sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Já sei pra onde eu vou ano que vem ...

























































No dia 11 de janeiro começou o Estágio Vivência Mecenas da Vida.
Essa atividade reúne no total 19 universitários de diferentes áreas (Engenharia Agrícola e Florestal, Agronomia, Biologia, Direito, Arquitetura e Técnicas Socorristas ) – todos estudantes da UNICAMP e UNESP (SP), U.Federal de Uberlândia (MG), UFF - Univ. Federal Fluminense e Cândido Mendes (RJ), além de jovens voluntários de Barcelona (Espanha), que vieram para a APA Itacaré/Serra Grande - Bahia - cumprir, pelo período de 1 mês, uma experiência vivencial de campo junto à equipe técnica da ONG Movimento Mecenas da Vida através do Programa Turismo Carbono Neutro.
Achou interessante o projeto? Quer saber mais? Quer participar ano que vem? Quer perguntar ou sugerir?
Visite o site da ONG : http://www.mecenasdavida.org.br/



" Encontrar uma hospedaria encantadora, que não figura em nenhum guia de turismo, transforma sua viagem em uma aventura e você num grande descobridor." Henrietta Brown

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Mafalda metendo a mão na massa e eu embarcando no meu sonho

Já estão sendo montadas as duplas, os trios, as tribos, as matilhas.

Então, eleitor amigo, comece você também a organizar, em sua agenda, aqueles nomes todos que foram anotados. Todos aqueles que te traíram, te fizeram passar vergonha, que fizeram você perder seu voto na eleição passada, que te fizeram ficar humilhado perante seus filhos, seu país.

Se acha que sua lista tá pequena, que se esqueceu de alguém, é só dar uma entradinha no Google que ele te ajuda na caça aos canalhas. Fale com seus amigos, com as pessoas que você ama, que você quer bem. Discuta com eles. Troque idéias.

Tá passando da hora da gente dar uma guinada, mostrar nossa força e nosso valor.

Meu sonho é ver meu país dando mais alegria ainda pro seu povo. Ver pessoas sorridentes, mas, como dizia meu pai, com a boca cheia de dentes. Ver a criançada de barriga cheia, não barrigudinha de vermes.

Ver gatinhas de 12 anos curtindo a vida, a escola, os amigos e não, tendo que cuidar de bebês, quando ainda não têm condição de cuidar de si mesmas sozinhas.

Ver um gatinho praticando um esporte, correr na praia atrás de uma bola, depois de ter passado o dia na escola, ao invés de correr da polícia, de comandos e comandantes.

Ver mães em praças, tranquilamente passeando com seus filhos, sem medo que malucos subam na calçada, porque estavam dirigindo completamente bêbados e ceifar a vida de um bando de crianças como se fosse um tremor de terra que não podemos evitar; e, ainda por cima, não serem punidos.

Meu sonho é ver ônibus e aviões cheios de pessoas passeando e conhecendo, em suas merecidas férias, Bonito, Lavras Novas, Diamantina, Joinville, Salvador, Serra da Canastra, Belém do Pará, Chapada Diamantina ou, sei lá mais onde, ir onde tiver vontade, com a grana economizada de seu salário, porque não precisou usar esse dinheiro do sonho pra pagar o pesadelo de um imprevisto de doença, já que o sistema de saúde de seu país funciona tão bem.

Meu sonho é ter um transporte público que não obrigue pessoas a ficarem horas esperando em uma fila enorme, depois de 8, 10 horas de trabalho e, ainda, se desvencilhar de policiais a cavalo, "organizando" uma coluna pra entrar no ônibus.

Meu sonho é não ver mais pessoas perderem o que já nem tem em enchentes, porque permitiram que suas casas fossem contruídas em zonas de perigo e não lhes deram educação pra saberem como cuidar da cidade e da natureza.

Meu sonho é com um país onde um trabalhador rural de 60 anos, com o rosto fortemente marcado pelo sol e pelos anos de muita labuta, não precisa passar pela humilhação de ter seu pedido de aposentadoria especial negado por não conseguir provar, com documentos quase impossíveis de serem obtidos, que é realmente um trabalhador rural com direito à aposentadoria aos 60 e não aos 65 anos.

Meu sonho é não ter que passar a vergonha de ver um político escondendo grana roubada nas meias, enquanto pessoas decentes e assalariadas, devolvem carteiras encontradas com Reais que fariam grande diferença no seu final de mês.

Sonho em não ver o presidente do meu país, tentando nos enfiar, goela abaixo, uma candidata sem preparo e que não "dá liga" com seu povo.

Outra hora eu volto pra contar mais sobre meus sonhos e, talvez, pra dizer que alguns foram realizados e que tô muito contente.

Sonho em ver muitos outdoors espalhados pelo Brasil e pelo mundo com estes dizeres: "Venha conhecer o Brasil. Um dos países mais lindos e mais seguros do mundo."

Não vai ter pra mais ninguém.



" Pior do que não terminar uma viagem é nunca partir." Almir Klink

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Como me organizo pra viajar tranquilamente.


Comecei com minha contagem regressiva de horários, pois viajo sexta-feira dessa semana. E o passo-a-passo começa alguns dias antes da partida.

Esse tipo de organização não me deixa louca na hora de viajar, não me faz sair de casa com a sensação de que tô esquecendo coisas importantíssimas, nem ficar suando frio se houver engarrafamento de trânsito e por aí vai.

Passo pra vocês umas boas dicas de pré-viagem.

Primeiro passo - Coloco a mala em um lugar onde ela possa ficar estacionada sem me atrapalhar. Penso no tempo que vou ficar e começo a colocar o que vou levar, aos poucos, no mínimo uns 5 dias antes. Vou colocando com calma. Em outro lugar, numa mesinha por exemplo, vou colocando tudo à medida que vou me lembrando. Passaporte, grana, miudezas. Coisas que provavelmente irão na bagagem de mão. Lembro de 1 coisa, coloco lá : medicamento, um mapa... não importa. Posso colocar muita coisa e, de repente, faço uma triagem na hora de colocar na bagagem de mão.

Ao lado disso aí, uma folha de papel já com tudo escrito do que preciso fazer em casa antes de saltar fora. Escrevo tudo e vou ticando : pagar contas, faxina, comprar produtos pra faxina, não esquecer janelas abertas, luzes acesas e vou ticando à medida que vou cumprindo as tarefas. Lembrei de dizer que moro sozinha, então o batido do tambor é diferente de quem mora em bando, mas muito da organização serve pra todo mundo.

Já fiz meu check-in online, marquei o lugar que gosto de sentar e minha comidinha vegetariana já foi solicitada.
Que mais?

Se tô tomando café, por exemplo, e me lembro de alguma coisa, já me levanto, pego e coloco na mesinha. Nada de pegar assim que terminar meu café porque, depois não vou me lembrar mais o que era.

Li outro dia uma crônica da Danuza Leão falando sobre esse mesmo assunto, e ri, porque uma cena que acontece com ela acontece também comigo. Alguém me liga 1 dia antes da viagem, ou mesmo no dia, e pergunta: "Então, já tá ficando doida? Ainda falta muita coisa pra fazer?" Se não prestar atenção à pergunta, periga deu responder: "Por que? Como assim?" Porque, nessa hora, já tô quiném a foto que coloquei pra ilustrar o post.

De pernas pro ar, esperando o bonde.

Meu voo sai às 19:45h, então tenho mania de ir voltando o relógio e vou anotando no papel que tá em cima da mesinha.
Se vou voar às 19:45h, tenho que estar no aeroporto 3 horas antes. OK ! 16:45h.
Uma hora de ônibus até o aeroporto, então tenho que sair às 15:45h.
Vou pegar ônibus de 15:30h
Saio de casa às 15:00h.

Simples assim !
Última dica. Dar um limpa na bolsa. Nada de CPF, Certidão de Nascimento, Título de Eleitor, Cartão de Débito. Nada disso preciso lá fora. Isso falando de viagem internacional.

" Andando, andando. Pois quero ouvir cada grão da areia que vou pisando." Juan Ramón Jiménez

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Nada melhor que um bom desenho !



Adoro cartuns, desenho animado, desenho em geral.

E, na França, fui apresentada a uma penca de desenhistas da melhor qualidade.

Se tiver oportunidade, conheça o Gaston. Muito bom! Sabe aquele office-boy desastrado? Pois é! Christian Binet desenha "Os Bidochon" - um casal classe-média-baixa, que adora se inteirar das modernidades do mundo moderno. São bons demais! Ele Robert, ela Raymonde. Uma dupla fabulosa! Leio e releio e rio sempre. E do mesmo autor tem o cachorro Kador. São os Bidochons e seu cão.

Madre Thérèse é outra. Taradaça! Humor mais francês impossível.












O Fluide Glacial, Hovi - René Hovivian, já falecido, deixou uma obra prima de humor que vale a pena comprar a coleção. Tem Mâles, Females, As Putas, tem de tudo. Muito bom!

Você encontra todos esses, e muitos mais, na FNAC, com a vantagem de poder passar horas lá, lendo, rindo, pode até se sentar no chão pra curtir cada um. E compre se quiser. Se tiver com pouca grana, recoloque na pilha de novo e nem precisa dizer merci.

E tem mais. Nada melhor pra melhorar seu francês e fazer com que ele fique "na crista da onda" ...rs. Moderno, incluindo gírias e você vai falar aquele francês que qualquer nativo vai reconhecer e não a língua corretinha tirada de um livro.
O correto, deixe pra escrever e falar uma vez na vida, quando necessário, como fazemos aqui na nossa terra.


" Embora viajemos para encontrar a beleza, devemos levá-la conosco ou não a encontraremos. Ralph Waldo Emerson

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Como? Você não come carne? Come o quê?

Quem sou eu pra ditar regras ou dar conselhos. Não como carne mas, também, não tenho absolutamente nada contra quem come. Sei que é muito gostoso! Já comi muito e gostava. Hoje não mais.

Há muitos anos, fui a Miami e, até hoje, tenho o maior arrependimento de não ter comprado uma camiseta. Isso muito antes de vaca louca, gripe suína ou do frango, ou sei lá mais qual peste vinda dos pobres bichos.

Na camiseta tinha uma estampa de uma vaca (mó gracinha) com a carinha mais desconsolada do mundo, dizendo: "Por favor, coma frango!"

Adorei, mas babei e não comprei. Ódio de mim!

Tô dizendo isso pra dar um alerta pros amigos viajantes.

Seguinte: Viu alguma coisa legal? Adorou? Ficou querendo? Pode comprar? Não deixe pra depois! Não pense que pode voltar mais tarde, nem sonhe que o caminho de volta, daquele passeio, vai passar por ali.

Você pode até voltar, mas a loja pode estar fechada, você não consegue mais achar o endereço e não se lembra mais onde era, nem a poder de reza brava. Então, meu bem: Gostou? Compre. Não escute a amiga, ou o amigo, ou o marido, ou a esposa, ou quem quer que seja que esteja junto com você, dizendo "na volta passamos aqui", ou qualquer das suposições que já citei.

Mil vezes preferível você chegar em casa e ficar olhando pra "coisa adquirida" e pensando, "Onde que eu tava com a cabeça?" do que ficar chorando quiném eu, 20 anos depois, por uma camiseta não adquirida.

"Quando me tornei vegetariano, poupei dois seres: o outro e eu." Prof. Hermógenes

domingo, 17 de janeiro de 2010

O Brasil e o mundo estão cheios de Haitis

A gente não precisa esperar acontecer uma grande catástrofe pra ajudar. Melhor prevenir.

Cumé qui pode ser bom assim !!??


Millôr falando sobre a saída do Brasil.

" Pro Brasil sair do buraco em que se meteu, falta apenas um plano feito com sentido patriótico, correta visão de nossos problemas com penetração, estruturação e objetivo. A partir daí, é só conseguir o apoio total das forças militares, a cooperação generosa de todas as corporações industriais, a colaboração desinteressada e altruística dos partidos políticos, a compreensão e divulgação imparcial pelos meios de comunicação, o encarceramento sumário de uma centena de ladrões notórios ( e outro tanto não tão notórios ), receptividade por parte da filantropia dos bancos internacionais e, por último, o povo mostrar que tem descortino político e capacidade física pra deixar de comer mais meia dúzia de anos."

Demorei pra copiar, porque não conseguia parár de rir.
Detalhe muito importante: peguei no Millôr definitivo - A Bíblia do Caos, publicado em 1994, mas só Deus sabe quando ele escreveu isso aí.

Perguntinha só por perguntar: "Você ainda tem esperança?"
O pior de tudo, é que EU tenho.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Arco do Triunfo - imponente, resistente, frágil, soberano!






Mais uma coisa que precisamos muito aprender com os franceses, é a conservação e manutenção de nossos monumentos. Cuidar deles com o maior carinho, porque, afinal, dali entra muita grana pros cofres do país.

Já vi o Arco, Notre Damme, a Torre, muitas vêzes cobertos completamente, por meses seguidos, porque estavam passando por reformas. Não importa se vai ter turista puto porque não pode tirar a foto sem um guindaste ou rede ilustrando. O francês não quer nem saber. O que importa é que o próximo admirador de monumentos o encontre em perfeito estado.

Falando hoje sobre o Arco...

A sua imponência se sobressai mais ainda, porque ele fica no centro de uma praça, com seus 50m de altura e 45m de largura, rodeado por doze suntuosas avenidas. Propositalmente feito pra arrasar e deixar sua marca na história, por um nanico megalomaníaco. Típico, né?

Foi construído com um tipo de pedra porosa, então, constantemente, precisa ser inspecionado, por conta de infiltração de água de chuva; sua maior inimiga. Ao primeiro sinal, já fecham tudo e vão se ocupar daquele risco que ele tá correndo. Nem o médico mais atencioso, consegue ter tanta inquietação com a saúde do seu paciente, quanto o francês com seus tesouros.

Tem um fato pitoresco que, se você ainda não observou, quando for conhecer ou visitar de novo o Arco, preste atenção. Existem muitos buracos nele. Principalmente, nas esculturas de pessoas, muitas com olhos e dedos furados que não são restaurados de propósito.

Seguinte:
Na segunda guerra, quando da ocupação de Paris pelos alemães, os casarões que ficam em torno da praça, foram desapropriados pra servir de moradia dos soldados.
Nas horas de folga, a negada ficava fazendo tiro ao Arco, pra exercitar a pontaria. Tiro no olho do outro é refresco, né? Quanta ignorância, quanta falta de respeito a um monumento público! Mas, dizem que guerra é guerra. Essa merda ridícula ainda tem muitos adeptos pelo mundo todo até hoje, e, acho, que vai estar na moda pra sempre, quer dizer, um dia o ser humano vai ser extinto desse planeta, e então a natureza e as belezas criadas pelo homem vão viver em paz.

Não vão precisar de ninguém pra admirá-las. Elas vão se sustentar imponentemente sozinhas, muito bem obrigado.


" Quando viajamos, se restabelece a harmonia original que existiu um dia entre o homem e o universo." Anatole France

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Mico no deserto : xixi no saco plástico !


Já falei aqui sobre a dificuldade que temos, neste planeta, em quase todas as cidades, de encontrar um lugar pra fazer xixi quando estamos na rua. Verdadeira peleja e até humilhação ficar pedindo por favor em um restaurante, loja ou bar.

Agora, imaginem vocês o que não é ficar apertadinha de vontade no Iraque. Estrutura zero! Não digo quando estávamos na estrada, porque aí era simples; o deserto, imagino, até agradecia.

Então, lá vai um big mico de uma amiga, que não conto o nome pra não perder a colega...hehehe.

Estava ela naquele calorão de 100º, esperando, dentro do carro, um amigo que foi resolver um problema em um órgão público. Aqui o sistema já é moroso, triplique então o tempo.

E foi fondo, foi fondo, calorão, vidros hermeticamente fechados pro ar condicionado não vazar uma grama, mesmo assim o suor descia rosto abaixo.

E a vontade apertando. Ela olhava pra todos os lados e não via a menor possibilidade de resolver seu problema.

E, ainda, passando o desconforto de ser observada pelo lado de fora do carro, como se ela fosse um bichinho na jaula em pleno zoo. As pessoas lá, homens ou mulheres, encaravam mesmo, porque, pra eles, éramos verdadeiros ET's.

Esqueci de dizer : essa cidade era Ramadi, que fica a 1 ou 2 horas de Bagdá. Acho que é uma das melhores do país mas as ruas são sem calçamento em sua maioria, esgoto a céu aberto na maior parte delas. Muito sujo, muito pobre. Agora, depois de todos os bombardeios sofridos pela guerra contra os EUA, não consigo imaginar como pode ter ficado. Como diz uma outra amiga, quando escuta a notícia que bombardearam alguma dessas cidades que conhecemos bem, dizendo que a cidade foi arrasada, ela pergunta: "Como assim, arrasada? O que pode ter sido feito pra piorar mais ainda?"

Minha amiga foi ficando tão louca que começou a procurar, dentro do carro, algum objeto que pudesse ajudar na solução do seu problema.

Deus seja louvado!
Encontrou!
Um saco plástico. Eita! Acertar um saco plástico já é difícil, agora imagine dentro de um carro, com calor e ainda despistando pra não ser flagrada naquele ato em público.

Pra encurtar a conversa, ela consegui. Rezou aos céus em agradecimento. Alívio total!

Ao invés de deixar o saquinho ali mesmo, tranquilo, quieto, não, a esperta resolveu se livrar dele. Pensou: "Jogo pela janela, despistado, quando ninguém tiver olhando." Afinal, mais um saco plástico, no meio daquela zona, não iria fazer grande diferença.

Deu um bom nó na boca do saco, esperou, esperou, esperou o bom momento e zápt! Mandou ver com bastante força, pra ele cair bem longe do carro.

O saco explodiu quiném uma bomba no vidro fechado, provocando uma chuva em pleno deserto, num dia de céu azulinho sem nem uma nuvem pra contar a história.

Nem precisa contar o resto, né não?
" O que dará maior satisfação à sua alma do que andar livre sem reconhecer superiores?" Walt Whitman

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Crianças brincando no parque. Duplas, trios, pencas.




















Da última vez que morei em NY, fui babá de uma garotinha fôfa, filha de filipina com americano. Como a raça de olhinhos puxados parece ser mais forte, ela era uma filipinazinha linda. Já falei sobre ela em um outro post, mas, se hoje estou falando de novo, é só pra apresentar o que quero contar.

A mãe queria que ela aprendesse francês, então eu só falava francês com ela. E como ela ficava a maior parte do tempo comigo, ficou craque . Entendia tudinho que eu falava e saíamos pra passear todos os dias.

Eles moravam na Segunda Avenida com Rua 86.

Então, em nosso programa tava incluído ir a um parque na beira do rio. Uma delícia, um lugar lindo! Ela amava. Íamos também ao Central Parque e ao Museu de Arte Moderna. Entrava com carrinho e tudo, pagava 25 centavos, porque, quem tem grana pra dar a museus, é o Rockefeller, não eu, e, às vezes, sentava em frente a um Van Gogh enquanto dava uma mamadeira.
Mó cultura desde pequetita.

Voltando aos parques, o que mais me chamou a atenção, nessa época, foi a quantidade de gêmeos e trigêmeos.

Mas, não era um casal ou outro de gêmeos, ou um trio ou outro, eram muitos. Eu não conhecia carrinho pra quatro bebês e lá tinham vários. Pra três também, mas, a maioria, era de carrinhos pra dois.

E, como nos encontrávamos todos os dias, crianças e babás acabavam ficando amigas. Era um papo só, troca-troca de lanche, brinquedos e confidências. Todas as babás com seus problemas e cada uma ficava sabendo muito da vida da outra.

E, com isso, fiquei sabendo da história dessas "crianças em penca".

Nos gêmeos, tinham muitos com problemas físicos. Isso me impressionou muito. Fiquei amiga de duas duplas e os quatro eram deficientes. Tinha também um outro casal; a menina sem problemas e o menino com deficiência e eu ficava querendo entender o porquê.

Não queria que esse papo ficasse sinistro, mas me lembrei dessas crianças e achei interessante falar sobre elas.

Aqui no Brasil, como não frequento parques e locais com criançada, não sei como anda a coisa. Sei que tem muita gente tendo gêmeos e até trigêmeos. Só não tenho informação sobre crianças com problemas físicos. Não sei se por aqui também tem acontecido isso.

A assistência hospitalar e escolar, pras essas crianças, nos EUA era muito legal. Tô falando de pessoal de classe alta, porque, sei muito bem, que o sistema de saúde americano é complicado. Não é lá essa Brastemp. Só funciona pra quem tem grana. E muita grana mesmo!

As crianças tinham todo tipo de atendimento; em casa e até no parque. Enfermeiras, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais. Vi, inclusive, exercícios sendo feitos no próprio parque. Mesmo assim, sempre sobrava pra gente, que estava com bebê sadio, dar uma ajuda. Segura um enquanto troca a fralda do outro, dá esse biscoito, enquanto eu levo aquele no balanço. Uma verdadeira maratona.
E vi muitas mães darem uma passadinha no parque, fugindo rapidamente do trabalho, só pra dar um alô, um beijo nos seus filhotes com um amor, um carinho enorme.
Criança é a coisa mais linda do mundo. Pena que nós, os adultos, atrapalhamos muito a cabecinha delas desde cedo, já colocando preconceitos e restrições quanto ao seu semelhante. Pena mesmo! Porque, a minha pequenina, por exemplo, nunca percebeu que os coleguinhas tinham problema. Brincava, ajudava, pegava brinquedo no chão, mesmo se os pequenos deixassem cair várias vezes. E se divertia. Sem preconceito algum. Ainda não conhecia a palavra e o triste sentido dela.

Os pais se desdobravam com enfermeiras e babás pra dar conta da turma. Dois ou três de uma vez, já não é fácil, mas, com problema, piora muito.

Algumas duplas ou trios tinham duas babás.

Outra coisa que observei : a maior parte das mães era acima de 35 anos e, essa filharada toda, foi concebida com tratamentos de fertilização.

Andei lendo que, só agora, depois de muitos anos que estourou esse boom de fertilização, e, que as crianças começam a chegar na adolescência, vai-se poder começar a conhecer e ver resultados de estudos sobre os prós e os contras desta forma de concepção, quer dizer, esses bandos estão sendo estudados há anos, e, como toda pesquisa precisa de, no mínimo, uns dez anos pra começar a dar resultados, eles estão sendo observados e os problemas sendo conhecidos aos poucos.

Da mesma forma, ainda vai demorar um pouco, pra gente ficar sabendo, como será também o futuro da criançada nascida de barriga de aluguel. Essa é outra história! É fato que, a cada dia, está ficando cada vez mais natural e comum.

Até procurei no Google informações sobre essas pesquisas, mas, é assunto demais e muito mais complexo do que eu podia imaginar. Não dá pra meter a colher-de-pau e, muito menos, palpitar sem ter fundamento.

" Toda a minha vida, as paisagens novas me fizeram sentir-me feliz, como uma criança." Marie Curie

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Avião se espera na sala de espera















O tempo passa rápido demais. O tempo voa.

Principalmente quando estamos numa situação fora da rotina. Como em um aeroporto por exemplo. Não importa a situação, se vai ser uma viagem de negócios, de férias, passeio, diversão ou mesmo pra socorrer um amigo que precisa. Você está fora da sua rotina. Fique atento.

No momento que chegamos no aeroporto, a cabeça já começa a rodar diferente. Muita gente, muito trança-trança, malas, filas e a gente não se dá conta do tempo.

Por que esse blá-blá-blá todo? Exatamente pra te alertar que, tô cansada de ver pessoas perdendo voo em aeroporto e até na sala de espera.

Babou, dançou!

E, se você tava ali naquele momento, é porque era o momento de viajar. Se perde um voo, nunca vai saber se consegue um outro tão próximo quanto você deseja, fora a canseira e mesmo uma despesa extra que pode rolar. Você não precisa passar por esse aborrecimento se ficar atento. Voltar pra casa quando já devia estar no destino é uma frustração de dar dó.

"A fila do check-in está enooooorme ...vou dar uma voltinha. Ver as lojas." Isso lá é hora de ver as lojas, cara pálida! Entre pra sala de embarque e fique tranquilo, só depois disso, poderá olhar as lojas com calma, mas, sempre com o ouvido em pé escutando as informações passadas pelo alto-falante.
Aquela voz pode estar dizendo que, você que tá aí sentadinho esperando seu voo no Portão E, tem que se mexer porque seu voo mudou pro Portão K, que fica ... lá no fim do mundo. Corre pra lá.

Um amigo que tava viajando domingo, do Rio pra Bahia, não tomou café-da-manhã e tava faminto, foi comprar uma coisinha pra comer, enfim, era um voo internacional (e ele não sabia) que ia fazer parada em Salvador e, quando foi embarcar, tava levando 1 barraca de camping na mão, o detector apitou teve que sair, despachar a barraca.
" -Não pode mais despachar ... encerrou..." Corre ele pra embarcar novamente,
porta do avião fechada ...

Ficou na porta do avião, no sufoco, esperando pra ver se iam abrir a porta... abriram e ele entrou...

E a barraca? Não foi. Por sorte a amiga que o tinha levado pro aeroporto ainda não tinha voltado, e saiu carregando o estorvo da barraca de volta pra casa.

Conclusão : Avião se espera na sala de embarque... nada de ficar passeando pelo aeroporto e deixar pra embarcar em cima da hora ......

Hoje em dia, não tem mais aquela tranquilidade de 1 ou 2 voos por dia, sei lá pra onde. Aeroporto virou rodoviária. Aquela muvuca. Tralhas demais, gente demais.
E, com isso, devido a atrasos, mudança de tempo, os aviões mudam o local de embarque e desembarque o tempo todo. Fiquem atentos!

Outro amigo, na semana passada, na passagem pelo raio x tirou TUDO do bolso e até os sapatos. Quando mandaram tirar o cinto, ele, apressado e nervoso, encrencou, foi preso, perdeu o voo, terá que responder processo por desacato. Peleja !

Eu nem sabia que isso dava processo. Você sabia? Pois é, agora, cada dia tem uma lei nova, brigando contra os terroristas, a gente levando ferro, então não dá mais nem pra ficar brincando. Você pode ser levado a sério e se dar muito mal.

Outro amigo, ainda na semana passada, indo de BH pra NY.

Não adiantou saber que, devido a tanta revista feita nos passageiros, o tempo perdido com cada um tá muito grande. Precisa chegar bem antes da hora. Acreditou na sorte, chegou com 1 hora de antecedência e o check-in já tava fechado... e não tem mais voo, nem hoje, nem amanhã, nem depois, todos lotados, só Deus sabe quando. Aquela peleja! Conversa daqui conversa dali, conseguiu alguém muito gentil que ia ver se enfiava ele num voo no dia seguinte, enquanto isso seu voo voava lindo, leve e solto, já há quase 1 hora.

Pois não é que, enquanto tentavam encaixá-lo num outro voo, alguém passou mal no avião, o danado voltou, despacharam o tal passageiro e ele ocupou a vaga do pobre coitado? Esse deu sorte mesmo !!

Mas essa sorte (do meu amigo) nem sonhe em contar com ela. Um caso em milhões.

Então povo, abram seus olhos.

Mais um lembrete : nos voos internacionais, o check-in fecha 1 hora antes do voo. Fecha mesmo! Você precisa chegar realmente com 3 horas de antecedência, principalmente, se o destino for EUA onde a revista de bagagem de mão e de cada pessoa é feita minuciosamente e toma muito tempo.

Assim, aquela piadinha do passageiro que, quando foi perguntado pelo mané da alfândega: "Tudo jóia?"
E ele respondeu: "Não, só cocaína". Não tem mais graça nenhuma.

Nem sonhe em brincar com isso.


" Amo as nuvens... as maravilhosas nuvens que vão passando lá embaixo."Charles Baudelaire

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Quer ser o quê quando crescer? Millôr.


Já não sinto mais saudades como sentia há anos atrás


Sempre que tava morando fora do Brasil, aconteciam duas coisas que se repetiam. Era automático. Mesmo que eu nem estivesse pensando.

Uma era sonhar com pessoas que já não tinha contato há muitos e muitos anos ou com pessoas da minha infância e adolescência. Uma doideira ! Voltava na minha cabeça a turma toda que já morreu, realmente uma volta ao passado. Muito interessante mesmo! E tinham os sonhos que se repetiam, sonhos que aconteciam só quando tava longe na terrinha.

Alô Freud! Dá pra explicar essa?

Outra coisa era : passava a semana toda no turbilhão de trabalho, correria, sobe e desce, chegar em casa e dar uma geral, fazer comida, fazer compras, aquelas coisas normais. No sábado, normalmente, era dia de fazer reposição de geladeira, lavar roupa, dar faxina na casa, aqueles afazeres que só dão prazer e alegria.

Mas, quando chegava o domingo, o bicho pegava. Se ficasse em casa, o salário ganho na semana ia todo pra cia telefônica local. Garrava a ligar pra todo mundo. Uma conversa puxava a outra. Um amigo ou parente fazia lembrar de outro e passava o dia no telefone. Era um tal de desfolhar a agenda de A a Z. Uma delícia !

Essa história toda tô contando porque, tava pensando, agora, em como os tempos mudaram. E mudaram numa velô de assustar. Outro dia mesmo, telefonar era muito caro. Se quando a gente atendesse o telefone, viesse aquele sonzinho super conhecido, que sabíamos que era Brasil, já podíamos atender sentados porque lá vinha merda. Raramente alguém ligava pra papear ou só pra matar as saudades.

Hoje, a gente conversa o dia todo pelo msn ou skype, ou mesmo por imeios e telefone, pra Deus e o mundo em qualquer lugar do mundo. Meu amigo lá do Nepal sabe o que almocei hoje, sei que ele comprou um sapato novo, minha amiga que mora na Suiça e que tá voltando agora pra casa, disse bye pelo telefone, chegando em Sampa nos falamos de novo se ela se esqueceu de algum recadim e, amanhã, quando eu acordar, ela já vai estar no msn, contando sem nem falar "Oi! Tudo bem?" que o voo foi uma peleja, atrasou, mil revistas etc e tal. E, sem a menor cerimônia que a distância poderia oferecer, diz "tô saindo pra comprar comida porque, um mês fora de casa, não tem nem leite pra tomar.
Bye. Até mais tarde."

A minha preguiça mental, pra reflexões em geral, não me deixa questionar se antes era bom e agora ficou melhor, ou se agora piorou, ou se tenho saudades de antes, ou sei lá mais o quê.

Deixo pra vocês essa parte.
Então, quando eu digo que saudade, surpresas, emoções fortes nos encontros depois de grandes ausências, frio na barriga ou mesmo dor de barriga, porque vamos conhecer um outro país ou outra cidade, já não acontece mais, as pessoas pensam que tô exagerando. Não existe mais aquele abraço de quebrar costelas de taaaannnta saudade.
Existe?
" Não nasci para ficar fixo em um único canto. Minha pátria é o mundo inteiro." Sêneca

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Morar em um Kibutz. Onde??? O que é isso?

Monumento em homenagem a Yad Mordechai




Minhas crianças fôfas, hoje adultos








Meu querido Yad Mordechai Já falei sobre a vida em Kibutz e volto a falar novamente, porque várias pessoas me pediram mais detalhes.













Quando digo que já morei e trabalhei em um Kibutz, as pessoas sempre perguntam: Onde? Como? Então vou passar mais um pouco de informação sobre o que vem a ser um Kibutz. Muitos têm me perguntado.

Quem sabe alguém não se anima? Tenho certeza absoluta que iriam amar. Como eu amei.

Kibutz, em hebraico, significa grupo. Este é um modesto nome pra definir algo ímpar: uma comunidade voluntária e democrática onde as pessoas vivem e trabalham em conjunto, em bases não-competitivas.

Os primeiros kibutzim (plural de kibutz ) foram organizados por jovens idealistas em 1948. O meu ( o que morei ) foi fundado nesse mesmo ano e se chama Yad Mordechai - Comandante Mordechai - em homenagem a um jovem judeu polonês que morreu nos guetos de Varsóvia.

As populações dos Kibutzim variam entre 200 e 2000 membros.

Trabalham com o quê? Além de cultivarem a terra, tem aves, vacas, abelhas, peixes, produção de laticínios e, a cada dia, pra conseguir mais grana pra manutenção, foram ampliando os afazeres e, hoje, tem também produção de aparelhos eletrônicos, mobiliário, utensílios de utilidade doméstica, plásticos e, até, maquinário agrícola e sistemas de irrigação. E muita coisa mais.

Se você já não sai de sua terra com um Kibutz escolhido, pode fazer isso no escritório geral em Telaviv.

Você escolhe em qual vai querer trabalhar. Isso não quer dizer que vá ficar grudado naquilo pra sempre. Lembre-se que é um serviço comunitário. Você escolheu trabalhar com abelhas, mas, se precisarem de mão-de-obra, por exemplo, na cozinha, você vai precisar dar uma força. Eu amei, adorei, cada hora tava em um lugar e, na maior parte do tempo, trabalhei com o que escolhi, que foi a escola de crianças de 3 a 6 anos.

Eu, como a maioria dos voluntários, trabalhamos e moramos por um período de 3 a 6 meses. Temos tudo que precisamos, inclusive roupas e calçados, e um crédito pra comprar alguma coisa no mercadinho do Kibutz. Existem outros Kibutzim que pagam salário. No meu, trabalhei como voluntária, portanto, sem salário; só mesmo uma pequena ajuda pra comprinhas extras.

Acho que tem tanta coisa legal que é até difícil enumerar. Por exemplo, se na plantação de laranjas houve um problema este ano, a comunidade se divide e, quem se ocupava de laranja, não sai no prejuízo.

O Kibutz supre todas as necessidades de seus membros durante toda a vida..

As crianças são criadas juntas nas "casas das crianças". Na educação delas são enfatizadas a cooperação e a importância do trabalho, o que as ajuda a aprender a viver em harmonia. Livres de cuidar das crianças enquanto trabalham, os pais ficam com seus filhos após o expediente, nos fins-de-semana e feriados. Creches, jardins-de-infância e escolas primárias, fazem parte dos serviços prestados pelo Kibutz no próprio local, enquanto que, crianças maiores, são mandadas a uma escola secundária regional, onde tem à disposição uma maior variedade de matérias acadêmicas e de contatos sociais.

Cada Kibutz mantém um refeitório, lavanderia, clínica médica, etc. Esses serviços são operados pelos próprios membros, obedecendo em geral a um sistema de rodízio.

Como muitas outras comunidades, os Kibutzim têm uma biblioteca, uma sala de música, oficinas de artesanato, quadras de basquetebol, piscina e muitos outros tipos de recreação. No auditório, há projeções semanais de filmes e apresentações de shows ao vivo. Alguns kibutzim mantém museus de arqueologia, da natureza, da história de Israel e de artes, que atraem muitos visitantes locais e do exterior.

Fizemos também viagens dentro de Israel, organizadas pelos membros do Kibutz que eram responsáveis pelos voluntários.

No que eu fiquei, o museu era composto, em sua maioria, de objetos doados pelos próprios membros.

Me lembro de uma senhora, bem velhinha, que passava toda quarta-feira na casa das crianças onde eu trabalhava. A missão dela era separar meias e fazer pares. Toda semana tinha um saco enorme, cheinho delas. Maior gracinha essa senhorinha! Ficava sentadinha com aquela montanha de meias na frente e, durante umas duas horas, separava, fazia pares e guardava, depois ia embora toda contente com seu trabalho realizado.
Era de enorme ajuda.

A aceitação de novos membros, depois de um ano de experiência, é submetida à aprovação da assembléia geral.

Tenho o maior orgulho de ter sido convidada pra ser um membro do Kibutz. Só não fiquei, porque ainda queria andar e caminhar muito por muitos caminhos. E foi o que fiz. Sem arrependimentos. Guardo uma lembrança muito boa daquela temporada.

Tanto que tô indo esse ano de novo lá, rever o povo e matar as saudades.

Eita vidão! Ô sorte!




Kibbutz Program Center
Volunteer Dep. of the kibbutz movement
6 Frishman st., Tel Aviv
Tel: 972-3-5246156
Fax: 972-3-5239966
http://kibbutzvolunteers.org.il/

" Quando viajamos, o tempo adquire uma dimensão diferente e, cada momento, se transforma numa experiência única." Henrietta Brown

domingo, 10 de janeiro de 2010

Mafalda acreditando que a felicidade existe.Quiném eu!







Causus de Diamantina, do Soter Pádua


Bodas de Diamante


Na terra, são muitos os casais que tem a glória de comemorar as Bodas de Ouro. Alguns podem até comemorar as Bodas de Diamantes - sessenta anos de casados.

Uma tarde, sai Toninho Pádua, excepcionalmente envergando um belo terno, gravata e até colete, quando um conhecido o interpela:

- Onde vai você, Toninho, " tão nos trinques" ?

- Vou à comemoração das Bodas de Diamante do meu amigo Jaoquim Nazareno. Não é fácil, hoje em dia, completar sessenta anos de casado.

- Bem feito!... Ele é muito chato.


Causu tirado do livro Causos e Causos - Soter Antônio de Oliveira Pádua
Editora Vôo Livre Ltda



" Viajar é a experiência de deixar de ser quem você se esforça para ser, e se transformar naquilo que você é. " Paulo Coelho

sábado, 9 de janeiro de 2010

Millôr no trânsito


" Sinal vermelho é onde você reencontra, olhando pro lado, aquele automobilista que passou por você a 120 quilômetros. "

Eu sou você amanhã... não perdendo a esperança.

Entrega de provisões a moradores ilhados em 1910


Boulevard Saint-Germain em 1910








Rua de Lyon, Paris 1910







Rua de Seine, Paris 1910




Rua de Lyon, Paris 1910








O Grande hall de entrada da estação de trem D'Orsay, hoje o maravilhoso museu do mesmo nome. Paris,1910




Rua Jacob, Paris 1910











A Ponte d' Alma em 30 de janeiro de 1910










Em janeiro de 1910, Paris conheceu uma "semana terrível" uma inundação excepcional. Um século depois, uma exposição na Galeria de Bibliotecas da Cidade de Paris, revive este evento espetacular.

A exposição ficará aberta de 08 de janeiro a 28 de março de 2010.

As fotos e os dados sobre essa exposição, tirei do jornal Libération de 07/01/2010. Quero matar dois coelhos com uma só cajadada dizendo o seguinte.
Quem sabe, daqui a menos de cem anos, possamos fazer também uma linda exposição mostrando os problemas que passamos e sofremos durante tantos anos em nossas lindas cidades brasileiras e, hoje, completamente resolvidos devido a um trabalho conjunto de sociedade e governo, provando que, quando queremos e nos juntamos com a intenção de resolver um problema, nós conseguimos. Como os franceses conseguiram.

Paris é uma cidade tão plana quanto o Rio de Janeiro. É uma cidade que já passou por vários problemas que passamos hoje. Superaram. Resolveram.
Como o Rio Tietê hoje, o Rio Sena, orgulho da cidade, já foi também muito poluído. Hoje, você pode ver pessoas pescando, ao longo dele, por todo o caminho que ele percorre dentro de Paris e fora também, claro!
Não vamos perder as esperanças. Vamos, sim, arregaçar as mangas e trabalhar. Começando pelo voto consciente que daremos esse ano.
Votemos com muita consciência, só assim poderemos também fazer a nossa exposição de fotos do passado.

E, também, pra que não seja preciso voltar à moda, a guilhotina. Cabeças que precisam ser cortadas, é o que mais temos no momento.


"E, entre o conhecimento e a compreensão, há um caminho secreto que você deve descobrir se tiver que ser um com a humanidade e, assim, um com você". Khalil Gibran

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Bons desejos nunca são demais...Feliz Ano Novo de novo


“Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano
se cansar e entregar os pontos.
Aí, entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra adiante vai ser diferente……

Para você,
desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
A esperança renovada.

Para você, desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir.
Todas as músicas que puder emocionar.
Para você, neste novo ano,
desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
que sua família esteja mais unida,
que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe
desejar tantas coisas
mas nada seria suficiente…
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes e que eles possam te mover a cada
minuto, rumo a sua felicidade!”

Carlos Drummond de Andrade

Esta foi a mensagem que minha querida amiga e fiel leitora Patrícia, me mandou pro Ano Novo.

Conto do vigário no 1º mundo...fique atento turista amigo

Desde a primeira vez que fui a Paris, em 1981, ouço falar sobre "o golpe do casaco de couro". E toda vez que recebia alguém nos tempos que lá morei, falava pro povo pra tomar cuidado. Mesmo assim, muita gente caiu no conto.

Mas o tempo foi passando e acabei me esquecendo dessa história. Eu acho que os golpistas deram um tempo porque já estavam muito conhecidos na praça, mas agora tô sabendo que voltaram a todo vapor.

Quando estive lá ano passado, estava na moda o "golpe da aliança". Sei que ainda continuam. Pra quem não conhece, eu explico.

Você tá andando na rua e vê uma aliança grossa no chão, aparentemente, de ouro. Você cata e, um segundo depois, aparece uma pessoa dizendo que "é dela, que caiu, mas que você tem muita sorte, achar uma aliança é um bom sinal", maior papo-furado. O pobre do turista, já meio atordoado com tanta novidade da viagem, fica escutando aquela enrolação, até que a pessoa oferece a aliança, dizendo que tá precisando de grana, pergunta quanto você daria por ela, e envolve tanto a vítima que ela acaba dando alguns euros em troca daquela porcaria comprada no camelô por uma bagatela.

A pessoa também costuma dizer que a aliança é dela, mas a religião não permite usar, que ganhou e quer vender, etc. etc. Um papo de aranha.

Ou ela cata a aliança no chão, na sua frente, e pergunta se é sua, e começa o papo furado...

Fique de olho aberto. Não só não cate no chão a aliança, como é bom se fingir de surdo. Deixe a pessoa falar até desistir e ir embora.

A história do casaco é parecida.

Um mané fica esperando algum turista passar (nem precisa ter olho de raio X pra identificar turista). O cara tá, normalmente, encostado num carro e te pára dizendo qualquer coisa pra saber qual língua você fala. Ele enrola o escolhido, em qualquer língua, de japonês a português com sotaque baiano. Uma beleza! Um poliglota na arte do roubo.

No que ele já sabe como falar com você, começa o papo, diz que é italiano, estava numa feira de couro e sobraram alguns poucos casacos e ele quer te oferecer, a preço de banana, e blá-blá-blá, vai te enrolando tanto que, quando você vê, já tá carregando dois casacos de plástico de dar medo na feiura, e ainda deixou o que tinha de euros com o sem-vergonha.

Portanto pessoal, não se iludam com as facilidades encontradas numa viagem. Malandro ganhando grana fácil na vida, não é privilégio dos nossos políticos.

Olho aberto e sempre alerta!

Lembrei deste conto porque a Lina falou no blog dela e passo pra vocês também.


" No que me diz respeito, não viajo para ir a lugar nenhum. Viajo para ir. Viajo pelo prazer de viajar. A grande questão é o movimento." Robert Louis Stevenson

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Grude na sua bolsa dentro do avião. Cuidado com roubo!


"Des passagers détroussés à bord du Tokyo-Paris
Cyrille Louis 05/01/2010 Mise à jour : 22:16

En plein vol de nuit, le pickpocket a dérobé plusieurs milliers d'euros parmi les voyageurs de la classe affaires."

" durante a noite, em pleno voo, um ladrão roubou milhares de euros de passageiros da classe executiva.¨
Essa notícia saiu no Le Figaro de ontem. Passageiros vindo de um voo de Tóquio pra Paris foram roubados a bordo.

Já falei sobre roubo dentro de avião aqui no blog, mas sempre é bom reforçar, e, ao mesmo tempo, quem tá chegando agora e não leu todos os posts, não tá sabendo.

«D'une façon générale, il convient de rappeler que seul le passager est responsable de ses biens et effets personnels lorsqu'ils sont rangés en cabine, précise un porte-parole de la compagnie. Seuls les bagages de soute sont placés sous notre responsabilité…» -
"as companhias aéreas não têm responsabilidade sobre bagagem de mão que é responsabilidade única do passageiro. As companhias cuidam apenas da bagagem despachada." Quem disse isso foi a Air France.

Já estive em um voo que um rapaz foi ao banheiro e, tirando a bolsa da cintura, esqueceu de recolocar e quando se lembrou, voltou lá e não tinha mais nada. Reclamou, esperneou, mas ficou sem a grana toda. Dinheiro não é nominal. Como revistar as pessoas e provar que aquela é a "sua" grana?

Então pessoal, não desgrude de sua bolsa. Quando vou dormir, tenho um truque que funcionou até hoje. Sempre viajo com bolsa a tiracolo, mas dormir com aquilo atravessado no peito é desconfortável. Então, abro a mesinha do lanche, enfio a alça da bolsa, fecho, sempre tendo atenção pro feixo ficar pro lado do encosto. A figura pode até tentar, mas você há de convir que será muito mais fácil pegar a bolsa de quem deixou em cima do assento livre do lado, ou jogada no chão.

Nada detém ladrão, mas, dificultando, ele vai atrás do mais fácil.

"Que você tenha uma boa viagem, que os elementos o acompanhem e os espíritos o reconfortem." William Shakespeare

Mundo pequeno. Mineira tromba com austríaco em Linz










Eita mundinho pequeno. A gente não se acostuma e ainda se surpreende.
Já contei sobre este acidente no post "Nem tudo são flores", mas me esqueci deste detalhe que é muito interessante.

Uma amiga minha se casou com um austríaco e se mudaram pra Viena.

Quando ela engravidou do segundo filho, me pediu pra dar uma força e lá fui eu pra ajudar com a pequena enquanto ela se ocupava do bebê.

Um belo dia, estávamos papeando na cozinha, ela o marido e eu, contando causus, nos lembrando de viagens, vida no Iraque, quando ele me perguntou se eu já tinha ido à Áustria antes.

Disse que sim, muitos anos antes, e, contando da estada, falei que, inclusive, houve um acidente de trem comigo e minha amiga. Acidente com trens na europa não é incomum. Como o tráfego é muito grande, é normal que eles aconteçam.

A conversa poderia ter tomado outro rumo, mas não sei por que cargas d'água contei do acidente.

A gente saiu da Áustria e estávamos indo pra Alemanha, quando chegando em Linz, nosso trem bateu de frente com um trem que estava parado.

Aí ele fez uma cara de espanto e disse: "quando foi isso?"
Falei o ano e ele disse: " eu tava nesse trem".
"Não acredito! Jura?"
Ele disse: "estava indo me alistar no exército não sei onde".

Foi muito engraçado, porque ficamos imaginando que de repente a gente até se falou, porque virou aquela confusão na hora. Assim que o trem parou, eu desci pra ver o que tinha acontecido. Muita gente desceu e todos ficaram conversando.

Quer dizer: muitos anos antes que o casal se conhecesse, eu já tinha cruzado com ele, na terra dele e numa situação pouco comum pra um turista.

Mundim pequeno!

"Como todos os grandes viajantes, vi mais do que me lembro, e me lembro mais do que vi." Benjamin Disraeli

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Inacreditável!!!

Passe no blog da Yoani e leia seu post de hoje, " Tres generaciones ". Parece impossível um fato deste em pleno século XXI.

É bom pra gente refletir. Quando pensamos que as coisas estão ruins, tem muito jeito de piorar.

COLARES - CADA UM MAIS LINDO PRA MAMÃE OU PRA VOCÊ - DIA DAS MÃES 2024

PREÇOS DOS COLARES 31 - 30,00 14 - 40,00 - VENDIDO 27 - 35,00 33 - 30,00 89 - 75,00 116 - 65,00 75 - 75,00 79 - 65,00 - VENDIDO 111 - 65,00 ...