terça-feira, 21 de setembro de 2010
Minha vez de ser o Anjo da Guarda do próximo.
Estava eu em NY, voltando pro Brasil mais uma vez. Isso aconteceu pouco tempo depois do 11 de setembro. Tô eu no aeroporto, já na ala internacional.
Vinha de Paris, e me lembro bem, que só dentro do aeroporto CDG fui revistada 6 vêzes. E em NY não ficava atrás a revista. Acho, que foi quando começamos a tirar sapatos em aeroportos. Tinha gente indignada, com a novidade.
Comprei um café e fui procurar um lugar pra me sentar. Tava difícil, aeroporto lotado. Então me sentei num banco alto, onde tem umas mesas sinuosas e as pessoas ficam umas de frente pras outras. Tava lendo um livro quando sentou um moça na minha frente. Cheia de papéis, celular, bolsa, mochila, aquele tipo meio desajeitado, cheio de tralhas. E ela me chamou a atenção, porque logo que sentou, começou a falar ao telefone e vi que falava hebraico. Como já tenho interesse pela terra, pela língua e pelo povo judeu, ficava tentando entender alguma palavra, procurando pela memória algumas que tinha aprendido nos meus tempos no kibbutz.
Ela falou, falou, entendi quase nada, escreveu também em hebraico um monte de coisas, depois juntou sua tralha e saiu. Ela não me notou. Nem me viu. Tava muito entretida com sei lá o que escreveu e com o que falou pelo celular.
Depois de um tempo, terminei meu café e resolvi dar uma caminhada pelas lojas. Quando me levantei e fui pegar minha mochila no chão, vi caído um cartão de embarque.
E por tudo que estava escrito nele, sabia que era da moça desarvorada que havia se sentado na minha frente. Tava indo pra Tel Aviv.
Juntei minha tralha e saí rápido procurando o portão de embarque dela, já que ela tinha saido rapidim, porque já tava quase na hora de voar.
No meio daquela confusão de povo, avistei de longe o portão, e, quando olhei, ela tava sentada no chão, ao lado do guarda, mochila vazia, tudo que estava dentro dela esparramado pelo chão, e ela, desesperada procurando o cartão de embarque. Falava com o guarda, que escutava sem a menor emoção de compaixão, ela se explicar, que ele tinha que estar em algum lugar.
Cheguei em frente a ela, parei, e ela me olhou, com um olhar de " o que foi agora? " e eu estiquei o braço e entreguei o cartão pra ela. E saí. Me virei, sem dar tempo dela dizer nada. Fiz isso sem pensar. Devia ter pelo menos falado alguma coisa. Mas, sei sim, porque. Não quis que ela ficasse me agradecendo eternamente pela salvação da lavoura.
Mas, hoje me arrependo um pouco. Imagino, que ela jamais vai entender porque alguem chegou vindo de não sei onde e este alguem sabia que ela havia perdido seu cartão de embarque. E o pior. Onde ela tinha deixado cair.
Como já aconteceu comigo algumas vêzes fatos semelhantes, onde apareceram anjos da guarda vindos de não sei onde, deixe ela pensar que fui um deles, que chegou na vida dela, no momento certo.
Dois anjos da guarda que me ajudaram, nos links abaixo.
http://oquevivipelomundo.blogspot.com/2009/12/paixao-pela-foto-e-perdidamente.html
http://oquevivipelomundo.blogspot.com/search/label/berlim
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5° vídeo #mesaposta
https://youtu.be/uE2S4Lcap8I?feature=shared Espero que você goste!
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O que mais tem pelas ruas de Bodhgaya é criança pelada. Outro dia trombei com esse embondinho e fiquei observando ele puxar com o maior ...
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As fotos que fiz pro post de ontem, foram tiradas de dentro da Guest House onde estou. Só Deus sabe porque, coisas do Nepal, ontem viemos ...
Tb tive um anjo assim há algumas semanas...
ResponderExcluirEstava eu indo pra Espanha, aeroporto de Roma, documentos na mão, passo pelo check-in, tudo ok! Passo pelo controle de bagagem, tudo ok! Na hora de entrar no avião a comissária me barra e diz: sinto muito mas sra não pode embarcar.
Segundo ela eu deveria ter o passaporte em mãos.
Desde que estou na Italia, já viajei várias vezes pela CEE somente com carteira de identidade (italiana), e o permesso di soggiorno, e nunca, nunca ninguém nem sequer pediu passaporte. E como é possível que só na hora de entrar no avião alguém faz algo do tipo§ E eu ainda estava com meu marido...
Chamei a polícia, e ele foi super gentil! Mas que ódio daquela comissária. Fui humilhada, passei a maior vergonha, chorava que nem louca e a idiota dizendo que eu fazia aquilo para comovê-la.
Absurdos do mundo... Mas que bom que existem pessoas como vc que ajudam as outras!
Pois eu acredito nos anjos( acho q o meu é do Bão). Qdo nada se espera, gera aquela ansiedade, aí aparece algo inusitado e me salva.
ResponderExcluirA sua protegida deve ter ficado até sem palavras e vc fez a boa ação do dia.Felizarda ela.
Brenda, o pior, é que situações assim pegam a gente de surpresa. E depois ficamos pensando o que deveríamos ou poderíamos ter feito. Inclusive, dar um chega pra lá nessa idiota, um safanão. Tem outra idéia ótima. Você começa a falar em portugues sem parar. Enlouquecendo o outro....rs
ResponderExcluirMas, ainda bem que os anjos tão aí de plantão.
bjos
Eu tb.Maga, deixo por conta do anjo. Deixo ele fazer o trabalho dele e fico trankis...rs.
ResponderExcluirbjins
Certa vez, atravessando um cruzamento de avenidas no Barreiro, BH, agarrei uma mulher pelo braço, a rodei de volta para a calçada, e ela apenas disse: "O que é isto moço?". Um ônibus azul passou fuzilando, coisa de segundos. Fiquei tão paralisado no momento, perplexo comigo, pois não sei de onde saiu a ação, que apenas virei as costas e fui embora. Nem sei se ela percebeu o que tinha acontecido.
ResponderExcluirAcho que já fui um anjim lá de Quexaromobim, nem que torto.rsrssr
Luiz César.
Lu, quem sabe o Anjo da Guarda de cada pessoa não é a gente mesmo. Vamos trocando. Cada um atende quem tá do lado...
ResponderExcluirbjos