Quem nos levou ao Museu do Cairo, foi o Pancho ou Rain Man, como eu o apelidei, assim que ele se apresentou. Andava igualzim ao Dustin Hofman, no filme. De cucaracho, ele não tinha nada, mas deve ter conseguido este nome porque fala espanhol; rápido pra cacete e com sotaque.
Eu sou suspeita pra falar sobre guias, porque acho sempre que eles falam demais da conta; tenho a maior preguiça e sempre dou um jeito de escapulir deles. Alguns não gostam, mas eu não ligo. Peço licença e caio fora. Tem dó! Quem tem saco pra ficar escutando todas aquelas datas, dias, horas, nome de todo mundo, séculos. Tô fora! Meu sonho é conseguir um guia que só fale quando eu perguntar... e pouco. Se começar a encompridar a explicação, que eu possa ter liberdade de mandar parár.
Me lembro que, na Índia, quando pedi licença pra cair fora, o guia ficou todo sentido e disse que só tava querendo fazer da melhor maneira possível o trabalho dele. No que eu concordei no ato : "Realmente, você é muito bom" ... e arrematei pra não deixar dúvidas - "muito bom, mas prefiro andar sozinha".
Com o Rain Man, foi a mesma coisa. Felizmente ele só espantou, mas não disse nada (talvez eu nem tenha dado tempo). Dodora foi comigo e a gente já tava lá longe, quando olhei pra trás e vi que ele ainda mostrava pro povo a mesma pilastra. Deus me defenda!
No Museu do Cairo, não podemos fotografar nada. Não só não podemos, como não se entra com camera. Peguei estas fotos na Internet.
Taí um Museu que me deixou numa dúvida danada. Não sei se me apaixonei por ele ou fiquei com pena e, por isso, me apaixonei. As peças são de uma beleza incrível. Quando a gente consegue ver, porque a poeira e a sujeira é tanta, que parece que algumas delas estão ainda com a terra que as cobriam, quando foram encontradas. Teia de aranha pra todo lado, muitas, mas muitas peças sem indicação alguma. Algumas indicações estavam tão imundas, que não dava pra ler.
E é muito interessante porque, 90% das peças, ficam ao alcance das mãos. Não sei como aquilo ainda vinga até hoje. Não vi policiamento fardado - ou quase nenhum. Pode ser que estejam à paisana ou que tenha câmeras e aparato eletrônico sofisticado pra protejer aquilo tudo - mas duvido muito que tenha. O prédio também não está à altura de toda a riqueza e beleza que tem dentro dele. Há anos está precisando de uma reforma. E eles ganham muita grana, porque vive lotado e ainda existem os empréstimos de peças pra exposições temporárias e sei lá mais o quê, que sustente um museu. Só sei que, tudo aquilo, merecia estar em um prédio lindo, limpo, com iluminação adequada, não só pra proteger, como pra valorizar as obras.
É ouro demais da conta. Muito mesmo. Se tivesse bem cuidado, limpo, teríamos que ver de óculos escuros. Essa história da sujeira deste museu é antiga - pelo menos pra mim (há anos que ouço pessoas comentando).
Não sei o quê o povo egípcio pensa a respeito da riqueza de seu país, desta riqueza em especial, mas, outra coisa que me espantou muito, foi que a cidade já tá colada nas Pirâmides.
A Esfinge de Gisé - guardiã das Pirâmides - linda ! - já tá atrapalhando a vista do deserto, de um prédio construído ao lado dela - ao lado mesmo. Esfinge de um lado da rua, prédios do outro. Muito doido. Se a gente se impressiona com a falta de respeito aí no Brasil e o descaso do governo com as nossas coisas, acho que, se o governo do Cairo não abrir o olho, daqui a pouco, as Pirâmides vão fazer parte do quintal do povo e vamos pagar pra entrar, na portaria do prédio. Sério !
Nefertiti.
Nunca pensei que fosse me emocionar ao vê-la. Me emocionei, e muito. Ela é de uma beleza, de uma delicadeza, que comove (e tava sem esta coisa na cabeça - não sei porquê).
Dodora e eu rimos muito desta tralha toda que era colocada junto com as múmias, pra ser usado na eternidade, caso necessário. Eu comecei a brincadeira e dizia:
- Você não acha que isso aí tá meio amontoado? Meio desorganizado?
Mas, uma coisa legal e interessante que vi lá é que, do lado de quase tudo, tem uma foto de quando e como foi encontrado.
Então, estes utensílios que tinham pertencido, em vida, ao morto, são amontoados porque é tudo muito grandioso, exagerado mesmo, e não tinha espaço pra ajeitar melhor (tá aí a razão do amontoado e a foto comprova).
Imaginei os escravos amontoando a tralha toda, lá na urna e, na saída, falando pra múmia do faraó:
- Se o o senhor precisar de alguma coisa, é só fuçar que vai achar; tá meio amontoado, mas o senhor juntou tralha demais nessa vida. Se vire!
Impressiona muito, também, a conservação das cores das pinturas. Lindas!
Nas Pirâmides, foram encontradas urnas e mais urnas dentro de urnas. Tem uma sequência maravilhosa, que não achei foto em lugar algum, pra mostrar, que é todo o patrimônio encontrado do Tutancamon. É de ficar de boca aberta. As urnas são grandes como um quarto, tipo 4mX4m e vão diminuindo e se encaixando na outra. No total eram 10; três delas estão em Louxor, as outras no Museu do Cairo.
Conclusão minha, depois de conversarmos e discutirmos a respeito : como as entradas das Pirâmides eram minúsculas e a gente tem que entrar, às vezes, agachados - não entrei e não entro, nem morta! - cheio de corredores e labirintos, primeiro colocaram toda aquela coisa no meio do deserto, depois foram fazendo a Pirâmide ao redor...rs.
Você tem outra idéia?
Também fiquei chocada com o deslexo do Museu do Cairo, mas fiquei contente em saber que outro muito melhor, moderno e adequado está sendo construído para abrigar toda àquela riqueza! Ainda bem!!!!
ResponderExcluirCom relação aos objetos depostos nas "tumbas" dos faraós, muita coisa era projetada de acordo com o gosto deles, não é que tenham sido usadas, mas eles mandavam fazer durante a vida para q fossem postas lá dentro, de acordo com o que eles queriam que fosse visto na nova vida que começaria após a morte, por isso alguns faraós que morreram antes de terem terminadas as pirâmides ou túmulos não têm tantas riquezas.
E se a gente já fica de boca aberta com toda a riqueza da coleção de Tutakamon, imagina se tivessem encontrado a de Ramses II que foi muito mais importante que ele???
Agora que vc disse Brenda, me lembrei que estão mesmo construindo o prédio novo....vamos ver no que vai dá. O Ramsés deve ser um daqueles que o povo tem medo de catucar pra cidade não afundar....rs
ResponderExcluirbjos
Muito lindo.
ResponderExcluirVc sabe que desde menina sonhava em entrar nas Pirâmides, mas quando soube das entradas minúsculas e que as pessoas tinhas que entrar agachadas,em em fila indiana e que não dava pra voltar de ré, desisti. Como vc,nem morta ( que dizer viva ) entraria lá. Meu grau de claustrofobia não permitiria.
'E um horror, Regina...em um unico buraco desses, dei tres passos pra dentro e voltei com 1 passo so....como dizia minha vo...nem fudendo!!!rs...
ResponderExcluirbjins
Iêda, desconsidere meu "teste", meu coment anterior,google doido...
ResponderExcluirTaí uma coisa q tb n faria, dá a impressão q iria entalar,irc, mesmo sabendo q depois há uma sala ampla no final.Algum de vcs entrou?
Arrancaram o olho direito da Nefertite, p n causar inveja nas deusas,né?
bjo
Teve minha filha. A Patricia Nil e Zé entraram e sairam de lá mortinhos. Cheira a enxofre e é difícil de respirar. Curuz! Que qui eu vou fazer num buraco de tatu desse?.....rrssssss........fiquei com Dodora esperando. Aquela foto que fiz dela contemplando a Pirâmide foi lá.Ficou linda, c viu?
ResponderExcluirbjins
Não conheço vc; mas fazendo uma pesquisa sobre o museu do cairo - incentivado pelos úlimos acontecimentos ocoridos no EGITO, deparei-me com seu BLOG - Como gostei de sua descrição sobre o museu, ri muito,muito mesmo, principalmente pq me fez lembrar um guia tagarela que tive em Salvador-BA.Valeu parabéns pela sua forma descontraída abraço agora responde: quem é Dodora? (to brincando ok?)
ResponderExcluirClaylton - PE
Bem vindo ao blog, Clayton. Some não. Dodora é uma grande amiga. Se você ler sobre nossa viagem a Israel e Egito vai ver fotos dela.
ResponderExcluirbjins