Primeiro contato com um morador.
De brincadeira, disse que tinha um "passaporte" pra entrar no Kibbutz. Levei um álbum de fotos do tempo que lá morei. E começou daí a emoção.... ele foi olhando as fotos e falando sobre cada uma das pessoas. A primeira noticia triste. O filho da Ioana "caiu", ( como eles dizem ) no dia que completava 20 anos, no conflito contra o Líbano em 2.006. Imagino o baque que não foi esta perda pra todos. Com todos que me encontrei, sempre era a primeira coisa que diziam.
- Você ficou sabendo?
No "passaporte" tem foto dêle no colo da mãe.
Na mesma foto, o pai da Ioana, que tambem já se foi. E a grande amiga, Berta, mãe dela, sofreu um AVC e hoje se encontra numa casa específica pra pessoas com dificuldades, dentro do próprio Kibbutz. A Berta foi uma das pessoas que mais me ajudou, deu apoio e amizade, quando lá estive.
Eu, me lembrando dos velhos tempos, quando colocávamos os pequeninos neste carrinho, as vêzes 5, 6 de uma vez, e saíamos pra passear com eles pelo Kibbutz. Quando me lembrei do carrinho, a Ioana correu e tirou êle de debaixo de umas tralhas, dizendo:
- Ele ainda existe. Olhe aí.
Ioana vendo as fotos, inclusive a com o filhote no colo. Hesitei em mostrar, mas ela continua linda, forte, otimista, me falou sobre ele com tranquilidade e me mostrou onde ele foi enterrado. Ao lado do avô, no cemitério pertinho do Museu.
Pra variar, o povo comendo. Menos eu, que não consegui engolir nada o dia todo. Falei pra Bela e pra Ioana, que sabia como o dia delas era pxado, e que não queria atrapalhar o trabalho. que elas ficassem à vontade, e eu ia andando com o pessoal e mostrando tudo.
Ioana disse:
- Você já atrapalhou. Eu ia fazer compras com a Bela e já mudamos pra amanhã...tô por conta de vocês.
Rimos muito.
Queria ter feito muitas fotos, mas não me lembrava. Era tanta novidade, tanto causu, tanta emoção, que se não fôsse a Patricia fazendo algumas fotos, não teria quase nada pra mostrar pra vocês e guardar de lembrança.
O "autorama", como eu chamo, é a máquina que lava louça. Continua trabalhando sem parar. A própria pessoa que comeu coloca a louca que usou, enquanto as bandejas passam devagarinho, e, do outro lado elas são lavadas com água fervendo, e já saem sêcas....trabalhei muito aí, empilhando tudo depois de limpo e o povo pegando tudo de novo...hehehe.
A estátua do Yad Mordechai ao lado da primeira caixa d'água que foi bombardeada em um conflito. Como caiu, ficou. Lembrar é importante. Não deixar acontecer de novo, mais ainda.
Olhe só o que fizeram pra proteger as crianças. Um teto super reforcando, anti-bomba. Em cima de todas as casas delas. As crianças se dividem em casas pela idade. Lá, elas passam o dia estudando, brincando, comendo, fazendo a sesta, até à tardinha, quando vão pra casa dos pais. No meu tempo, iam pra casa dos pais no final da tarde, jantavam, brincavam, mas voltavam pra dormir na casa delas. Isto mudou.
Esta foi a casa que trabalhei. Continua a mesma. Foi muito bom rever. Muito mesmo!
Patrícia conhecendo a casa por dentro. Tava cheio de crianças. E era hora de recreação. Cada um faz o que quer nesta hora. Tinha criança espalhada pra todo lado, mas o ambiente era calmo e falavam baixinho, porque alguns ainda dormiam depois do almoço. Muito fofos.
E nós, com o comandante ao fundo.
Nesta foto dá pra ver melhor a proteção que fizeram pro teto das casas.
No final do dia, quando nos despedimos, a Ioana falou que foi a visita mais "engraçada" que ela teve nos últimos tempos. Queria dizer "emocionante", mas eu não corrigi. A garganta já tava dando um nó, e ela, muito graçinha, tentando se comunicar em português. Só carinho! Entendi bem o que ela tava sentindo.
Emoção pra todo lado. Bom rever velhos amigos e por vezes saber de coisas que não gostariamos.Vc já contou em algum lugar como foi parar no kibbutz? É muita curiosidade minha?
ResponderExcluirAchei muito interessante o carrinho para carregar as crianças
bjs
Regina aguarde que vou contar isso e muitos mais causus.
ResponderExcluirbjins
GUEEEEEENNNNTA CORAÇÃO!!!
ResponderExcluirBeijuuss no seu, que deve ter sentido o que palavra nenhuma descreve
Rê