peito doía como se tivessem flechas cravadas nele, precisando tossir e não conseguia tanto pela dor que aumentava mais ainda se fizesse tamanho esforço,  quanto pela falta de ar.
O silêncio reinava na paz do Ashram.
Pensei.
Não consigo ir sozinha pro hospital e nem deve ter uma alma acordada lá pra me atender.
Vou tentar pelo menos esperar o dia clarear.
Pensei.
Dessa vez me fudi de vez!


Continua...

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

E O SONHO DO ASHRAM... 1

...QUASE VIRA PESADELO

Há muitos e muitos anos atrás, mesmo antes de conhecer a 
PREMAMETTASCHOOL
eu já sonhava em ir pra um  
ASHRAM 
(É um lugar cujas portas estão abertas a pessoas de todo o mundo que buscam viver temporária ou permanentemente uma vida yoguica, ou seja, um estilo de vida saudável, ético e estruturado nos cinco princípios que sintetizam a prática que nos transmitiram nossos Mestres:

- exercício adequado
- respiração adequada
- relaxamento adequado
- dieta adequada
- pensamento positivo e meditação)

Nem me lembro mais como cheguei até o Ashram da Amma
Talvez pela carinha dela muito parecida com a da minha mãe e queria ganhar o famoso abraço cheio de carinho que ela já deu em milhares de pessoas. 
Já foram mais de 34 milhões de abraços. Acredite se quiser!

Só sei que desde que venho pra Índia anualmente, penso em passar uns dias lá e nunca consigo. Sempre por falta  de dimdim. Meus tiukus precisam muito mais do que eu de qualquer coisa. São prioridade.
Desta vez me planejei, economizei há dois anos e deu certo.
Fiz os contatos necessários mesmo antes de sair do Brasil, fiquei o mês de dezembro por conta da escola e em janeiro viajei com uma amiga por algumas cidades da Índia que mostrei nos post anteriores.
E no final de janeiro finalmente tomo o caminho pra Kerala, estado onde fica o Ashram, no sul da Índia.
Foi emocionante tomar o pequeno caminho saindo da estrada principal, uns 100m e dar de frente com aquela casa tão linda que só conhecia por fotos.
Me registrei e fui pro quarto que me deram.
Esqueci de dizer que eles pedem pra não fazer fotos nem filmes. Não tenho registros de nada lá dentro.





Quem procura um lugar assim não procura luxo nem conforto. A vida é muito simples. Simplérrima.
O quarto é pequeno com um beliche, (pedi pra ficar sozinha e paguei dobrado por isso)
1 cadeira e mais nada.
No banheiro com água fria tem uma pia e um vaso sanitário. E fim.
O colchão e o travesseiro são quase de monges. Não sei porque penso que monges vivem assim. Alguma coisa muito fina, coberta com um plástico grosso o que no final  juntos, dão uns 5cm de altura. Eles dão 2 lençóis e 1 fronha.
OK.
Me ajeitei descansei um pouco e felizmente colchão o meu corpo não estranha. Contando que esteja na horizontal tô feliz.
No final da tardinha sai pra dar uma volta. Conhecer  e entender aquela mistura de caminhos, escadas e lugares parecidos. Me perdi o tempo todo até o último dia.
E fui pro refeitório.
Tem várias opções de refeições. Capa pessoa escolhe o que quer. A contribuição de 500 rupias diárias (+ ou - 30 reais) dá direito ao quarto e mais 3 refeições.
Comecei a comer e apareceu uma moça com um quadro pedindo ajuda pra lavar o vasilhame da padaria de 10 ao meio dia do dia seguinte. Levantei a mão e me inscrevi.
Adendo: tava chegando do norte da Índia, onde fazia muito frio chegando a 2 graus à noite e no máximo 14 graus  de dia.
Caí direto em 32 graus pau dentro. Jesus!
Tem ventilador de teto no quarto o que pra mim não funciona, porque só uso se tiver procurando adoecer.
Como tava muito calor, deixei no mais fraquinho pra conseguir dormir.
Fui pra padaria no dia seguinte, junto com mais 3 voluntárias demos conta da tralha toda em 1 hora e meia. Tipo do trabalho que eu gosto. Todos juntos trabalhando com o mesmo objetivo. Fazer bem, rápido e bem feito.
Almocei e fui conhecer mais um pouco das instalações.
Fui ao templo, tem um pequeno supermercado, lugar pra comprar frutas, farmácia, hospital, e alguma lojinhas. Pelo que pude perceber, tem lojinhas do próprio Ashram onde se compra o que podemos usar lá dentro, e de particulares também. Talvez sejam moradores fixos de lá. Muitas opções de cursos, yoga, meditação, ayurveda. De tudo um pouco. Eu tava muito interessada em tentar aprender a meditar.
E continuo amanhã pra não alongar muito.

COLARES - CADA UM MAIS LINDO PRA MAMÃE OU PRA VOCÊ - DIA DAS MÃES 2024

PREÇOS DOS COLARES 31 - 30,00 14 - 40,00 - VENDIDO 27 - 35,00 33 - 30,00 89 - 75,00 116 - 65,00 75 - 75,00 79 - 65,00 111 - 65,00 110 - 80,0...