O olfato é uma referência muito boa, muito legal. É impressionante como tantos cheiros me levam, como num passe de mágica, no mesmo segundo que o sinto, ao lugar motivo da lembrança.
Tem um cheiro de madeira nova, roupa de cama nova, casa nova, tudo novo, que é o cheiro do meu quarto no acampamento que morei no Iraque. Eu tava usando tudo, absolutamente tudo, pela primeira vez.
O cheiro de Confort, o amaciante, me lembra NY, só Deus sabe o porquê.
Cheiro de flor eu não gosto, passo longe de flora, me lembra o enterro de um amigo muito querido. Não acreditava que ele podia estar morto e passei o velório inteiro, olhando pra ele tentando fazê-lo se reanimar, com a força da minha mente. Claro que não consegui, mas o cheiro das flores grudou em minhas narinas pra sempre.
Cheiro de incenso : Índia, Nepal, na hora.
Cheiro de temperos fortes, curry, cardamono, canela, cravo, tâmara, açafrão, dá-lhe souk (mercado) de Bagdá. Adorava!
Cheiro de pipoca, só me lembra de cinema quando eu era criança. E pipoca doce, então, me faz lembrar até de filmes. O pipoqueiro fazia de propósito, lembram? Uns 15 minutos antes do filme terminar, ele garrava a fazer pipoca e o cheiro já conhecia o caminho que devia percorrer. Catava gente da primeira à última poltrona. Já saíamos do cinema salivando.
Tem um cheiro de empadinha, coxinha, empanados desse tipo, que me faz lembrar uma máquina que conheci na Holanda, que eu colocava a moeda e escolhia um enroladinho e ele saía quentinho. Não sei como não tive uma dor de barriga de tanto comer aquilo. Era bom demais !
Me lembro de um cheiro maravilhoso de café às 4 horas da manhã. Morava em NY com mais 2 amigas e uma delas trabalhava à noite, chegava sempre entre 4 e 5 hs da madrugada e fazia café. Eu acordava com o cheiro forte do café no apartamento fechado. Às vezes brigava com ela, mas no fundo, ficou uma lembrança de um tempo muito bom.
De um perfume que não posso nem ouvir o nome, que arrepio até a alma. Era usado por uma amiga com quem eu dividia apartamento em Paris. Ela saía antes de mim pela manhã e passava. Eu só faltava pedir a morte mas, como também amo perfume, não brigava, não me sentia no direito. Chumbo trocado.
Agora, tem um cheiro que faz doer de saudade. É o cheiro de pessoas.
Não o cheiro do perfume, do sabonete, mas o cheiro natural de algumas pessoas. Já aconteceu, mais de uma vez, de eu ficar "puxando" lá no fundo da minha memória olfativa, um cheiro que não queria perder. Pavor dele sumir. E consegui por muito tempo. Mas não pra sempre.
Ele se foi. Este dói tê-lo perdido.
Amada
ResponderExcluirQue nostalgia é essa? Escrita bacana demaisss... Olha o Outro lado da Ieda aííí gente!!!???!!! Ameiii!
Beijuuss n.c.
Rê
www.toforatodentro.blogspot.com
Ainda não viste nada ó serva em Cristo!!! Verás nos apagar da luzes...rs.
ResponderExcluirbjins
Cheiros, perfumes, odores... Coisas, lugares, momentos, pessoas... ah, as pessoas... Menina, você foi fundo agora! Tão fundo que os olhinhos ficaram umidos do lado de cá do Atlântico, depois do Adriático, a lembrar de "um" cheiro muito especial... que tambéms e foi! Ele me chamava de "Minha moby", porque eu era nadador... e fez um desenho da Olívia Palito em pé, numa perna só, dentro de um balde com uma gota d'água pra fora. Ele dizia que era versão dele para o balé "O lago dos cisnes". Ele era bailarino... ô saudade!
ResponderExcluirSaudade. Quando pode ser "matada" é boa, quando não, fica difícil. Mas a gente supera. Sempre.
ResponderExcluirbjins
Eidia,
ResponderExcluirLindo texto, linda retórica.
Parabéns pela verborragia deste blog!
Deixa eu continuar lendo o resto que eu tô muito defasado!
Beijos
Então corre. Quero ver aluno meu tomando bomba não.
ResponderExcluirbjins
E patchuli me lembra você...
ResponderExcluirEra chororô o intento? Conseguiu.
ResponderExcluirbjins
Pode chorar, mas é verdade. Seu cheiro é só seu.
ResponderExcluirQuem entregou que saí hoje pra comprar os presentes de Natal?
ResponderExcluirhhheeeee.
bjis
Eu não disse!!!
ResponderExcluirComo fazer para ter tempo de escrever se "derepentemente" trombo com esse VERDADEIRO texto.
Você, minha Cara, escreve aquilo que sentimos.
Quando deu a dica para a criação do meu blog, respondi que só escrevo quando provocado por algo ou alguém. Este post é um ótimo exemplo.
Sempre senti isto em relação aos cheiros NATURAIS das pessoas e coisas, vez que não sou chegado a perfumes, mas não "condeno" quem os use.
Todavia, não conseguiria escrever nem um "tiquinho" do que "ocê iscrevinhô".
Esta é a diferença. Me presto um pouquinho para comentar, mas criar é uma outra conversa.
Isso exige um talento que não possuo.
Fiquemos assi: "ocê iscrevinha" e eu, quando for o caso, dou meus pitacos.
Aproveite bem o seu passeio.
Bjs.
Pois é Cyrano, a gente fazemos o que podemos...rs.rs...
ResponderExcluirContinue grudado aqui que isso me estimula a continuar.
bjins
Como diz a galera Corinthiana:
ResponderExcluirNão pára, não pára, não pára.
Bjs.
Tô aqui continuano firme quiném prego no angú.
ResponderExcluirbjins